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De suores noturnos a variações de humor, esses são alguns sintomas menopáusicos que as mulheres sabem que, em algum momento da vida, irão enfrentar. Se algumas delas encaram o assunto com certos receios, outras têm inúmeras dúvidas sobre essa fase que ocorre, em média, entre os 45 e 55 anos de idade. Pensando nisso, o LeiaJá conversou com a médica ginecologista Aleide Tavares, do Hospital da Mulher do Recife, para esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto e explicar qual a importância do Dia Mundial da Menopausa, comemorado nesta quarta-feira (18).

A data

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu esse dia como uma forma de conscientizar e orientar as mulheres a entenderem a importância do tratamento para alívio dos sintomas, principalmente pela menopausa ser considerada uma fase de mudanças e desafios, no que diz respeito aos sintomas que com ela chegam.

De acordo com os especialistas, é muito importante existir uma data que discuta sobre o assunto pois, segundo a própria OMS, em 2025 a menopausa deverá impactar mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. No Brasil, em específico, estima-se que, atualmente, aproximadamente 29 milhões de mulheres estejam nessa fase, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a Dr. Aleide Tavares é muito importante que se discuta sobre o tema com a população feminina, pois a menopausa está totalmente ligada ao bem-estar da mulher.

“O principal objetivo dessa data é alertar as mulheres para as mudanças que ocorrem no corpo e que podem interferir muito na qualidade de vida”, pontua a ginecologista, ao explicar que a menopausa pode aumentar os riscos do desenvolvimento de algumas doenças.

Como enfrentar, com saúde, a menopausa?

Mesmo alertando sobre os cuidados dessa fase, Aleide tranquiliza as mulheres ao afirmar que “a menopausa não é uma doença, e sim uma fase totalmente fisiológica” que precisa ser acompanhada por profissionais adequados, que conversem com as pacientes sobre o climatério.

“O ginecologista tem um papel importantíssimo na assistência das mulheres nessa fase da vida, tanto por orientar tratamentos que vão minimizar os sintomas, quanto tratamentos que vão prevenir doenças que são mais prevalentes nessa fase, como doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose”, afirma a especialista que também cita a terapia hormonal com estrogênio, que é um tratamento que alivia sintomas comuns que acompanham essa fase.

Entre os sintomas citados pela médica estão: atraso da menstruação, que passa a ter um intervalo maior; alteração no volume da menstruação, que é reduzido ou aumentado; ondas de calor, que podem sem leves ou intensas; irritabilidade; ressecamento vaginal; dificuldades para dormir; alterações vaginais; alterações do desejo sexual; entre outros sintomas.

“Além da terapia hormonal, há outras medidas que a mulher pode adotar que vão melhorar a sua qualidade de vida e reduzir os sintomas. E isso inclui mudança no estilo de vida, como a prática de exercício físico regular acompanhado de uma dieta equilibrada, rica em fibras e proteína. Reduzir a ingestão de alimentos industrializados, como refrigerantes e gorduras saturadas. Reduzir o nível de estresse, tentando evitar situações estressantes. Reservar um momento do seu dia ou na sua semana para o lazer, fazendo algo que dá prazer”, pontua.

Menopausa precoce

Cientes que a menopausa ocorre em torno dos 50 anos de idade, algumas mulheres se assustam quando essa fase acontece um pouco antes da média em geral. Sendo assim, a ginecologista informou como a paciente deve proceder nesses casos.

“Se acontecer antes dos 40 anos de idade, temos que investigar, porque não é normal, não é um processo fisiológico. Então se a mulher para de menstruar espontaneamente antes dos 40 anos, provavelmente deve se tratar de alguma doença. Alguma alteração endocrinológica, pode ser algum tipo de infecção, alguma doença autoimune”, afirma Aleide que explica que em alguns casos, nos quais esse problema de saúde é corrigido, a mulher pode voltar a menstruar, mas isso não vale para todas as situações, por isso sempre é importante procurar um ginecologista.

No Brasil, as mulheres vivem, em média, sete anos a mais do que os homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais do que ter uma expectativa de vida maior, é fundamental garantir a longevidade saudável e os cuidados com a prevenção de doenças por meio da realização de exames de forma rotineira - fator decisivo para a manutenção da boa saúde. Isso porque muitas das doenças que afetam as mulheres apresentam chances de cura significativamente maiores quando descobertas no estágio inicial.

Câncer de mama, do colo do útero e de intestino, diabetes, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças da tireoide são algumas delas. Todas podem ser detectadas por meio de exames e tratadas com alto índice de sucesso se identificadas precocemente.

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“Os exames de rotina variam de acordo com as diferentes fases da vida e dependem de vários aspectos como vida sexual, ocupação da paciente e relatos de sinais e sintomas. Além dos testes laboratoriais, a mamografia também é uma grande aliada da saúde feminina, já que é a principal maneira de descobrir o câncer de mama. É fundamental que os exames sejam solicitados por um médico, que é quem saberá interpretar os resultados e orientar a mulher da maneira correta, quando necessário.”, explica a médica patologista clínica e diretora de Marketing da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC), Annelise Wengerkievicz.

