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O presidente do Liverpool, Tom Werner, se mostrou bastante incomodado com o posicionamento da França em culpar torcedores pela confusão na final da Liga dos Campeões, disputada em Paris. Em carta publicada no jornal Liverpool Echo, o dirigente exigiu um pedido de desculpas e uma garantia de que o caso continue sendo apurado com investigações "independentes e transparentes".

A decisão, vencida pelo Real Madrid diante do Liverpool, ficou marcada pelas cenas de caos na entrada do Stade de France, antes de a bola rolar. Muitos torcedores foram barrados na porta, por estarem supostamente portando ingressos falsos, e algumas dezenas pularam as grades de acesso. Em certo momento, agentes de segurança intervieram e usaram gás de pimenta, atingindo até mesmo crianças na multidão.

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Em pronunciamento na segunda-feira, a ministra de Esportes da França, Amelie Oudea-Castera, disse que a confusão foi causada por torcedores britânicos sem ingressos ou com ingressos falsos. Já Gerald Darmanin, ministro do Interior francês, afirmou ter sido identificada uma "fraude de ingressos de nível industrial". Segundo ele, 70% das pessoas que tentaram entrar no estádio tinham bilhetes falsos.

A carta redigida por Werner foi destinada especificamente a Oudea-Castera. No texto, ele se diz decepcionado com a postura da ministra, a qual considera irresponsável, e conta que recebeu relatos chocantes de torcedores do Liverpool sobre a experiência vivida em Paris durante o final de semana.

"Recebi inúmeros e-mails de torcedores do Liverpool que estavam morrendo de medo e sujeitos a assédio policial, spray de pimenta e gás lacrimogêneo. Além disso, a situação não melhorou no final da noite, com muitos torcedores roubados e atacados por gangues… Uma pessoa disse que estava "presa contra os portões, ninguém estava se movendo e ninguém do outro lado dos portões estava se comunicando". Esses fãs foram tratados como gado", escreveu Werner.

"Seus comentários foram irresponsáveis, pouco profissionais e totalmente desrespeitosos com os milhares de fãs prejudicados física e emocionalmente. A final da Liga dos Campeões deveria ser um dos melhores espetáculos do esporte mundial e, em vez disso, se transformou em um dos piores colapsos de segurança. Em nome de todos os adeptos que viveram este pesadelo, exijo um pedido de desculpas e a garantia de que as autoridades francesas e a UEFA permitam investigação independente e transparente", pontuou na parte final do texto, referindo-se a Oudea-Castera.

A UEFA encomendou um inquérito independente para apurar o que, de fato, aconteceu no Stade de France. Oudea-Castera, por sua vez, prometeu um relatório das autoridades francesas em um prazo de dez dias. Um dos focos principais da investigação será a afirmação de Gerald Darmanin sobre a grande fraude de ingressos.

Segundo a agência de notícias Associated Press, foram colhidos relatos de pessoas que compraram entradas por canais legítimos e foram barrados no portão. Além disso, é apurada a possibilidade de que alguns scanners estivessem com defeito, incapazes de validarem bilhetes originais.

No dia 28 de maio ocorre a tão esperada final da Champions League de 2022. Liverpool e Real Madrid se enfrentam em uma das melhores finais da história da competição. O palco escolhido para esse verdadeiro show é o Stade de France, um estádio acostumado com esses tipos de jogos. O LeiaJá preparou uma matéria especial sobre este verdadeiro monumento do futebol mundial.

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Os atentados cometidos na sexta-feira à noite em Paris aconteceram em seis locais distintos e deixaram pelo menos 120 mortos, incluindo oito terroristas. Os ataques aconteceram perto do famoso Stade de France, zona norte Paris, e nos movimentados bares da zona leste parisiense, perto da praça da República, onde 1,5 milhão de pessoas saíram às ruas depois dos atentados de janeiro na capital francesa.

Bataclan: 82 mortos

Simultaneamente ao ataque no Stade de France, homens armados e sem máscaras abriram fogo na casa de espetáculos Bataclan, zona leste de Paris, aos gritos de 'Allahu Akbar' (Deus é grande), quando a banda americana Eagles of Death Metal se apresentava no local. Ao menos 82 pessoas morreram na tomada de reféns de quase três horas.

"Ouvi quando diziam: 'A culpa é de Hollande, a culpa é do seu presidente, não tem por quê intervir na Síria'. Também falaram do Iraque", afirmou Pierre Janaszak, um apresentador de rádio e televisão de 35 anos, que estava no local.

A operação iniciada pela polícia pouco antes das 0H30 (21H30 de Brasília) terminou às 1H00 (22H00 de Brasília). Balanço: 82 mortos, incluindo quatro terroristas.

Rua de Charonne: 18 mortos

As mesmas cenas de guerra na rua de Charonne, um pouco mais ao leste, onde morreram 18 pessoas.

Um homem disse ter escutado tiros durante "dois, três minutos, rajadas". "Vi vários corpos ensanguentados no chão. Não sei se estavam mortos", afirmou.

Segundo a mesma fonte, um café e um restaurante japonês foram alvos dos tiros.

Rua Alibert: 12 mortos

No vizinho distrito 10, um tiroteio aconteceu no cruzamento das ruas Bichat com Alibert, no terraço do restaurante Le Petit Cambodge. Balanço: pelo menos 12 mortos, segundo várias fontes.

"Era surreal, todo mundo estava no chão, ninguém se movimentava", afirmou uma testemunha. "Estava tudo muito tranquilo, ninguém entendia o que acontecia. Um jovem estavam com uma jovem nos braços. Parecia estar morta", completou.

Rua de la Fontaine au roi: pelo menos cinco mortos (testemunha)

A centenas de metros, na rua Fontaine au roi, o terraço da pizzaria 'La Casa Nostra' foi cenário de um ataque. Várias rajadas de metralhadora mataram pelo menos cinco pessoas, segundo uma testemunha, Mathieu, de 35 anos.

"Havia pelo menos cinco mortos ao meu redor, outras pessoas na rua, sangue por todos os lados. Tive muita sorte.

Outra testemunha disse que viu "um Ford Focus preto que atirava e, depois, vários cartuchos no chão".

Stade de France: quatro mortos

O ataque aconteceu às 21H20 (18H20 de Brasília) no famoso Stade de France, zona norte de Paris, onde foram registradas três explosões ao redor do complexo esportivo durante o amistoso de futebol entre França e Alemanha, disputado diante de 80.0000 espectadores. Quatro pessoas morreram, incluindo três criminosos.

Duas explosões aconteceram na rua Jules-Rimet, nas imediações do estádio. Pelo menos uma das duas foi cometida por um homem-bomba, que detonou os explosivos presos ao corpo, e a segunda não teve a origem determinada. A terceira aconteceu perto de um restaurante McDonald's.

O presidente francês, François Hollande, que assistia a partida, foi retirado imediatamente do local, enquanto a segurança era reforçada nas entradas e saídas do estádio. A partida foi disputada até o final (vitória de 2-0 da França) e o público deixou o local em um ambiente de relativa ordem.

Boulevard Voltaire

Um ataque também aconteceu no Boulevard Voltaire, do outro lado da praça da República. O homem-bomba morreu.

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