Começa neste sábado (25), a 11ª da Mostra 3M de Arte com produções expostas ao ar livre no Parque Ibirapuera. Rincon Sapiência, Maria Thereza Alves e a dupla Denise Ferreira da Silva e Arjuna Neuman foram os artistas convidados para apresentar instalações com a temática “Cor, Calor, Valor”, que expressem arte, história e pertencimento. A exposição é gratuita e fica em cartaz até o dia 24 de julho. A curadoria é de Camilla Rocha Campos e João Simões.
A dupla Denise Ferreira da Silva e Arjuna Neuman apresenta a obra Conjurando, uma instalação que fica às margens do lago do parque. Elas exibem uma embarcação virada com uma vela de mais de 25 m², confrontando com a paisagem local que possui o Monumento às Bandeiras, de Victor Brecheret. A obra foi feita em parceria com as coletivas Periferia Segue Sangrando, de São Paulo, e Mulheres de Pedra, do Rio de Janeiro.
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Rincón Sapiência, por sua vez, traz a escultura Ori, Defesas & Espadas. A obra foi montada perto do planetário e tem a forma de uma pirâmide de três faces mascaradas: destruidora, criadora e preservadora. A proposta é trazer o símbolo forte de representação histórica, com espadas-de-são-jorge ao topo, significando a proteção da mente e conexão com a espiritualidade, aponta a organização.
A quarta convidada é Maria Thereza Alves que, a partir da vegetação do parque, “ aborda a necessidade de entender a nomenclatura original desta flora, que carrega o nome de cientistas homens europeus em forma de homenagem, mas cresce em territórios indígenas, negligenciados pela sociedade”, diz o texto de divulgação. Foram colocadas 26 grandes placas mostrando os nomes das plantas em guarani.
Além dos convidados, dois artistas foram selecionados por meio de edital. A instalação de DUDX hasteou 13 bandeiras da comunidade LGBTQIA+ nos arredores da Praça da Paz. A proposta é tornar o local um espaço de acolhimento e debate sobre identidade de gênero e sexualidade livre.
O baiano Augusto Leal propõe reflexões sobre as relações de poder da sociedade e a operação do racismo no Brasil com a obra O Jogo!. Foram colocadas 24 traves de gol em madeira, com diferentes tonalidades, do branco ao preto. “Representa como o mito da meritocracia justifica a violência de corpos negros”, aponta a organização.
Um dos maiores nome da música popular brasileira, Alceu Valença, fará uma apresentação gratuita na capital paulista no dia 17 de novembro junto com a Orquestra Ouro Preto. O show é uma continuação da turnê “Valencianas”, que rodou o Brasil e Portugal.
O espetáculo “Valencianas II” leva até o público novas músicas e arranjos junto com os sucessos de Alceu. No repertório novo, sucessos que ficaram de fora do primeiro espetáculo, entre eles “Como Dois Animais”, “Dia Branco”, “Solidão”, “Tesoura do Desejo”, “Táxi Lunar” e “Pelas Ruas que Andei”.
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As músicas foram escolhidas pelo cantor e compositor pernambucano. O espetáculo promete emocionar o público com arranjos especialmente confeccionados por Mateus Freire, que também propõe uma nova Suíte Orquestral para a abertura do show.
O sucesso de “Valencianas” chegou a ir além do teatro, com gravação de CD e DVD. Alceu Valença e a Orquestra Ouro Preto receberam o Prêmio da Música Brasileira, em 2015, como melhor disco de MPB.
Serviço
Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto
Onde: Parque Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Vila Mariana - SP
O 13° Salão do Artesanato acontece pela primeira vez no pavilhão da Bienal. O evento será realizado entre os dias 9 e 13 de outubro, com entrada gratuita. A feira conta com a presença de artesãos de 22 Estados, que chegam com novidade e criatividade além de oficinas, shows e gastronomias típicas das cinco regiões do país.
Na edição será apresentada peças artesanais de decoração, vestuário, jóias, bijuterias, acessórios, brinquedos, instrumentos musicais e utilitários vão encantar os visitantes pela riqueza de detalhes, qualidade de acabamento e identidade cultural. Além de apresentações culturais de grupos folclóricos, de teatro, músicos, dançarinos, cantores, repentistas, e outras manifestações culturais.
