Tópicos | Ponte dos Espiões

O cineasta Steven Spielberg relata em seu filme mais recente a verdadeira história de um advogado americano, interpretado por Tom Hanks, que consegue negociar o resgate de dois prisioneiros do bloco do leste europeu no fim dos anos 1950.

Fã dos destinos excepcionais, o diretor de "A Lista de Schindler" (1993), "Prenda-me Se For Capaz" (2002) e "Munique" (2005), entre outros, leva aos cinemas desta vez uma história do período da Guerra Fria: "Ponte dos Espiões".

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Em um momento de tensão entre Estados Unidos e Rússia sobre o enfoque da guerra na Síria, o filme estreia na sexta-feira nos Estados Unidos e no dia 22 de outubro no Brasil.

Em 1957, o advogado James Donovan (Hanks) foi escolhido por seu escritório como o 'bode expiatório', para defender o indefensável no Ocidente naquela época: um espião soviético detido em território americano, Rudolf Abel.

Para o governo e os sócios de Donovan no escritório de advocacia era apenas uma questão de demonstrar que o inimigo tinha o direito a uma defesa digna do nome, nada mais.

Mas ao contrário desta percepção e do que pensava a opinião pública, o advogado chega à Suprema Corte, mas sem sucesso. Rudolf Abel consegue evitar a pena de morte, mas recebe uma condenação de 30 anos de prisão.

Cinco anos depois, o serviço secreto americano solicita novamente a presença de Donovan, mas desta vez para negociar de maneira informal com os soviéticos a troca de Rudolf Abel por um piloto americano, Francis Gary Powers, que teve o avião espião U-2 abatido.

Um contra todos

O filme, com uma concepção tradicional, tem uma atmosfera intimista e sem as cenas de ação que o cinema costuma apresentar atualmente.

O roteiro, que teve a colaboração dos irmãos Joel e Ethan Coen, se concentra nas relações humanas e na comunicação entre diferentes culturas.

Grande parte do filme gira ao redor de Tom Hanks, que interpreta um personagem fiel a suas convicções para conseguir transitar em um universo no qual geralmente se encontra sozinho contra o mundo: os soviéticos, os alemães orientais, a CIA, os colegas, a opinião pública e, em alguns momentos, a esposa e os filhos.

Seu único cúmplice verdadeiro acaba sendo Rudolf Abel, cujo comprometimento, integridade e humor - interpretados com grande sutileza pelo britânico Mark Rylance - terminam por cativar o advogado.

"Há algo neste personagem que Tom realmente respeitou, o fato de que seria durão", explicou Spielberg em uma videoconferência a partir da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas.

Para o diretor, Tom Hanks é, "neste filme, menos o cara comum que ele interpretou em outros filmes".

Reservado e no início tranquilo, James Donovan se revela aos poucos como alguém seguro de si, dono de suas emoções, mas ao mesmo tempo humano e divertido.

O filme está longe reinventar o gênero, mas consegue prender a atenção do espectador, com direito a um epílogo repleto de suspense.

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