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Um professor de história de uma escola estadual de São Paulo foi filmado com uma vestimenta que remete à usada pelo grupo racista Ku Klux Klan. O fato ocorreu no dia 8 de dezembro durante um desfile de fantasias.

O caso aconteceu na Escola Estadual Amaral Wagner e foi denunciado nas redes sociais pelo grêmio estudantil da instituição, nesta segunda-feira (20). Segundo o relato, o professor foi vaiado e retirado do desfile, sendo levado à direção da escola.

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“A direção solicitou que o professor prestasse esclarecimentos sobre o ocorrido. Os representantes de sala, presentes no dia, foram convocados pela equipe gestora da unidade escolar, que se retratou com os mesmos, afirmando que a escola não compactua com nenhuma atitude, pensamento ou ideia racista ou preconceituosa e solicitou que os mesmos passassem esse esclarecimento às suas respectivas salas”, informou o grêmio.

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que também é professor e foi diretor da rede pública, publicou o vídeo em questão. O parlamentar repudiou a ação que chamou de “cena deplorável" e prometeu acionar a Secretaria de Educação para apurar o caso. 

A diretoria de ensino também foi acionada pelos alunos integrantes do Grêmio para investigar o caso.

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Conor Climo, 23 anos, foi detido na quinta-feira, na região de Las Vegas, sob a acusação de posse de componentes para fabricar explosivos e planejar um ataque contra uma sinagoga, informou nesta sexta-feira a promotoria do distrito de Nevada.

O jovem compareceu nesta sexta a uma corte federal de Nevada, após ser preso por agentes do FBI que monitoravam suas conversas online com uma "organização extremista de supremacistas brancos" comprometida com "terrorismo e outros atos violentos".

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A troca de informação entre Climo e os extremistas incluía a fabricação de explosivos e a vigilância a um bar gay, segundo a denúncia.

As autoridades confiscaram na casa de Climo um lap top com desenhos de planos para ataques na área de Las Vegas, e diagramas de explosivos com cronômetros.

Os responsáveis pelo "cumprimento da lei em Nevada permanecem decididos a utilizar todo o peso dos nossos recursos de investigação para prevenir a violência extremista antes que ela ocorra", declarou o procurador federal Nicholas Trutanich.

Se for condenado, Climo poderá enfrentar uma pena de até dez anos de prisão e multa de 250 mil dólares.

A prisão de Climo ocorre após tiroteios nas cidades de Gilroy, Califórnia; El Paso, Texas; e Dayton, Ohio, que deixaram 35 mortos no total.

"Essa terra é nossa! Essa terra é a nossa!" Esse foi o grito de ordem usado por um grupo de pouco mais de dez pessoas que se definiram como "nacionalistas" e "identitários" para interromper, há duas semanas, um debate na livraria Politics & Prose, em Washington. A conversa no local era sobre um livro que discute impactos de um ressentimento de fundo racial nos Estados Unidos.

O episódio, sem desdobramentos criminais, ilustra o que especialistas apontam como uma tendência de crescimento dos extremistas que defendem o nacionalismo e a supremacia branca - em oposição a negros, judeus e muçulmanos. Nem Washington, que já foi considerada uma das "cidades-santuário" para acolhimento de imigrantes, escapa mais das manifestações radicais.

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Os dados variam dependendo do método usado pela instituição que conduz a análise, mas o aumento é constante. A Liga Anti-Difamação (ADL, na sigla em inglês) aponta que, em 2017, os casos de violência cometidos por grupos de extrema direita e supremacistas brancos representaram 59% do total de todos os ataques extremistas nos EUA. Um ano antes, eles eram responsáveis por apenas 20% dos casos. Pesquisa do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) também indica um crescimento dos casos de violência praticada pela extrema direita.

Há duas semanas, um ataque contra uma sinagoga na Califórnia reacendeu as preocupações com o tema. O suspeito de abrir fogo e matar uma pessoa, além de ferir outras três, tem 19 anos e foi acusado de 109 crimes de ódio e crimes federais.

Nos últimos dois anos, os EUA foram palco de ataques de crimes de ódio ligados a radicais nacionalistas. O caso mais notável foi Charlottesville, em 2017, quando supremacistas brancos e simpatizantes do neonazismo fizeram uma manifestação na cidade. Um ato contrário ao grupo foi atacado por um motorista, que jogou o carro contra manifestantes, matando uma mulher e ferindo 19 outras pessoas.