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Realizado há 12 anos consecutivos, o Salão do Artesanato reúne o que há de melhor na produção artesanal do Brasil. Em outras edições, a feira recebeu mais de 50 mil visitantes, cerca de 1500 artesãos e um volume de negócios superior a 5 milhões de reais.
Serviço
13º Salão do Artesanato São Paulo
9 a 13 de outubro | 11h
Pavilhão da Bienal (Parque Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 3, Vila Mariana, São Paulo)
Neste final de semana foram inaugurados os quatro primeiros conjuntos de banheiros (oito unidades) reformados no Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
Como parte da revitalização dos banheiros, 14 artistas foram convidados para renovar os painéis de grafites em dois conjuntos de banheiros localizados na marquise. Vale lembrar que o mural feito pelo artista Eduardo Kobra em 2014, para comemorar os 60 anos do Ibirapuera, também passou por restauro.
Ao menos uma organização já entrou na fila para ficar responsável pela administração do Parque Ibirapuera. Criada em 2013, a Parque Ibirapuera Conservação não copia apenas o nome do Central Park, como tenta viabilizar a prática de gestão. Uma lista de possíveis "patronos", encabeçada pelo empresário Abílio Diniz, está sendo formulada. A ideia é fazer doações fixas ao parque de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões por ano. O fundo seria complementado pelos usuários.
Classificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a entidade está habilitada a firmar parcerias e convênios com o poder público. "Acho que o correto seria adotar metas definidas e incorporação de serviços de forma gradual", diz o presidente da Oscip, Thobias Furtado, que já integra conselho gestor do parque. O grupo assumiu a reforma do Bosque da Leitura, no portão 7 do Ibirapuera. "Investimos R$ 500 mil em valores doados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O prefeito eleito João Doria (PSDB) iniciou estudos para replicar no Parque do Ibirapuera o modelo de gestão do Central Park, de Nova York. Há 36 anos, quem cuida do mais famoso parque americano é uma organização sem fins lucrativos que já investiu US$ 875 milhões.
A estratégia do tucano é apresentar um projeto que não proponha a "venda" do Ibirapuera a uma única empresa, mas a um grupo de patrocinadores (pessoas físicas e jurídicas), reunido em um tipo de organização social. Mas o formato não está fechado. A possibilidade de concessão tradicional, com prazo de dez anos ou mais, também será estudada - seja qual for a escolha, a Câmara Municipal terá de aprová-la, por projeto de lei.
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A inspiração americana é considerada apropriada por integrantes da equipe do tucano por permitir o envolvimento de toda a sociedade. A Central Park Conservancy, por exemplo, recebe doações de milionários americanos, celebridades, donos de multinacionais e frequentadores comuns. Lá, é possível financiar o plantio de novas árvores ou ainda adotar um dos 9 mil bancos - por US$ 10 mil, o patrocinador ganha o direito de ter seu nome gravado em uma placa. Por aqui, a intenção é semelhante: arrecadar fundos para prover o parque de melhorias.
Doria tem afirmado que fará uma gestão privada na Prefeitura para desburocratizar a máquina, aumentar a eficiência do poder público e, principalmente, reduzir custos - a gestão Fernando Haddad (PT) gasta R$ 22,7 milhões por ano só com serviços de manejo e segurança do Ibirapuera. O Central Park custa mais: US$ 67 milhões (cerca de R$ 214 milhões), mas 75% do montante é arrecadado pela organização gestora. O restante é de responsabilidade da prefeitura de Nova York. Se a mesma proporção fosse aplicada em São Paulo, o custo do Ibirapuera para a cidade ficaria em cerca de R$ 5,7 milhões.
Público versus privado
Para o urbanista Valter Caldana, a discussão sobre o modelo ideal de gestão deve ter como foco a manutenção da característica pública do espaço. "A questão não é quem vai administrar o papel higiênico, mas se o aspecto social do parque será mantido ou não. O usuário vai continuar se sentindo confortável?", indaga o diretor do curso de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Caldana não acredita que o modelo do Central Park dê certo na capital. "Não temos a cultura americana da filantropia. Além disso, nossa experiência com concessões mostra que o interesse público acaba substituído pelo privado", completa o urbanista, ressaltando que a realidade dos dois parques é bastante diferente não apenas em números. Quando a gestão do Central Park foi terceirizada, o espaço estava completamente deteriorado, o que não é o caso do Ibirapuera. "Vamos passar a gestão para um ente privado só porque o banheiro tem problemas? Não acho que compense", afirma.
