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A um passo da mobilização para incentivar a imunização contra o HPV, com início no próximo domingo (3), há uma baixa cobertura vacinal e um dos motivos são as dúvidas ainda circundam o tema. Apesar de os números referentes à quantidade de infectados pelo vírus serem assustadores, há formas preventivas e tratamento para homens e mulheres.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 290 milhões de mulheres no mundo têm HPV. Dentre os tipos do vírus, os mais frequentes são os subtipos 16 e 18 que são considerados os de maior risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.

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“A transmissão do HPV é feita preferencialmente por via sexual, em menor quantidade no parto (contato do bebê com a mãe) e no contato com as verrugas genitais”, explica a Dra. Simone Carvalho, coordenadora de ginecologia e obstetrícia do Hospital Esperança Recife. 

Julgado como um vírus silencioso, os indícios para perceber a infecção é a presença das tais verrugas. “A pessoa infectada nem sempre apresenta indícios, pois isso depende do sistema imunológico de cada um. Para isso é necessária a realização de exames preventivos, chamado papanicolau. Além disso, é importante que exames para detecção do subtipo de vírus sejam feitos”, detalha.

A vacinação é aplicada gratuitamente na rede pública de saúde e destinada a meninas de 9 a 13 anos. “O resultado da vacina tem resposta melhor quando tomada o quanto antes, afinal, só há garantia de proteção através da vacinação quando todo o ciclo de aplicações é feito. Essa idade é julgada como o período em que a menina realiza todas as aplicações e está se abrindo para a vida sexual”, explica a coordenadora do Programa de Imunização do Estado de Pernambuco, Ana Catarina de Melo. 

Segundo a coordenadora, a vacinação contra o HPV já está sendo feita na rotina dos serviços, bastando a jovem se dirigir à unidade de saúde mais próxima da sua residência e realizar as aplicações das duas doses. “A primeira dose é feita no dia zero e a segunda é feita seis meses após a primeira aplicação. Ela cobre os quatro tipos mais prevalentes do vírus, o 6, 11, 16 e 18”. 

Prevenção

A médica Simone Carvalho alerta que o uso de preservativos durante as relações sexuais diminuem a forma de transmissão do HPV, afinal, a região que possui as verrugas estarão cobertas. No entanto, mesmo esses indícios não existindo, o vírus pode estar presente, então, para isso, é preciso a realização de exames preventivos para mulheres com vida sexual ativa, assim como a detecção do subtipo que possui. “É importante identificar qual dos vários subtipos possui, pois a vacina pode não oferecer proteção e tratamento contra esse tipo específico, apesar de cobrir os tipos mais recorrentes”. 

Tratamento      

Para quem já possui HPV, o tratamento é simples e importante para evitar o câncer de colo do útero. A vacina pode ser tomada tanto por quem detectou o vírus como quem deseja se prevenir, isso inclui homens e mulheres. 

“As verrugas podem ser retiradas. Dependendo do tamanho e profundidade delas, podem ser retiradas apenas com aplicação de ácido ou, em casos mais complicados, é necessário procedimento cirúrgico”, esclarece a Dra. Simone Carvalho. 

Em todas as hipóteses, é aconselhado a aplicação da vacina e a procura por médicos para esclarecimentos e realização de tratamentos. “O HPV não é algo maligno, por isso tem fácil tratamento”, pontua a médica.

Custo da vacina na rede privada

Algumas clínicas de vacinação realizam a aplicação da vacina contra o HPV, para homens e mulheres das diferentes faixas etárias. No entanto, o custo é pouco acessível. Nesses locais, são ministradas três doses ao custo de, em média, R$ 400 cada, sendo garantida a proteção apenas ao fim de todas as aplicações.    

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