Brian Levin, diretor do Centro para Estudo do Ódio e Extremismo, da Universidade da Califórnia, aponta que o número de homicídios causados por extremistas de direita e nacionalistas brancos subiu de 13 casos, em 2017, para 17, em 2018, nos EUA. "A questão está afetando não só os EUA, mas muitos países do mundo", afirma.

"Qualquer movimento radical e de ódio pode cometer um ataque em massa. Mas há algumas ideologias que estão tendo um incentivo maior. Hoje, os nacionalistas brancos são a ameaça extremista mais proeminente", completa Levin.

Em outubro, um atirador abriu fogo em duas sinagogas em Pittsburgh e mudou a rotina dos judeus da Pensilvânia. Na ocasião, 11 pessoas foram assassinadas. O atirador passou meses usando as redes sociais para fazer postagens racistas, antissemitas, nas quais chamava os imigrantes de "invasores". No dia em que decidiu entrar nas sinagogas com um rifle e três pistolas, ele postou: "Não posso sentar e assistir a meu povo ser abatido. Dane-se sua ótica, eu estou entrando."

Desde então, as sinagogas passaram a ampliar os botões de pânico espalhados pelo ambiente - de menos de dez para algumas dezenas. O mecanismo permite um comunicado direto às autoridades policiais. As sinagogas na Pensilvânia também realizaram treinamento de como fugir ou se esconder em caso de ataques. A Federação Judaica da Grande Pittsburgh promoveu cerca de oito treinamentos por semana depois do atentado.

A ação em Pittsburgh teve efeitos políticos. Congressistas estaduais da Pensilvânia anunciaram na quinta-feira, 9, que discutirão seis projetos de lei com foco no combate aos crimes de ódio. As medidas no pacote incluem a criação de um banco de dados de grupos de ódio, a exigência de que os criminosos façam aulas sobre diversidade e um rigor maior na investigação e na punição dos casos, que passarão para a alçada do procurador-geral do Estado.

Para Seth Jones, diretor do projeto de ameaças transacionais do CSIS, o atirador de Pittsburgh é um sinal do quadro nacional. "Apesar de a violência de grupos de extrema esquerda também representar uma ameaça, as redes de extrema direita aparentam estar mais bem armadas e serem maiores", afirmou. Ainda segundo ele, o número de ataques da extrema direita, desde 2014, foi maior do que os ataques de extremistas islâmicos.

O diretor do CSIS usa dados coletados por um consórcio da Universidade de Maryland para estudo do terrorismo. Segundo ele, os ataques terroristas de extremistas de direita subiram nos EUA para 31 casos em 2017. Entre 2007 e 2011, foram contabilizados menos de 5 casos por ano. Na Europa, o número de ataques subiu de 9, em 2013, para 30, em 2017. Em 31% dos atentados, os alvos são figuras religiosas ou instituições e a arma de fogo é usada em 38% das vezes.

Republicanos e democratas divididos

O crescimento dos ataques de extremistas de direita nos Estados Unidos é um dos temas que polariza o cenário político americano. Enquanto os democratas condenam unanimemente as ações de nacionalistas e de supremacistas brancos, a maioria dos republicanos hesita em criticá-los.

Os deputados estaduais da Pensilvânia que fizeram o anúncio de um pacote de lei para combater o extremismo eram todos democratas. "A questão precisa ser bipartidária e não há razão para que isso não aconteça", afirmou o deputado democrata Dan Frankel, que busca apoio de republicanos.

A forma de lidar com o problema divide os dois partidos e expõe o presidente dos EUA, Donald Trump, a críticas severas. Na época das manifestações nacionalistas de Charlottesville - e dos protestos contra os supremacistas brancos -, Trump disse que havia "muito ódio e violência" em "ambos os lados". Em abril, ele voltou a defender a manifestação.

"As pessoas estavam lá para protestar contra a retirada de uma estátua do general Robert Lee", disse Trump, em referência ao líder confederado que lutou para manter a escravidão na guerra civil, no século 19. "Gostem ou não, ele foi um grande general."