Para evitar que apenas parques bem localizados, como Ibirapuera, Trianon e Aclimação, despertem interesse de entidades ou empresas, Doria planeja lançar "pacotes de concessão". Neles, o vencedor da concorrência de um parque em área nobre teria necessariamente de administrar outros dois, por exemplo, na periferia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Há mais de duas décadas o multiartista Antonio Nóbrega e sua esposa Rosane Almeida inauguravam, no bairro Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, o Instituto Brincante. Instalado num prédio de 800 metros quadrados, o espaço se denomina uma área de conhecimento e assimilação da cultura brasileira e atendeu diretamente a mais de 20 mil pessoas. Mas o instituto se tornou uma das mais recentes vítimas da especulação imobiliária em São Paulo. É que Antonio Nóbrega recebeu no começo de julho uma ação de despejo e terá até o dia 10 de agosto para tirar sua trupe do local. Para chamar a atenção da sociedade, o artista criou o movimento #FicaBrincante e realizará no próximo domingo (3), no Parque Ibirapuera, um evento chamado Brincada que contará com várias manifestações artísticas de alunos, ex-alunos e professores do instituto, além da sociedade civil, com direito a show do próprio Antonio Nóbrega e exibição de cenas do filme Brincante, de Walter Carvalho, sobre a trajetória artística de Nóbrega. O LeiaJá conversou com o artista pernambucano sobre o #FicaBrincante e a negociação para permanecer na casa na Vila Madalena, além de detalhes do filme Brincante. Nóbrega também comenta a perda de Ariano Suassuna, com quem sempre teve uma relação artística bastante íntima. Confira a conversa:
Qual a proposta deste encontro que vocês vão promover no próximo domingo (3)?
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O evento vai ser no Parque Ibirapuera e está dentro da proposta do #FicaBrincante (movimento em prol do instituto). Nós estamos organizando o que chamamos de Brincada, que é um evento de cultura no qual os participantes vão puxar rodas de dança aqui, se juntar pra tocar alfaias acolá, com a proposta de inundar o parque com várias atividades culturais. O evento no Parque Ibirapuera está marcado para começar às 16h, e às 18h eu subirei ao palco do Auditório Ibirapuera, que é um palco muito grande, ao lado de nove músicos para fazer uma apresentação.
É verdade que vocês receberam uma ação de despejo? Já houve alguma nova negociação com o dono do imóvel onde fica o Instituto Brincante? Qual o desejo de vocês neste sentido?
Sim, é verdade, mas até agora não houve nenhuma negociação. E pelo visto o proprietário do imóvel continua a manter a ação de despejo. Mas, da nossa parte, o desejo é de permanecer no local, uma área onde estamos há 21 anos. Nós devíamos ter sido os primeiros a ser consultados sobre o imóvel e não fomos. A Vila Madalena é um lugar que não tem espaços culturais e o Instituto Brincante vai fazer mais falta do que um edifício no local. Eu digo isso simplesmente pelo fato de que vivemos num mundo repleto de pressão, e os espaços culturais de hoje meio que têm essa função de ‘despressionar‘ a sociedade. Pode soar meio pretensioso, mas são equipamentos da arte que humanizam as pessoas, e isso vai fará muita falta naquela região da cidade.
Aqui no Recife há talvez uma situação que permite uma analogia a esta situação - apesar de não se tratar de um equipamento cultural - no Cais José Estelita. Em sua opinião, os espaços culturais e o patrimônio das cidades sucumbirão diante do dito desenvolvimento urbano?
Acho que cada caso é um caso. Eu sou contra a ocupação predatória e discriminada de espaços da cidade pela especulação imobiliária. Eu não posso dizer que estou inteiramente a par do que tem acontecido no caso do Cais José Estelita, no Recife, e teria até um certo cuidado em dizer que são casos parecidos. O Instituto Brincante existe há 21 anos e é um espaço atuante em São Paulo. Já o Cais José Estelita trata-se de uma região importante da cidade, mas que estava em desuso e acabou caindo nas mãos da especulação imobiliária. O que acho interessante nestes dois processos é que a sociedade está sendo convidada a discutir os problemas, sem ficar à revelia das construtoras e do absolutismo financeiro. Vivemos um novo tempo que não dá espaço para este tipo de prática.
