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O inverno ucraniano castiga. Em 2012, mais de 40 pessoas morreram por sintomas causados pelo frio, mais de 800 buscaram ajuda médica por sofrimentos como ulcerações e hipotermia. Inclusive, durante parte boa parte da estação, os jogos de futebol são suspensos e os torneios paralisados. A prática esportiva se torna impossível, mesmo para os que nasceram nessas condições. À parte a situação climática, o País vive o clima de terror nos conflitos com a Rússia. Este era o cenário que vivia o meia-atacante Diego Souza, na Carcóvia.

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Em 12 de agosto de 2014, o Sport acertou o empréstimo do jogador com o clube ucraniano Metalist. O meia-atacante passou quase um ano fora do Brasil, afinal foi vendido pelo Cruzeiro à equipe do leste europeu em 14 de julho de 2013. No Recife, o carioca Diego Souza encontrou sol, praia e tranquilidade. Na Ilha do Retiro, foi bem recebido por torcedores, jogadores e dirigentes. No time rubro-negro, ganhou a titularidade antes mesmo de chegar à forma física ideal.

Vestindo vermelho e preto, Diego Souza teve 16 jogos. Foram 15 pelo Campeonato Brasileiro e um na Copa Sul-Americana. Além de uma boa assistência para Felipe Azevedo, marcou quatro gols. Tem como principal característica o drible, que efetou com 58,8% de eficiência. Os números não são tão surpreendentes. Ainda assim, o jogador foi deslocado da sua posição de origem na maioria de suas atuações. Jogou como centroavante. 

Diego Souza voltou a atuar como meia na última rodada. Premiou a boa atuação com um voleio certeiro, após rebote da defesa do Furacão. O gol praticamente garantiu o Sport no Campeonato Brasileiro 2015. “Estou gostando muito do Recife. O torcedor do Sport me acolheu e estou fazendo o meu trabalho. Infelizmente, a continuidade não depende só de mim, pois tenho contrato com o clube da Ucrânia. Mas estou feliz aqui. O Sport é um clube que cumpre os compromissos, que oferece todas as condições para trabalhar e não tenho motivo para não pensar em continuar”, revelou o meia-atacante após a vitória por 1 a 0.

Situação parecida aconteceu no final de 2007, quando os direitos federativos do meia pertenciam ao Benfica, de Portugal. O jogador estava emprestado ao Grêmio. Teve boas atuações, manifestou a vontade de ficar e de prolongar o empréstimo. No início de 2008, foi vendido ao Palmeiras por 3,75 milhões de euros. Quis ficar. Não ficou.

O Benfica não é o Metalist. Assim como o Sport não é o Grêmio. E que não haja um outro “Palmeiras”. Pois, se for para o bem de todos… Que Diego Souza fique na Ilha do Retiro. Do contrário, é como dizia o dramaturgo e jornalista irlandês George Bernard Shaw: "Se a história se repete, e o inesperado sempre acontece, quão incapaz precisa o homem ser de aprender com a experiência".

Mais de oito minutos do primeiro tempo, no Estádio Rasunda, em Estocolmo. O Brasil perdia a final da Copa do Mundo de 1958 por 1 a 0. Zito encontrou Garrincha na habitual ponta direita. O Anjo das Pernas Tortas foi para cima de Simonsson, conseguiu o cruzamento e colocou a pelota na pequena área. O camisa 20 só completou com um toque e marcou o gol de empate. “Gooool, é do Brasil! Vavá!”, foi a narração do Jorge Cury.

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O primeiro chute do pernambucano Edvaldo Izídio Neto havia sido dado em 1942, ainda aos 8 anos, no bairro do Pina, no Recife. “Meu pai sempre foi um fã do futebol”, contara. Vavá já se destacava, mas a timidez o impedia de chegar aos grandes clubes. E foi levado por um amigo para fazer testes no Sport, clube que era torcedor. Não ficou. Foi para o América. Passou também pelo “pior time do mundo”, o Íbis.

Vavá voltou ao Sport só depois. Se consagrou bicampeão juvenil, foi convocado para a seleção brasileira de base, mas sequer chegou atuar no profissional rubro-negro. Saiu em 1951. O ídolo leonino Ademir Menezes, que já havia se transferido para o Vasco da Gama, levou o pupilo para São Januário. “O clube do meu coração no Rio de Janeiro”, como gostava de declarar Vavá.

“Peito de Aço”. O apelido foi dado a Vavá pela garra e vontade que levava para dentro de campo. Não à toa ganhou a vaga em um dos melhores ataques já compostos pela seleção brasileira, ao lado de Didi, Pelé e Garrincha. O camisa 20 é o terceiro maior artilheiro brasileiro em Copas do Mundo.

