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A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Espírito Santo informou que a menina de 10 anos que teve de ser submetida a um aborto após ser vítima de estupro está inserida no Programa de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas de Violência (Provita). No programa, a criança vai receber ajuda para ter a garantia da integridade física e psicológica; reinserção social em novo território, e acesso a direitos, como convivência familiar e comunitária. A pasta informou que, caso a menina e os familiares queiram, há a possibilidade de mudança de identidade da pequena.

De acordo com a investigação policial, a criança foi vítima de abusos sexuais pelo próprio tio, preso em Betim, na Grande Belo Horizonte, após tentativa de fuga. Ele é acusado de estupro de vulnerável e, segundo a menina, a abusava desde que ela tinha 6 anos. A criança foi submetida à interrupção da gravidez no domingo, sob protestos de grupos conservadores que foram até a porta do hospital e hostilizaram profissionais de saúde. A secretária ainda explicou que o programa tem caráter sigiloso e mais informações sobre a criança e a família dela não serão repassadas. Ao todo, o Provita atende 55 pessoas, a maioria testemunhas de homicídios ou sobreviventes.

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Vazamento

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, pediu à Polícia Federal que investigue o vazamento de dados pessoais da menina de 10 anos. No domingo, a extremista Sara Giromini divulgou nas redes sociais o nome da criança, prática vedada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Sara é ex-funcionária da pasta comandada por Damares.

As postagens, em texto e vídeo, viralizaram nas redes sociais. Nelas, Sara divulgava o hospital onde a vítima ia passar pelo procedimento de interrupção da gravidez, autorizado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. No dia em que a menina foi internada, um grupo de pessoas contra o aborto foi para a frente do hospital e tentou impedir o procedimento.

Em nota divulgada nesta quarta-feira (19), Damares solicita ao ministro da Justiça, André Mendonça, o encaminhamento do caso à Polícia Federal, além da articulação com a polícia do Espírito Santo para o possível indiciamento de responsáveis. Na segunda-feira, a pasta já havia divulgado uma nota negando que técnicos do ministério tivessem acesso ao nome da criança ou o endereço da família, rejeitando que o vazamento dos dados partisse do governo. "Lamentável que um caso tão triste tenha suscitado uma campanha desnecessária contra o envolvimento do ministério." O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) protocolou requerimento anteontem, para convocar Damares para ir à Câmara.

Anteontem, o Ministério Público do Espírito Santo denunciou Sara e cobrou uma indenização de R$ 1,32 milhão. Em ação civil, o MP argumenta que a conduta adotada pela extremista "está incluída em uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista, que expõe a triste condição da criança de apenas 10 anos de idade", e a divulgação dos dados pessoais da criança contraria o que está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O Ministério Público do Espírito Santo divulgou ontem que ingressou com mais uma ação civil pública, no caso contra Pedro Teodoro dos Santos, pré-candidato a vereador pelo Partido Social Liberal (PSL).

No dia 16, segundo o MP, Pedro Teodoro postou nas redes sociais a frase: "Todos a favor da vida me ajudem a levantar a # acima! Não se paga um mal, cometendo outro maior ainda!". A postagem foi feita minutos após a divulgação de que a menina passaria pelo procedimento de interrupção da gravidez. O Ministério Público, na ação, afirma que as atitudes de Pedro também estão incluídas "em uma estratégia midiática de viés político-sensacionalista iniciada pela que se porta como líder do grupo fundamentalista, a radical Sara Giromini. O 'político', em depoimento à polícia, admitiu que seguiu os ditames da extremista." O Estadão tentou contato com Pedro, mas não teve resposta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi anunciada, na tarde desta sexta-feira (2), a não renovação do convênio do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) para a execução do Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas de Morte em Pernambuco (Provita). 

Durante pronunciamento foi explicitado que o motivo de deixar o projeto, que há 20 anos era executado pelo gabinete, foi a excessiva conjuntura de desrespeito e violação promovida contra as políticas públicas de proteção no Estado. A decisão foi tomada em reunião realizada no último dia 29 de setembro.  

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De acordo com Rodrigo Deodato, Coordenador Executivo do Gajop, o modelo estruturado vigente de conveniamento tem impedido a realização dos objetivos essenciais do projeto. “Nós não aceitamos mais a estrutura de violação e desrespeito que vem sendo estabelecida nos últimos anos. Por conta disso, essa decisão é irreversível e irrevogável, mas continuaremos mantendo a assistência em prol da proteção pública”, explica Rodrigo. 

De acordo com o coordenador, o repasse da verba do Governo do Estado para o projeto estava atrasado há sete meses e, por conta disso, houve atraso de alugueis, além da não distribuição de recursos para alimentação e necessidades básicas, ausência de continuidade de acompanhamento psicossocial adequado, dificuldade de acesso às demais políticas públicas no âmbito da assistência social.

Todas essas questões impossibilitaram o gabinete de seguir, com a execução do projeto que tem que permanecer, visto que a existência dessa política faz parte da lei. Para isso, uma assembleia deverá acontecer para definir qual entidade cuidará do projeto a partir de agora. Por enquanto, não há nenhum nome cotado. 

O projeto – De acordo com Cristiane Meireles, coordenadora do programa, o Provita dá proteção a 30 pessoas, sendo 11 testemunhas de crimes como homicídio (em sua maioria); tráfico de drogas; extorsão e tortura. Os outros 19 correspondem a familiares que acompanham o parente na proteção. No geral, as pessoas possuem idades entre 20 e 39 anos, mas há crianças e bebês presentes. Em 20 anos de programa no estado, não houve nenhum assassinato a protegido.

Confira o vídeo com a conselheira do Provita, Verônica Carrazzone, que explica os próximos passos do projeto:

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