Como surgiu a ideia de fazer o filme Brincante, com direção de Walter Carvalho?
Eu já tenho trabalhado com o Walter Carvalho há um tempo. Ele dirigiu meus três DVDs, Nove de Frevereiro, Lunário Perpétuo e Naturalmente. Fruto desse entendimento que construímos juntos, pensamos em fazer o filme Brincante, que é uma ideia de anos atrás. Vários diretores do país me procuraram pra dirigir este trabalho, mas por questões de agenda e desencontros isso acabou não sendo possível. Mas num certo dia eu acabei me encontrando com o Walter, e numa conversa sobre o projeto Brincante ele me disse ‘quem vai fazer esse filme sou eu’.
Na semana passada o Brasil perdeu um dos maiores agitadores culturais do país, Ariano Suassuna. Você teve uma relação próxima com ele, principalmente no que diz respeito ao Movimento Armorial. Para você, qual a maior contribuição que Ariano deixou aos brasileiros?
Ariano foi uma figura muito singular e que deixa ao Brasil a sua multidisciplinaridade. Ele era dramaturgo, romancista, cronista, ensaísta, poeta, dentre tantas outras coisas. A obra dele se ramifica em várias vertentes. Era um homem da ação, tanto pelo ativismo cultural, que lhe rendeu a ocupação de cargos públicos, como pela sua atuação nos palcos e com seus espetáculos. Certamente o país ficou órfão, mas ele deixou rastros que, se forem aprofundados, e certamente o serão, nós teremos muitas oportunidades de conhecer ainda mais esse cometa que foi Ariano Suassuna.
Ameaçado de ser despejado do local onde existe há mais de duas décadas, o Instituto Brincante, em São Paulo, espaço cultural fundado pelo pernambucano Antonio Nóbrega, promove uma festa de resistência no próximo domingo (3). O encontro em prol da campanha #FicaBrincante será realizado no Parque Ibirapuera, às 16h, e contará com um show de Nóbrega e atividades de dança, música, oficinas de brinquedos e brincadeiras ministradas por professores, alunos e ex-alunos do instituto.
A expectativa é que milhares de pessoas, convocadas através de um evento no Facebook, compareçam ao Parque Ibirapuera neste domingo (3) para participar do evento. “Queremos reunir artistas de São Paulo de todas as linguagens como acrobatas, palhaços, dançarinos e contadores de histórias", diz Rosane Almeida, coordenadora do Instituto Brincante ao lado de Antonio Nóbrega. O pernambucano deve subir ao palco do Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer às 18h.
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Durante a apresentação, serão exibidas cenas do filme Brincante, dirigido por Walter Carvalho e com estreia prevista para novembro deste ano, que conta a trajetória artística de Antonio Nóbrega. O evento encerra com uma grande ciranda com a participação de todo o público.
Situação do Instituto Brincante
O terreno onde se encontra o Instituto - que abriu as portas como espaço de ensaios e apresentações dos espetáculos de Nóbrega e Rosane em 22 de novembro de 1992 - na Rua Purpurina tem 800 metros quadrados. O espaço se denomina uma área de conhecimento e assimilação da cultura brasileira e atendeu diretamente a mais de 20 mil pessoas.
Por lá passam encenações, shows de música, cursos e oficinas sobre as mais variadas expressões artísticas do País. Hoje, o local também recebe espetáculos de teatro, música e dança e conta com um centro de documentação com textos, fotos, vídeos e músicas.
Serviço
Brincada e show de Antonio Nóbrega #FicaBrincante
Domingo (3) | 16h
Área externa do Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer (São Paulo)
Pela primeira vez, os alunos dos 48 Centros Educacionais Unificados de São Paulo (CEUs) vão assistir aos desfiles de moda que começaram na segunda-feira (18), no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Trata-se de uma parceria entre a organização da São Paulo Fashion Week (SPFW) e a Prefeitura. "O projeto deve se repetir nas outras edições", promete Cesar Callegari, secretário municipal da Educação. "É uma forma de sensibilizar os alunos a se interessarem por novas carreiras."