O gol da virada em 1958 foi quase um replay do primeiro. Zito encontrou Garrincha na habitual ponta direita. O Anjo das Pernas Tortas foi para cima de Simonss
on, conseguiu o cruzamento e colocou a pelota quase na pequena área. O camisa 20 só completou com um toque e marcou o segundo dele no jogo, o quinto no Mundial (no final do texto, assista o vídeo da final na íntegra). 

A Bola de Ouro da Copa do Mundo foi de Didi. A de Prata de Pelé, artilheiro com seis tentos. Vavá ganhou prestígio. Foi vendido para o Atlético de Madrid, da Espanha. Nunca mais voltou para o Vasco – por mais que tenha quisto. 

Em uma entrevista à revista do Esporte (n. 148), Vavá revelou 38 gostos e desgostos. Dentre eles, “não gosto de driblar ou ser driblado”. Por outro lado, “gosto de marcar bastante gols”. Foi o autor do tento que sacramentou o bicampeonato mundial de 1962.

O pernambucano Edvaldo Izídio Neto morreu de parada cardíaca, aos 67 anos, em 19 de janeiro de 2002. Deixou saudades para o futebol e um legado inestimável que iniciou nos campos de várzea recifenses.

Sob o comando do técnico Oliveira Canindé, o Santa Cruz só perdeu um jogo dentre os oito disputados. Para cada duas partidas, o Tricolor sofre apenas um gol. O responsável por isso tem 1,86m de altura e quase quatro anos de clube. Tiago Cardoso é a muralha por trás da defesa coral.

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Na última rodada, o camisa 1 enfrentou o então melhor ataque do torneio (53 gols marcados), que também conta com o maior artilheiro: Magno Alves, com 18 tentos. O Magnata foi só um figurante diante da atuação do goleiro do Santa Cruz. Não que o atacante cearense não tenha tentado, ele foi acontecimento que se converteu em milagres. Tiago Cardoso foi a muralha por trás dos erros do volante Sandro Manoel.

No primeiro tempo, logo após o primeiro gol do Santa Cruz, Helder cruzou para a área Sandro Manoel tentou tirar de cabeça e testou sem força. A bola ficou viva na área. Magno Alves dominou no peito, esperou quicar e soltou uma bomba a queima-roupa da marca do pênalti. Tiago Cardoso esticou o braço direito e espalmou para a linha de fundo. Foi o primeiro e principal milagre do goleiro na noite.

“Foi uma das melhores partidas da minha vida. Talvez a melhor”, comemorou Tiago Cardoso, após a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará. O técnico Oliveira Canindé rasgou a seda para o camisa 1: “É um dos grandes goleiros do futebol brasileiro, o Santa Cruz tem muita felicidade de ter esse jogador”.

A regularidade e esperança da volta à Série A do Santa Cruz estão depositadas também no goleiro tricampeão pernambucano e da Série C. Como disse Oliveira Canindé, “é dedicado, aplicado, bom caráter, um excelente profissional. Um espelho para o restante do elenco”. O principal feito do camisa para ganhar destaque entre os ídolos do clube é colocar o Tricolor de volta à elite do Brasileirão no ano do centenário.

Pernas arqueadas, passadas rápidas e a camisa 11 - fosse rubro-negra, alvinegra, amarelinha ou cruzmaltina - e palavras duras, normalmente intimistas. Essa é a imagem de Romário que carreguei até 2011: um baixinho artilheiro que nunca abaixou a voz para ninguém. “Pelé calado é um poeta”, quem não lembra? E, com todo respeito ao Rei, quem discorda?

O tom crítico acompanha o Baixinho carioca, para além de Jacarezinho e a Vila da Penha, onde morou na infância. Para além dos gramados, onde se tornou um ídolo nacional. Para além do Congresso, onde se reconheceu político e lutou contra as falcatruas da CBF, contra a corrupção e a favor de uma Copa do Mundo para os pobres. Romário mudou de casa, está de mudança para o Senado.

No último domingo (5), o carioca venceu a eleição para senador com aprovação de 63,43%. Mais precisamente 4.683.963 votos. Um tanto a mais do que os 146.859 que recebeu quando candidatou-se a deputado federal em 2011. Foi quando deixei de lembrar do atacante senhor da grande área e perito em artilharia para visualizá-lo como um representante social.

“Meus pais nem no melhor dos cenários imaginariam que aquele menino, que saiu da maternidade numa caixa de sapatos, ocuparia um dos cargos mais altos da República”, publicou o socialista nas redes sociais.

A caixa de sapatos ficou pequena, assim como as quatro linhas e o Congresso. E que o Baixinho continue crescendo, nos próximos oitos anos como senador e defendendo a melhoria para atletas e desportistas brasileiros.

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