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Com mais de 30 anos de trajetória do Arraial do Pavulagem, cortejo típico entre junho e julho, este é o primeiro ano em que as ruas de Belém não ficarão animadas com o boi azulado e as fitas coloridas. Por causa da pandemia, o Instituto Arraial do Pavulagem se reinventou e tem realizado desde o último sábado, 20, o projeto “Arrastão do Pavulagem, Arraial do futuro”, programação que segue até dia 12 de julho com lives, podcats e campanhas solidárias.

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O cantor e compositor Júnior Soares, responsável pelo acordes de violão do Arraial e um dos fundadores do grupo, diz que a decisão de fazer um cortejo diferenciado surgiu das solicitações feitas pelo o público nas redes sociais do Instituto.

 “Utilizamos a criatividade em formato de lives musicais e de conteúdos para levar a cada casa um pouco do espírito e da essência da manifestação cultural que fazemos todos os anos. A nossa contribuição para o momento de pandemia é que não se esqueçam do Arraial do Pavulagem, que é patrimônio cultural e do nosso Estado”, afirma Júnior Soares.

De acordo com compositor, os fundadores do Arraial tentaram cumprir com o calendário utilizado nos arrastões dos anos anteriores, ou seja, serão quatros cortejos virtuais com conteúdos diversificados, do dia 21 de junho e até o dia 12 de julho, sempre começando às 10 horas.

A iniciativa estreou a primeira transmissão em forma de live, no último sábado, 20, às 16 horas, pelo Facebook do Arraial do Pavulagem, com atrações do projeto Oralidades, realizado desde 2012. A mediação foi realizada por Edgar Chagas Júnior, que faz parte da diretoria do Instituto e tem diversas pesquisas relacionadas ao Arrastão. Foram convidados para compor a mesa os professores Ima Vieira, doutora em Ecologia; Aldrin Figueiredo, doutor em História; Ivânia Noves, doutora em Linguística.

Nesta edição, foi abordado o contexto atual para a cultura popular, a Amazônia, os saberes da floresta, a história do Arraial do Pavulagem e como seria a construção de um Arraial do futuro, uma instituição e manifestação cultural, que possa contribuir para uma consciência humana e responsável no cotidiano pós-pandemia. O bate-papo continua disponível no Facebook e conta ainda com uma série de podcasts, que em breve estarão disponibilizados na plataforma do Spotify da banda.

Cortejos virtuais

Para manter as tradições dos cortejos juninos, serão realizados encontros virtuais nos dias 21 e 28 de junho, 5 e 12 de julho, às 10 horas, no canal do Youtube do Arraial do Pavulagem, no Facebook da patrocinadora do projeto, a Equatorial Pará e na TV Cultura Pará.

A primeira live foi realizada no último sábado, 21, falou da brincadeira do boi na Amazônia, no Brasil, e a do Boi Pavulagem. Houve também a “Levantação do Mastro”. Na segunda live, domingo, 28, o gupo lançou a campanha solidária “Marajó Vivo”, falando do arquipélago paraense e de encontro com outras cidades paraenses e de reunião das culturas amazônicas, que é uma característica do Pavulagem. 

A transmissão do próximo domingo será em novo local, bem na beira do rio, na Orla de Belém. Já estão confirmadas as participações especiais gravadas em vídeo dos mestres de cultura popular Piticaia, Zampam e Damasceno, além de Adamor do Bandolim, Silvan Galvão e Sabah Moraes. Também haverá convidados para falar sobre poética marajoara na obra de Dalcídio Jurandir, e sobre a festa de São Sebastião, de Cachoeira do Arari.

Na terceira live, 5 de julho, será em torno da campanha “Vivas Mestres”, mostrando como os mestres influenciaram e ainda influenciam a construção do Pavulagem. Na última live, 12 de julho, será abordado o “Brincante do Futuro”, abordando as novas gerações que são formadas dentro do Arraial, encerrando com a “Derrubada do Mastro”, que é o fechamento da quadra junina e a renovação do ciclo da cultura popular.

Ensaios virtuais

Com a pandemia, o Instituto Arraial do Pavulagem está fechado e a equipe trabalha de forma reduzida e remotamente, tornando inviável a realização das oficiais presenciais de linguagens da dança, percussão e artes circenses, além da preparação com o instrutor de canto, Allan Carvalho, pela qual todos passam.

Desde o último dia 4 de junho, integrantes do Batalhão da Estrela estão realizando ensaios virtuais. Foram abertos quatro chamadas, uma por semana, para formar os grupos. A última chamada foi realizada na última quinta-feira, 25. Cada grupo ensaiou duas músicas, por meio de videoaulas com os instrutores, e depois gravou em casa a apresentação. Tudo foi reunido em videoclipes, que são exibidos durante as lives.

Campanhas

 A programação também sido destinada para promover duas campanhas solidárias. A primeira, criada pelo o Instituto, destina-se a arrecadar fundos de apoio aos mestres de cultura popular, que ao longo das últimas décadas foram parceiros do Arraial do Pavulagem e atualmente se encontram com dificuldade financeira. As doações podem ser feitas por uma vaquinha virtual.

Também será dado apoio à divulgação da campanha “Marajó Vivo”, uma parceria entre o Museu Goeldi, o Museu Marajó, a Prelazia do Marajó, a Diocese de Ponta de Pedras, a Irmandade do Glorioso São Sebastião, a Fundação pela Inclusão do Marajó, o Observatório de Direitos Humanos e Justiça Social do Marajó, vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA), e o Instituto Iacitata Amazônia Viva. É uma rede de solidariedade para ajudar os mais vulneráveis no combate ao coronavírus. As doações podem ser feitas pela vaquinha.

Por Amanda Martins.

 

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