Tópicos | Ravi Shankar

A filha do lendário tocador de cítara indiano Ravi Shankar afirmou nesta quinta-feira em um vídeo divulgado por uma campanha de direitos das mulheres que foi abusada sexualmente quando criança por um conhecido da família. Anoushka Shankar, uma famosa tocadora de cítara que costumava se apresentar com seu falecido pai, disse que decidiu ir a público em apoio à campanha One Billion Rising contra a violência contra as mulheres.

Ela dedicou sua mensagem a uma estudante indiana de fisioterapia estuprada em um ônibus por seis homens no dia 16 de dezembro em Nova Délhi que faleceu posteriormente em um hospital de Cingapura como consequência de seus ferimentos. O crime provocou protestos violentos e discussões na Índia sobre o tratamento concedido às mulheres no país.

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"Quando criança, sofri abuso sexual e emocional por muitos anos nas mãos de um homem que os meus pais confiavam implicitamente", disse Shankar na mensagem postada no YouTube a partir de sua casa em Londres. "Crescendo como a maioria das mulheres que conheço, sofri várias formas de carícias, toques, abuso verbal e outras coisas que eu não sabia como lidar, eu não sabia que eu poderia mudar", disse Shankar.

"Chega. Estou me levantando. Estou me levantando pela (vítima de estupro coletivo em Nova Délhi) e por mulheres como ela. Estou me levantando com as mulheres do meu país", afirmou a artista nascida nos Estados Unidos. Eventos que marcam a campanha One Billion Rising, coincidindo com o Dia de São Valentim (Dia dos Namorados em diversos países), estão previstos por toda a capital indiana nesta quinta-feira, afirmou Kamla Bhasin, ativista pelos direitos das mulheres que lidera a campanha no sul da Ásia.

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O músico indiano e virtuose da cítara Ravi Shankar, que exerceu grande influência sobre músicos ocidentais, dos Beatles ao violinista clássico Yehudi Menuhin, faleceu aos 92 anos, depois de passar por uma cirurgia nos Estados Unidos. Shankar, pai da cantora e compositora americana Norah Jones, faleceu em um hospital de San Diego (Califórnia), onde havia sido internado para ser submetido a uma cirurgia.

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O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh manifestou pesar pela morte do artista e saudou a figura de Shankar como "um tesouro nacional e embaixador da cultura indiana no mundo inteiro".

Shankar, que morava na Califórnia, nasceu em uma família de casta elevada na cidade sagrada de Varanasi, norte da Índia, em 7 de abril de 1920. Ele ensinou o amigo George Harrison, que faleceu em 2001, a tocar cítara e colaborou com o ex-Beatle em vários projetos, incluindo o famoso show para Bangladesh, em 1971. Os Beatles chamavam Shankar de "padrinho da música mundial".

Iniciou a carreira muito jovem e realizou turnês pela Europa ao lado do grupo de dança de seu irmão Uday, mas retornou à Índia no fim da década de 30 para estudar a cítara com o prestigioso Allaudin Khan.

Shankar foi apresentado a Yehudi Menuhin no início da década de 50 e fez várias apresentações na Europa e Estados Unidos antes do lançamento de seu primeiro LP, "Three Ragas".

Entre os músicos contemporâneos importantes sobre os quais exerceu influência está o grupo The Byrds: a canção de 1965 "Eight Miles High" tem a marca inconfundível da cativante cítara de Shankar. No mesmo ano, George Harrison usou a cítara na música "Norwegian Wood".

O primeiro dos três prêmios Grammy do indiano foi recebido em 1967 pelo disco, em colaboração com Menuhin, "West Meets East". O segundo veio em 1972, pelo álbum Concerto para Bangladesh, e o terceiro em 2001 por "Full Circle", gravado no Carnegie Hall de Nova York.

Shankar, que também foi deputado no Parlamento de seu país e dirigiu uma fundação beneficente, disse que sua principal conquista foi ajudar o público ocidental a entender melhor a mússica clássica da Índia.

Shankar morreu na terça-feira (11) ao lado da família depois de passar por uma cirurgia, que "potencialmente poderia ter representado uma nova vida", afirma a família em um comunicado. "Com grande tristeza escrevemos para informar que Pandit Ravi Shankar, marido, pai e alma musical, faleceu hoje", afirma o comunicado assinado por Sukanya e Anoushka Shankar, esposa e filha do músico.

"Como todos sabem, a saúde dele era frágil nos últimos anos e na quinta-feira passou por uma cirurgia que, potencialmente, poderia ter dado uma nova vida". "Infelizmente, apesar dos melhores esforços dos cirurgiões e médicos, seu corpo não foi capaz de suportar a pressão da cirurgia. Estávamos a seu lado quando morreu", completa a nota.

Shankar faleceu no Scripps Memorial Hospital de La Jolla, perto de San Diego, sul da Califórnia. O comunicado da família, divulgado pelo agente Stuart Wolferman, completa: "Sabemos que vocês sentem esta perda como nós e agradecemos suas orações e bons desejos durante este tempo difícil".

"Apesar de um momento de tristeza e de pesar, também aproveitamos para agradecer a possibilidade de tê-lo em nossas vidas". "Seu espírito e legado viverão em nossos corações e em sua música", conclui o comunicado.

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