Tópicos | Plano Brasil Medalha 2016

O Governo Federal lançou, nesta quinta-feira (13), o plano Brasil Medalha 2016, que prevê uma série de investimentos e medidas para desenvolvimento dos esportes olímpicos e paralímpicos, visando aos Jogos Rio 2016. A meta é que o Brasil consiga melhorar a posição no quadro de medalhas, ficando entre os 10 melhores na Olimpíada e entre os cinco na paralimpíada.

Até 2016, serão investidos R$ 2,5 bilhões através desse plano, sendo R$ 1 bilhão recurso extraordinário e R$ 1,5 bilhão do orçamento do Ministério do Esporte, para conceder bolsas aos atletas e pagamento de técnicos, preparadores físicos e nutricionistas, além da construção e reforma de centros de treinamento. “Dos recursos extras, R$ 690 milhões serão para o apoio ao atleta e os outros R$ 310 para os CTs. Nós vamos dar conta disso tudo e atuar em parceria com os estados, municípios, federações e comitês olímpico e paralímpico”, explicou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Um terço do investimento será feito através de oito estatais: Banco do Brasil, Correios, BNB, BNDES, Petrobras, Caixa Econômica Federal, Eletrobras e Infraero, além do patrocínio que já realizam.

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Serão priorizadas as modalidades com mais chances de obter medalha. As modalidades olímpicas selecionadas são: águas abertas (novo nome para maratona aquática), atletismo, basquetebol, boxe, canoagem, ciclismo BMX, futebol feminino, ginástica artística, handebol, hipismo (saltos), judô, lutas, natação, pentatlo moderno, taekwondo, tênis, tiro esportivo, triatlo, vela, vôlei e vôlei de praia. As paralímpicas são: atletismo, bocha, canoagem, ciclismo, esgrima em cadeiras de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, hipismo, judô, natação, remo, tênis de mesa e voleibol sentado. As demais modalidades continuarão recebendo recursos pelas fontes tradicionais de financiamento federal.

“O Brasil precisa de uma ação sistêmica e objetiva. Esse plano vai aprimorar o que consideramos essencial: o apoio ao atleta, mais também dando suporte de tecnologia e preparo. Caminhamos para nos transformar numa potencial esportiva mundial e para reafirmar o esporte como identidade nacional”, frisou a presidente Dilma Rousseff. Ela também adiantou que o governo prepara mecanismos para nacionalizar os esportes olímpicos e paralímpicos, organizando, por exemplo, uma olimpíada nacional de atletismo.

O Plano
O Brasil Medalha 2016 vai atuar em duas vertentes: apoio ao atleta e reforma de centros de treinamentos, de acordo com o propósito de elevar o nível do esporte de alto rendimento.

Nesse sentido, o plano inclui uma nova categoria no Bolsa-Atleta, a Bolsa-Pódio, e cria a Bolsa-Técnico, que pagarão, respectivamente, até R$ 15 mil e até R$ 10 mil mensais. Os beneficiados do Pódio serão atletas de modalidades individuais que, entre outros critérios, estejam situados entre os 20 melhores do ranking mundial e com reais chances de medalhas, além de seus treinadores e equipe multidisciplinar (preparador físico, nutricionista, atleta-guia, etc.). O Brasil Medalhas também contempla recursos para aquisição de equipamento esportivo (até R$ 20 mil por atleta) e apoio a treinamento e competições de atletas no Brasil e no exterior, por meio do pagamento de custos com diárias e passagens.

As demais categorias do Bolsa-Atleta (Estudantil, de Base, Nacional, Internacional e Olímpica/Paraolímpica) serão mantidas com os critérios atuais e dentro do orçamento regular do Ministério do Esporte.

O plano também destinará recursos para  a construção, reforma e aparelhamento de 22 centros de treinamento, sendo 21 olímpicos e um paralímpico, seguindo a recomendação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que vai unificar todas as modalidades em um só local de treinamento.

