Tópicos | Reinaldo de Oliveira

A atriz Geninha da Rosa Borges sobe ao palco do Teatro Valdemar de Oliveira, nesta segunda (26), ao lado de Reinaldo e Pedro de Oliveira. Eles apresentam a peça RPG que, além de reunir as distintas gerações do Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), abre oficialmente a campanha Dê a Mão ao TAP, que promoverá várias ações visando a arrecadação de verba para promover a modernização da sede do grupo, no bairro da Soledade. 

90 anos de Geninha da Rosa Borges

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A montagem, com texto original e direção de Pedro Oliveira, coloca os artistas em situações diversas. Geninha declama poesias de Fernando Pessoa e Ascenso Ferreira, enquanto Reinaldo canta e relembra antigas propagandas de rádio de sucesso e Pedro faz uma homenagem à atriz com a paródia Nicinha da Rocha Borba. O espetáculo conta com a participação dos músicos Ivanildo Silva, Ivanildo dos Teclados e Terezinha do Acordeon. 

Além do espetáculo desta segunda, a campanha Dê a Mão ao TAP lança o livro TAP - Sua Cena & Sua Sombra, de Antonio Edson cadengue, que mostra os momentos mais significativos da companhia criada em 1941 por Valdemar de Oliveira. A publicação e o DVD Assim Caminha a Terceira Idade, que traz Geninha sob direção de Pedro de Oliveira, poderão ser adquiridos nesta noite de estreia no Teatro Valdemar de Oliveia. 

Serviço

RPG - com Geninha da Rosa Borges, Reinaldo de Oliveira e Pedro de Oliveira

Segunda (26) | 21h

Teatro valdemar de Oliveira (Praça Osvaldo Cruz, 412 - Soledade)

R$ 50

(81) 3222-1200

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Um movimento que começou sem grandes pretensões, desafiou tabus em uma época em que ser ator ou atriz significava ser um degenerado e marcou a história das artes cênicas do Estado de Pernambuco. Com a liderança de uma das mais importantes figuras do teatro pernambucano, Valdemar de Oliveira, o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) conseguiu alcançar ótimas bilheterias e ajudou a derrubar preconceitos, trazendo pessoas da sociedade para seu elenco e a devoção ao teatro.

Como parte das comemorações dos setenta anos de existência do TAP, completados ano passado, o grupo está em curta temporada com o espetáculo Um Sábado em 30, o maior sucesso em décadas de atuação. "Essa peça estreou aqui no Teatro de Santa Isabel em 8 de julho de 1963", avisa Reinaldo de Oliveira, filho de Valdemar e atual diretor do TAP.

Reinaldo recebeu, em nome do Teatro de Amadores de Pernambuco, antes do espetáculo desta sexta (14), a Comenda José Mariano, da Câmara Municipal do Recife. A honraria foi entregue pelo vereador Marco Menezes, que propôs a homenagem. À reportagem do LeiaJá, Reinaldo de Oliveira afirmou que "o TAP revolucionou a cena teatral pernambucana", trilhando um caminho até hoje percorrido por diferentes grupos. Ele fala também da honra que é continuar o legado do pai, Valdemar. "Momentos como esse marcam a história do TAP", completou o diretor.

A peça

Um Sábado em 30 é uma peça escrita por Luiz Marinho, ambientada durante a Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder. A trama retrata a vida de uma família abastada do interior de Pernambuco. Uma típica comédia de costumes, o espetáculo tem tipos marcantes, como a velha falastrona Sá Nana, o Major Paulino, chefe da família que ficou cego na Guerra do Paraguai e agora vive passando a mão nas mulheres, e o negro Julião, responsável por alguns dos momentos mais hilários da encenação.

O texto bem-humorado e capaz de causar o riso fácil conquistou o público rapidamente. As  gargalhadas brotavam o tempo todo, motivadas pelos diálogos, pelas situações imaginadas por Luiz Marinho e trejeitos dos atores. Um destaque é a qualidade da atuação de Ivanildo Silva como Julião e a de Maria Paula como Sá Nana, além da espevitada empregada Zefa, interpretada por Clenira Melo.

Apesar de se passar num momento histórico muito específico do Brasil, a peça é ainda de uma vitalidade marcante em vários aspectos e usa muito bem a comédia de situações cotidianas e dos vários conflitos vividos dentro do seio familiar. Um Sábado em 30, ainda que despretenciosamente, condensa diferentes aspectos do desenvolvimento social brasileiro, encarnados nas figuras das filhas "libertinas" com um comportamento moderno demais para os mais antigos, as relações de subserviência dos empregados numa época em que muitos tinham nascido no período da escravidão ou nos tabus em relação à sexualidade ridicularizados no texto.

E chega a ser um alento poder rir de piadas escritas em uma época em que o patrulhamento do "politicamente correto", que pasteuriza e torna qualquer humor em algo completamente sem graça, ainda nem tinha pensado em nascer. Feito por quem ama teatro acima de tudo, o Teatro de Amadores de Pernambuco está de parabéns. E foi aplaudido de pé.

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