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A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) anunciou novas medidas que serão adotadas para preservar a Barragem de Jucazinho, no Agreste pernambucano. Entre as novidades, a retirada da cidade de Santa Cruz do Capibaribe do Sistema Jucazinho, que passará a ser atendida pela Barragem do Prata, a partir do próximo dia 28. O objetivo da ação é compartilhar a água ainda disponível para onze cidades que dependem exclusivamente desse manancial.

A decisão foi tomada por causa da pior seca dos últimos 50 anos no Agreste de Pernambuco, região que detém o pior balanço hídrico do Brasil, segundo a Compesa. Sem chover o suficiente para recuperar os seus mananciais há seis anos consecutivos, a situação de vários municípios dessa região é crítica, com a possibilidade concreta do colapso da Barragem de Jucazinho, localizada em Surubim, também no Agreste. O volume do manancial se encontra hoje com apenas 0,36% da sua capacidade, o que representa apenas 1 milhão e 177 mil m³ dos 327 milhões de m³ totais.

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Em entrevista coletiva realizada na última quarta-feira (20), na cidade de Caruaru, o diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo, explicou a necessidade de alterar o calendário de distribuição de Caruaru, que passará a receber água num rodízio de quatro dias com água e 12 dias sem.

Atualmente, o calendário é de 4 X 8. A partir do dia 28, a Barragem do Prata, que está com 58,27% da sua capacidade máxima, que é de 42 milhões de metros cúbicos, compartilhará água com as cidades de Caruaru, Cachoeirinha, Ubirajuba, Altinho, Agrestina e agora, Santa Cruz do Capibaribe.

Ainda segundo o diretor, a empresa aguardou o término da quadra chuvosa no Agreste (período de chuva em uma determinada localidade), quando não há mais possibilidade de reversão do quadro de chuvas, para revelar o resultado dos estudos técnicos e climáticos realizados para a região. 

Escassez 

Ao fazer um balanço da pluviometria em 2016, a gerente da Unidade de Negócios da Compesa em Caruaru, Nyadja Menezes, explicou que choveu uma média de 50 mm no período de janeiro a julho deste ano. O período de chuvas no Agreste, em especial na Bacia do Capibaribe que alimenta a Barragem de Jucazinho, é de 15/03 a 15/07, que foi caracterizada pela ausência de chuvas.

Em setembro do ano passado, três das quinze cidades que eram abastecidas por Jucazinho deixaram de receber água deste manancial: Caruaru, Bezerros e Gravatá. Assim, a Compesa conseguiu atender melhor as outras doze cidades: Casinhas, Cumaru, Frei Miguelinho, Passira, Riacho das Almas, Salgadinho, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, Surubim, Toritama, Vertente do Lério e Vertentes.

Com as adequações, e Jucazinho chegando ao colapso em outubro, a partir de então, algumas cidades passarão a ser abastecidas por carros-pipa. Houve uma redução gradativa das vazões de captação que, em condições normais, eram de 1200 litros por segundo e, face à estiagem, atualmente é de apenas 170 litros por segundo. 

Outras ações no valor de R$ 110 mil serão realizadas nas Estações de Tratamento de Água de Caruaru para aumentar a performance do sistema diante das mudanças no calendário de abastecimento para a cidade de Caruaru.

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