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Escolhido por alusão a uma das posições praticadas no ato sexual e popularizada há pouco mais de dez anos pela ação de marketing de uma empresa fabricante de preservativos, o seis de setembro (6/9) é lembrado como o Dia do Sexo. Grande parte dos estabelecimentos comerciais voltados para o segmento, como os sex shops, aproveitam a data para pegar carona na comemoração. Mas será que ainda existem tabus para adentrar uma loja com esse perfil? O LeiaJá falou com proprietários de sex shop para saber mais sobre o ambiente, os produtos e o perfil de seus frequentadores.

Com a empresa funcionando há oito anos na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, o comerciante Lima, de 50 anos, é o proprietário do Vitrine Sex Shop. O dono conta que, pelo fato de ainda existirem alguns preconceitos velados, seu estabelecimento está preparado para receber os mais distintos perfis, como o público LGBTQI+ e os evangélicos. “O local é discreto e garante a privacidade de quem entra na loja, lá dentro os vidros são insulfilmados para maior segurança”, explica. Com os geis (retardadores de ejaculação e sensitivos) e próteses com vibrador liderando o ranking de vendas, Lima destaca que as funcionárias são preparadas para que o atendimento aos frequentadores, a maioria mulheres, seja feito sem constrangimento. “Dos clientes, 80% são mulheres, 20% são homens, mas muitos casais vêm juntos e oferecemos produtos para ambos, as vendedoras são treinadas para deixar os clientes bem à vontade”, declara.

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Parte interna da Vitrine Sex Shop em Guarulhos - Foto: Divulgação/Vitrine Sex Shop

Já no bairro de Heliópolis, região sul da capital paulista, a empresária Bruna Feitoza, de 27 anos, decidiu abrir sua loja física, a Ponto B, após ficar mais de um ano negociando produtos por canais virtuais. Atuando no ramo desde a adolescência, Bruna aponta que um dos diferenciais do negócio poderia estar na aproximação com os clientes e na demonstração do uso de algumas mercadorias. “Não vou vender só as pétalas perfumadas, por exemplo, vou falar o que o cliente pode fazer com elas, monto todo um cenário”, declara. Além do suporte que a Internet poderia não oferecer, Bruna também considera válido o fato de prestar um tipo de consultoria a seu público alvo. “Damos toda uma consultoria, uma resolução e se identificamos que só o produto não resolve, indicamos que ele procure ajuda profissional”, ressalta. Com clientes que variam entre 19 e 61 anos e uma variedade que vai de lingeries a fantasias, passando por produtos facilitadores de orgasmos femininos, Bruna também afirma que a maioria de sua clientela é formada por mulheres. “Elas procuram sempre algo para inovar, fazer surpresas, apimentar, ter prazer e aumentar a libido”.

Manequim vestida com fantasia na Ponto B - Foto: Divulgação/Ponto B

Dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), em 2017, apresentavam 11 mil pontos de venda na categoria. Ainda segundo o estudo, o segmento gera mais de 100 mil empregos de forma direta e indireta, movimentando mais R$ 1 bilhão ao ano.

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