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"Romântica", "poética", "artística" e "feminina" foram os adjetivos ouvidos por quem assistiu ao desfile da maison Christian Dior, nesta sexta-feira, em Paris. O consenso é que a marca manteve o espírito do seu fundador e, ao mesmo tempo, refletiu a sensibilidade de seu estilista, Raf Simons, que teve como colaboradora a Fundação Andy Warhol.

As modelos caminhavam por um cenário onírico inspirado pelas nuvens do surrealista René Magritte, e suas silhuetas refletiam em gigantes esferas metálicas que pendiam do teto. O estilista belga Raf Simons, que está a frente das coleções da maison Dior desde 2012, após o escândalo de março de 2011 com a queda do britânico John Galliano, diretor artístico da marca por 15 anos, propôs 48 looks, entre eles duas túnicas de modelagem ampla com estampas do pai americano da pop art.

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"Para mim Warhol faz muito sentido", disse Simons no release do aplaudido desfile, em que destaca sua colaboração com a Fundação Andy Warhol. "Me interessava a delicadeza e sensibilidade do trabalho que Warhol fez no início", acrescentou Simons, lembrando também que Christian Dior, fundador da histórica marca, começou sua carreira como dono de uma galeria e representou no início de carreira o espanhol Salvador Dalí e o suíço Alberto Giacometti.

A coleção criada por Simons incluiu desde elegantes casacos em pele de astrakan (tipo de cordeiro) e vison ou em suave lã vermelha, adornado com um laço, até delicadas capas em seda rosa pálido sobre um corpete preto e uma saia curta em seda azul marinho metálico, passando por vestidos tomara-que-caia. No desfile da Dior, que aconteceu em um lugar histórico de Paris, Les Invalides, não poderiam faltar as calças cigarrete, justas até os tornozelos e os looks de cintura marcada, assim como a emblemática jaqueta Bar, todos inspirados nos arquivos Dior.

O estilista belga trouxe também para a passarela saias de cortes irregulares, minissaias e casacos-vestidos em uma paleta que ia do branco e rosa, suas cores fetiche, até o preto. "Fiquei encantado com esta coleção, achei poética, artística, mas ao mesmo tempo dá vontade de usar essa roupa", disse à AFP a modelo russa Natalia Vodianova. Simons, ex-estilista da marca Jil Sanders e que antes de assumir a Dior era conhecido principalmente por sua moda masculina vanguardista, que comercializava em sua própria marca, trouxe para Paris também vestidos curtos.

A passarela da Dior, que hoje é a jóia do grupo de luxo LVMH, de Bernard Arnault, atraiu atrizes como Marion Cotillard e Mélanie Laurent, além de influentes editoras de moda e compradores do mundo inteiro.

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