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O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que a nova administração da instituição não tem a intenção de reduzir o volume de financiamentos rurais para seguir o entendimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que é preciso "desestatizar" o crédito.

"O ministro Guedes não fala do Banco do Brasil quando fala em desestatizar o crédito. Quando ele fala em aumentar a competição, isso passa pelo aumento do número de competidores e não pela redução do papel do BB", afirmou, após cerimônia de transmissão de cargo na sede do banco.

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Novaes avaliou que há um entendimento tanto do Banco Central como do Ministério da Economia de que seria necessário menos subsídios nos juros do crédito rural e mais apoio ao seguro agrícola. "Essa posição talvez venha para o Banco do Brasil como uma diretriz de governo, mas ainda não participei de nenhuma discussão nesse sentido", acrescentou.

Questionado sobre os altos juros cobrados no mercado de crédito e se a sua gestão no BB buscará a redução dos spreads, Novaes respondeu que essa é uma questão macroeconômica que não cabe ao banco resolver. "Isso passa primeiro pelo alto endividamento do Estado e pelas perspectivas futuras sobre as contas públicas. A competitividade bancária é um segundo ponto", alegou. "Esse governo está trabalhando para melhorar as contas públicas. Com isso poderemos ter juros compatíveis com as taxas internacionais", completou.

Com a indicação do até então procurador-geral do Banco Central (BC) Isaac Sidney Menezes Ferreira para ocupar a diretoria de Relacionamento Institucional e Cidadania da autarquia, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltará a contar com nove votos nos encontros do colegiado para deliberar sobre a taxa básica de juros (Selic). O cargo que agora será ocupado por Isaac Sidney vinha sendo acumulado pelo diretor de Administração do BC, Luiz Edson Feltrim, desde junho de 2012.

Isaac Sidney fez especialização em Direito, com área de concentração em Direito Penal e Processual Penal, pela Atame-MT, com certificação pela Universidade Cândido Mendes, em Brasília. Ele é mestre em Direito, com área de concentração em Direito Constitucional, pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Os diretores indicados pelo novo presidente da autarquia, Ilan Goldfajn, terão ainda que ser aprovados em sabatina pelo Senado Federal.

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Isaac Sidney ganhou destaque no BC com a ação polêmica que moveu contra o ex-diretor da instituição Alexandre Schwartsman e que levou, em setembro de 2014, um grupo de 46 renomados economistas a assinarem um manifesto de apoio a Schwartsman. No dia 8 daquele mês, Isaac disse que daria continuidade ao processo porque Schwartsman teria saído do "campo da divergência para o campo do insulto" ao fazer suas avaliações a respeito do trabalho do BC. No dia seguinte, o procurador informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por meio de nota, que havia decidido não recorrer da queixa crime contra Schwartsman, rejeitada pela juíza federal Adriana Delnoni.

O processo contra Schwartsman teve por base duas entrevistas aos Jornais Brasil Econômico e Correio Braziliense no início de 2014 nas quais o ex-diretor do BC afirmou que a gestão do BC "atua de forma subserviente (ao Palácio do Planalto), incompetente e frouxa".

Além do procurador do BC, foram nomeados diretores o professor de economia da PUC-RJ Carlos Viana Carvalho, para a diretoria de Política Econômica; Tiago Berriel (PUC-RJ), para a diretoria de Assuntos Internacionais; e o CEO da Bradesco Asset Management (Bram), Reinaldo Le Grazie, para a diretoria de Política Monetária. Continuam na autarquia os diretores Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim, Otavio Damaso e Sidney Corrêa Marques. O presidente Ilan Goldfajn também vota no Copom.

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