No entanto, depois do ataque a tiros contra duas mesquitas na Nova Zelândia, em março, Trump foi questionado se achava que havia um crescimento dos crimes cometidos por supremacistas brancos. Ele rejeitou a ideia. "Realmente não. Acho que é um pequeno grupo de pessoas que têm problemas muito sérios", respondeu o presidente americano.

Trump tem sido constantemente criticado e advertido por aliados republicanos que o tema pode entrar no foco da campanha presidencial de 2020 e ser usado contra ele pelos pré-candidatos democratas, especialmente em Estados com grande número de eleitores moderados e independentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois meses após violentos protestos, a cidade de Charlottesville, no estado norte-americano da Virgínia, foi palco de uma nova manifestação na noite deste sábado (7) contra a remoção de uma estátua confederada.

Liderados por Richard Spencer, ativista conhecido como "Alt-Right", alguns nacionalistas carregavam tochas e se reuniram no Emancipation Park, perto de uma estátua coberta do general confederado Robert E. Lee, cuja remoção foi bloqueada por um tribunal.

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Em sua conta no Twitter, Spencer publicou um vídeo mostrando o ato em que dezenas de militantes entoaram gritos como "Você não nos substituirá" e "Nós estaremos de volta".

Por sua vez, o prefeito de Charlottesville, Mike Signer, respondeu irritado com um tuíte dizendo aos manifestantes para que voltassem a suas casas.

Em agosto o local foi palco de confrontos violentos entre supremacistas e membros de grupos antifascistas. Na ocasião, uma mulher foi morta após ser atropelada. Desde os choques, a estátua do general Lee permanece encoberta com uma lona preta.

Da Ansa

Os vilões já não são mais os gênios do mal ou alienígenas invasores: o Super-Homem tem agora a missão de proteger imigrantes dos abusos de supremacistas brancos.

Na última edição da série "Action Comics", que publica as aventuras do Super-Homem desde 1938, o "homem de aço" age para impedir um operário desempregado que pretende matar imigrantes.

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Com camisa azul e bandana com as cores da bandeira dos Estados Unidos (vermelho, azul e branco), o vilão bigodudo representa todos os clichês do trabalhador americano pobre.

Com uma arma na mão, ameaça mulheres de véu e arremete contra trabalhadores hispânicos, os quais acusa de roubar seu emprego.

"Trabalham por quase nada, não falam inglês e assim não podem exigir sequer um centavo a mais. Tomaram o meu trabalho! Meu modo de vida! Por tudo isto, vão pagar", diz o operário antes de atirar.

Mas no momento exato aparece o Super-Homem, desviando as balas com seu peito, para salvar os imigrantes.

"A única pessoa responsável por sua escuridão, que sufoca a sua alma, é você", diz o herói de capa vermelha ao supremacista branco.

O episódio evoca a recente violência em manifestações de extremistas de direita nos Estados Unidos, como ocorreu em agosto passado, em Charlottesville, Virgínia.

O Spotify informou ter tirado do seu catálogo bandas classificadas como "bandas de ódio racista". A decisão ocorre após os casos de violência envolvendo manifestações de cunho racista nos Estados Unidos. 

O posicionamento também se dá após a plataforma Digital Music News ter encontrado 27 bandas supremacistas brancas no Spotify. Em entrevista à Billboard, uma porta-voz do Spotify disse que o catálogo vem de milhares de gravadores e distribuidoras do mundo todo.

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"Elas são as responsáveis diretas", segundo a porta-voz. "Conteúdo ilegal ou material que favorece o ódio ou incita violência contra raça, religião, sexualidade ou o gosto não é tolerado por nós", complementa. Artistas continuam sendo retirados da plataforma.

O serviço também estuda a possibilidade de bloquear este tipo de conteúdo a partir de futuras recomendações musicais. "Spotify age imediatamente para remover qualquer material assim que isso é trazido a nossa atenção. Nós ficamos felizes de termos sido alertados para isto", finaliza a porta-voz.

Segundo a Billboard, Spotify e outras companhias de streaming têm um desafio delicado de decidir que conteúdo proteger e qual bloquear devido ao vasto catálogo, à liberdade de expressão e questões legais. Desde o último ano, o Deezer possui um site em que os usuários podem denunciar músicas de ódio. De acordo com a Noize, o serviço Pandora alega fazer esse tipo de acompanhamento desde 2014. 

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