Cerimônia
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, elogiou a iniciativa do governo. “Hoje é um dia histórico para o País. Estamos caminhando para ter atletas em condições para os jogos de 2016”, considerou. O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, prestou uma homenagem aos atletas. “O que os atletas paralímpicos fazem é assumir a deficiência e trabalhar a eficiência para tornarem-se o que hoje eles são: heróis dessa nação”.

“Obrigado por acreditarem em nós e verem que a gente precisava de mais investimento”, respondeu o atleta paralímpico Daniel Dias. A jogadora de vôlei Fabiana Alvim também agradeceu, mas fez mais uma sugestão ao governo: “De repente, poderíamos ter uma aposentadoria por méritos aos atletas, que passam tanto tempo treinando, longe das famílias. Esse foi um pedido de vários atletas e ex-atletas”, salientou.

A presidente Dilma Rousseff lança nesta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, às 15 horas, o Plano Brasil Medalha 2016. O plano prevê a liberação de R$ 1 bilhão para o Ministério do Esporte, aí incluídos os pagamentos das novas Bolsas Pódio no valor de até R$ 15 mil para os atletas que estão entre os 20 primeiros no mundo em suas modalidades individuais e que estão em condições de participar da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

Com este incentivo, a presidente Dilma quer que o Brasil saia do 22.º lugar alcançado nos Jogos de Londres e salte para até a 10.ª colocação. Na Paralimpíada, o objetivo no Rio de Janeiro é sair do sétimo lugar alcançado em Londres e chegar à quinta posição.

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Os recursos de R$ 1 bilhão serão aplicados até 2016, não só na preparação do atleta e das equipes multidisciplinares, mas também na construção de centros de treinamento, compra de equipamentos esportivos e assinatura de convênios com Confederações para desenvolvimento de modalidades olímpicas. A bolsa pódio só começará a ser paga em 2013.

Hoje o governo paga uma Bolsa Atleta de até R$ 3,1 mil para quem disputa uma Olimpíada. Dos 17 medalhistas do Brasil, dez eram bolsistas nos Jogos Olímpicos - ao todo, 259 atletas foram para Londres. Deste total, 111 eram beneficiários do Bolsa Atleta. No caso da Paralimpíada, dos 182 atletas que foram para a Grã-Bretanha, 156 ganhavam bolsas - 43 deles ganharam medalhas, 85% deles eram bolsistas.

Atualmente, um total de 4.243 atletas recebem Bolsa Atleta do governo. O número de Bolsas Pódio a ser distribuído para os atletas só será definido em janeiro de 2013, quando as Federações definirão a lista dos futuros beneficiados. As bolsas são concedidas para o ciclo olímpico, para o período de quatro anos, só que a renovação do pagamento do benefício é anual.

Com o novo programa, não só o atleta, mas seu técnico, seu preparador físico, seu nutricionista e outros profissionais necessários para o bom desempenho dele podem receber ajuda do governo para torná-lo um medalhista em 2016. É que o programa pretende viabilizar a equipe técnica multidisciplinar para planejamento, treinamento e acompanhamento do atleta, participação em competições nacionais e internacionais, treinamentos e intercâmbios internacionais e aquisição de equipamentos e materiais esportivos de alta performance.

Para serem beneficiados, os atletas deverão estar classificados entre os 20 melhores do ranking mundial de sua categoria. O levantamento dos rankings será fornecido pelas respectivas confederações.

Hoje existem cinco categorias de bolsas, que variam de R$ 370 a R$ 3,1 mil. Agora, será criada a Bolsa Pódio. O judoca Felipe Kitadai, que ganhou medalha de bronze em Londres, por exemplo, que era considerado atleta de categoria internacional e não categoria olímpico, recebia apenas R$ 1,85 mil de bolsa. A partir de agora, ele poderá pleitear a bolsa pódio de R$ 15 mil.

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