Durante esta semana, em todas as unidades será exibido o documentário SPFW 15 anos. Haverá ainda workshops, exposições de fotos e até mesmo desfiles. Conhecido pelos vestidos de festas, Samuel Sirnansck dá palestra, nesta terça-feira, no CEU de Tiquatira, zona leste. Na quinta-feira (21), na unidade do Butantã, será a vez de Ronaldo Fraga mostrar a mesma coleção que exibe na Bienal, nesta terça-feira às 17 horas.
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"Estou muito ansioso para ver a reação dos alunos. Acho que é uma experiência de mão dupla", diz Fraga, que fez uma coleção inspirada no futebol de várzea. Antes da apresentação, o estilista vai explicar aos alunos, onde e como nasceu sua coleção. "Minha pesquisa começa quando o futebol deixa de ser um esporte de elite. Uma época em que os negros precisavam passar pó de arroz no rosto para jogar. O esporte é a primeira vitória da mestiçagem nacional."
Passarela
Fraga encarou o desafio de partir de roupas masculinas de futebol para desenvolver peças femininas. "No início os uniformes eram de linho e os distintivos bordados à mão. Depois vieram as listras, mas eram para confundir o adversário", revela.
Soul
Nesta temporada, Alberto Hiar, dono da Cavalera, deixou de lado pela primeira vez o universo do rock, que sempre esteve presente nos seus desfiles. Ontem, o desfile da marca fechou o primeiro dia da semana de moda, fazendo uma homenagem à música negra americana. E, para isso, trouxe ao palco o dançarino Nelson do Triunfo, que mora na Penha, zona leste, onde ensina a garotada a dançar.
"A coleção foi inspirada no funk americano, o soul. Nelson é um ídolo na periferia, apesar de ser anônimo para as pessoas que vão assistir ao desfile", diz Alberto Hiar. Figura inconfundível, com uma cabeleira black indomada, Nelson se apresentou com um time de 40 dançarinos.
O ator e cantor Tony Tornado, que viveu em Nova York, no auge do soul, também participou do show. O cenário do desfile foi baseado no programa da TV americana, Soul Train, que ficou no ar de 1971 a 2006. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A 35ª edição do São Paulo Fashion Week, que traz as tendências para o verão 2014, acontece entre os dias 18 e 22 de março com algumas mudanças. A primeira foi a modificação do local, que era no Parque Villa-Lobos, para a Bienal do Parque Ibirapuera, anunciada em dezembro de 2012. E, recentemente, um dos consagrados estilistas do SPFW, Reinaldo Lourenço, divulgou que não vai mostrar sua coleção nesta temporada.
Além disso, a Iódice, do estilista Valdemar Iodice, também não vai exibir suas roupas na semana de moda paulistana. Porém, deve fechar participação no Fashion Rio, que acontece entre os dias 15 e 19 de abril.
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Principal evento de moda da América Latina, o SPFW reúne cerca de 30 mil empresas, que movimentam anualmente U$ 63 bilhões e empregam 1,7 milhão de brasileiros. A 35ª edição, temporada verão 2014, acontece entre os dias 18 e 22 março, contemplando 16 anos de vida.
A Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo quer aproximar o público da arte e da técnica de organizar espaços urbanos e criar ambientes. Com o tema Arquitetura Para Todos, Construindo Cidadania, a mostra, em sua nona edição, abre espaço para que os visitantes criem seus próprios projetos arquitetônicos e os coloquem em exposição na bienal.
“Durante o período da bienal, as pessoas vão poder fazer projetos, que vão sendo expostos na própria mostra. É uma maneira de dialogar, é uma exposição dinâmica. As pessoas vão poder vir, fazer o desenho da sua casa, ou da cidade, e isso vai passar a ser exposto”, diz o curador Valter Caldana.
Os visitantes são convidados a construir uma cidade fictícia, em um espaço de 27 metros quadrados (m²), com 200 mil peças do brinquedo Lego. Em volta da maquete, são projetadas imagens ao vivo da cidade de São Paulo, de outras cidades do mundo e da própria montagem. “Queremos que as pessoas entendam o mecanismo de construção de uma cidade”, ressalta o curador.