Exames que devem estar no radar das mulheres.

Colpocitologia oncótica (ou Papanicolau): indicado para o rastreio do câncer de colo de útero, doença que, atualmente, é a quarta causa de morte em mulheres no Brasil. O exame ajuda a detectar lesões precursoras ou câncer em estágio inicial no colo do útero e, com isso, potencializa muito o tratamento da paciente e aumenta as chances de cura. O procedimento deve ser realizado anualmente, mas sua frequência pode ser reduzida para a cada três anos após exames consecutivos com resultados negativos. Se a mulher tiver alguma condição que impacte em sua imunidade, o Papanicolau precisa ser feito com periodicidade mais curta, entre 6 e 12 meses.

Pesquisa de HPV de alto risco: o exame foi incluído recentemente nas recomendações de rastreio do câncer de colo do útero. Alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV) configuram como a principal causa deste tipo de câncer e o procedimento apresenta uma sensibilidade superior ao Papanicolau, ajudando a detectar mais casos da doença. Outra vantagem é que nos casos de resultado negativo, a periodicidade de realização do exame pode ser bastante reduzida, mas sempre com orientação médica.

Sorologia para hepatite e HIV: as duas doenças podem levar longos períodos para causar sintomas e suas consequências são graves (no caso da hepatite, em especial os tipos B e C). Por isso, é muito importante que a paciente receba o diagnóstico precocemente para poder iniciar o quanto antes o tratamento e ter uma boa qualidade de vida. Esses testes são feitos com coleta simples de sangue.

Glicemia de jejum e dosagem de colesterol e triglicerídeos: os três exames são fundamentais para detectar algumas das maiores causas de adoecimento e morte de mulheres, como o diabetes, as doenças cardiovasculares e o AVC. Todos esses testes são realizados por meio de coleta simples de sangue e a idade em que a mulher precisa começar a realizá-los e a periodicidade dependem das condições da paciente, de quais doenças ela já tenha recebido diagnóstico ou mesmo de seu histórico familiar.

TSH: indicado para detectar o hipertireoidismo, que é o excesso de função da tireoide, e o hipotireoidismo, condição que causa o funcionamento insuficiente da glândula. É feito por meio de coleta de sangue.

Pesquisa de sangue oculto nas fezes: os casos de câncer de intestino vêm crescendo entre as brasileiras e esse exame ajuda a diagnosticar a doença. A indicação é que seja realizado anualmente a partir dos 45 anos.

O Dia Internacional da Mulher, que é comemorado no dia 8 de março, marca o resultado de uma série de fatos, lutas e reinvindicações femininas. A data também serve de alerta para campanhas que visam melhorar a qualidade de vida das mulheres, em especial, a saúde.

Os recursos da medicina nuclear são usados, não somente, para obter diagnóstico preciso, mas também para o tratamento de doenças graves, como o câncer de mama, colo de útero e até tumores ou disfunções na tireoide.

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Exames de imagem molecular utilizam substâncias com radiação em níveis seguros, conhecidas como radiofármacos. A avaliação do paciente é feita a partir da administração destes radiofármacos, que são absorvidos pelas células cancerígenas e emitem radiação que é captada por equipamentos específicos.

Entre as técnicas usadas para a investigação de sinais de câncer de mama e colo de útero está o PET-CT, equipamento que reúne recursos da tomografia por emissão de pósitrons (PET) e da tomografia computadorizada (CT). O sistema detecta tumores microscópicos e nódulos ocultos, confirmando a sua malignidade, bem como a localização exta e a extensão atingida pelas células cancerígenas.

Outro aliado na luta contra o câncer, especialmente de mama, é o exame de cintilografia para pesquisa de linfonodo sentinela, que combina método de diagnóstico por imagem da gama câmara e biópsia para detectar os primeiros gânglios linfáticos atingidos pelas células tumorais, por onde a doença costuma se alastrar. A técnica revela se há presença de sinais de metástase e pode até evitar extração desnecessária de toda cadeia linfática, reduzindo significativamente o risco de complicações às pacientes.  

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher a UNINASSAU- Centro Universitário Maurício de Nassau, por meio das Clínicas-escolas de Fisioterapia e Psicologia, promove um dia de eventos dedicados à saúde da mulher. A ação gratuita será na segunda-feira, 9 de março, das 8h às 12h e das 13h às 17h e irá oferecer relaxamento através de massoterapia, técnicas dermato funcionais para rejuvenescimento facial, orientação nutricional e testes de glicemia.

As Clínicas-escolas de Fisioterapia e Psicologia da UNINASSAU ficam na Rua Jornalista Paulo Bittencourt, 168, Derby. Outras informações: (81) 2121-5922.

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