Nos dias 2, 3 e 4 de junho, o Teatro Hermilo Borba Filho abrirá suas portas para receber a peça O Irôko, a Pedra e o Sol. O espetáculo vencedor do Prêmio Nacional SESC de Artes Cênicas invade o espaço cultural no Recife com sessões gratuitas. De acordo com o Grupo O Poste Soluções Luminosas, a curta temporada do projeto promete deixar reflexões no público. O incentivo é do Funcultura.

Formado por um elenco de artistas negros, o musical tem trilha sonora composta e tocada ao vivo pelo Grupo Bongar, e explora temas como racismo, intolerância religiosa e homofobia. "Para a gente foi uma conexão muito ancestral. Colaborativa mesmo com o Samuel participando de todos os passos, então foi um aprendizado gigante", contou Thulio Xambá, um dos compositores da trilha.

Baseada na história de uma paciente HIV de Itapipoca, sertão do Ceará, a montagem tem direção assinada por Samuel Santos. "A partir desse fato eu fiquei muito inquieto, e o teatro é o caminho onde eu posso falar, escrever e denunciar. E aí surgiu a história de um casal de jovens que têm um relacionamento homoafetivo e a comunidade descobre e os impede, os trancando. Então o espetáculo explora essas duas questões: a questão racial, através de um quilombo evangelizado e doutrinado, e a pessoa LGBT na sociedade", explicou o diretor.

Depois de passar por Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes e Arcoverde, o espetáculo volta à capital pernambucana como forma de usar a arte para combater o preconceito e a violência contra a comunidade negra e LGBTQIAP+.

"Protagonizar este espetáculo nesse contexto, num país onde nossos corpos são perseguidos, discriminados e aniquilados e a arte é desvalorizada, é um desafio e faz a obra ser indispensável para o debate social", disse o ator Ariel Sobral, intérprete do personagem Severino.

Serviço

Espetáculo O Irôko, a Pedra e o Sol 

2, 3 e 4 de junho | Sexta e sábado, 19h; domingo, 18h

Teatro Hermilo Borba Filho - Cais do Apolo, nº 142, Bairro do Recife

Entrada gratuita

Classificação 18 anos