De acordo com Caldana, a mostra propõe que as pessoas decidam manter ou reconstruir prédios, pontes e demais estruturas da cidade, fazendo com que elas reflitam sobre os impactos positivos e negativos após cada intervenção. O curador destaca que a exposição pretende mostrar às pessoas o quanto a vida delas está imersa na arquitetura. “Queremos que as pessoas percebam que hoje elas já pensam em arquitetura e urbanismo o tempo todo, mesmo que não saibam disso. A hora em que você discute o trânsito, discute o seu apartamento, a hora em que você discute o seu local de trabalho, tudo isso é debate sobre arquitetura”.
Um dos destaque da bienal, a exposição Copenhague, Como Se Faz uma Cidade Habitável traz projetos de desenvolvimento urbano da cidade nos últimos dez anos. Os projetos mostram como o trabalho conjunto, envolvendo a população, os políticos, planejadores urbanos da prefeitura e os arquitetos e engenheiros dos escritórios particulares, pode construir uma cidade sustentável.
Um dos projetos - em maquete - da exposição dinamarquesa é de uma pista de esqui erguida sobre a usina de tratamento de lixo de Copenhague. O trabalho integra a parte recreativa da cidade com a produção de energia. “É um projeto que ilustra bem essa ideia de usar novas abordagens para criar novos prédios, nova arquitetura para criar edifícios sustentáveis, mas para se integrar com os espaços urbanos”, explica o arquiteto Gustavo Ribeiro, do Centro Dinamarquês de Arquitetura. Prevista para estar construída até 2016, a pista de esqui, que também é a cobertura da usina, tem diferentes níveis de dificuldade e mais de 100 metros de altura.
A Bienal de São Paulo tem projetos e arquitetos de mais de 20 países. Além de exposições, a mostra inclui palestras, oficinas, seminários técnicos, debates e o festival Cinema e Arquitetura. A exposição vai até o dia 4 de dezembro e está instalada na Oca, no Parque Ibirapuera. O site é www.nonabia.com.br
A primeira peça da exposição ArteFAtos Indígenas é um grande cocar kayapó feito de penas vermelhas e azuis de araras. Logo em seguida, o visitante conhece versões menores do mesmo objeto, confeccionadas com canudos de plástico amarelos, daqueles usados para tomar refrigerante. Os modelos, representantes legítimos da arte desse povo que vive em Mato Grosso, podem ser vistos gratuitamente no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, até o dia 8 de janeiro.
“As pessoas têm uma ideia de que os índios estão contaminados, que a cultura está decaindo, porque eles usam materiais que não são naturais. Na verdade, é o contrário, eles estão enriquecendo, estão se apropriando de materiais novos para fazer aquelas coisas que sempre fizeram”, explica a curadora da mostra, Cristiana Barreto.
Com a comercialização proibida desde 2004, as plumas vêm sendo deixadas de lado pelos índios, segundo Cristiana. A mudança de material não afeta, no entanto, a força simbólica dos adornos. “Eles continuam tendo o mesmo significado tradicional, apesar de feitos com outros materiais”, ressaltou.
Entre as 270 peças expostas estão tangas de tecido decoradas com sementes e miçangas dos povos Tiriyó e Kaxuyana, outro exemplo de mistura do convencional com a reinvenção. Cristiana conta que as miçangas são praticamente um item tradicional, introduzido pelo contato com escravos fugitivos da Guiana Holandesa no século 19, enquanto as sementes começaram a ser usadas depois do intercâmbio cultural com os Wayana, em tempos recentes. “A exposição tenta questionar um pouco essa noção que a gente tem do que é tradicional e do que é moderno”, destaca a curadora.
A Cobra Cosmológica, retratada em escultura no início da mostra, é figura presente na mitologia de vários grupos indígenas. Pela sua representatividade, tornou-se até o logotipo da exposição. O artista que esculpiu a obra, entretanto, é um dos que buscam introduzir a inovação na arte dos Palikur.
“Ele começa a representar constelações, estrelas em esculturas que antes os índios não faziam”, relata a curadora em referência a obras como o Barco Mítico. A escultura está em uma das vitrines da mostra, com a indicação de que “não faz parte do repertório tradicional dos povos do Oiapoque”.
Inovações como essa precisam ter boa aceitação dentro dos grupos para se tornarem significativas para a comunidade. “Na medida em que isso tem certa aceitação, que todo mundo admira, dentro do grupo e fora, para venda, eles começam a fazer mais”, explica Cristiana.