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O sambista carioca Tunico da Vila, filho de Martinho da Vila, usou suas redes sociais para denunciar um caso de discriminação que sofreu na noite da última sexta-feira (20), em Vitória, capital do Espírito Santo. Por meio de um vídeo, o artista disse que um vendedor de bebidas disse que ele deveria "voltar para favela porque lá era seu lugar".

"Eu, Tunico da Vila, negro brasileiro, acabei de sofrer racismo aqui na Rua da Lama por um idiota falar ‘volta para favela’, uma injúria racial né? Ele falou: ‘volta pra favela, lá é seu lugar’. E o pior, ele é pardo. Estou agradecendo aqui a Polícia Militar que veio e pegou os dados. Racistas não passarão", disse Tunico, na gravação. 

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O sambista contou que o caso aconteceu quando sua esposa, Débora Sathler Ferreira, desceu para passear com Soba, porco de estimação do casal. Ao ver o bicho fuçando a grama, o homem reclamou com ela. 

Sem saber do ocorrido, o sambista desceu em busca da esposa, para pedir que ela lhe ajudasse com um curativo. "Falou que o Soba estava estragando a obra que ele estava pagando [se referindo a obra da rua feita pela Prefeitura], mas os porcos fuçam e os cachorros também. Ele já tinha sido grosso com ela, foi gritar com ela e falei pra ele falar direito com ela e ele disse 'volta pra favela que lá é o teu lugar'. Aí comecei a chamar ele de racista, gritei e fui pra cima dele, não de agredi-lo, mas pra não deixar ir embora. Ele estava vendendo energético, não sei se tinha permissão. Depois de falar o que falou ele me chamou de macumbeiro", contou o sambista ao G1.

De acordo com Tunico, na tradição do candomblé, o porco é o animal sagrado de Omulú, seu orixá de cabeça. O sambista disse que vai registrar boletim de ocorrência junto à Polícia Civil na próxima segunda-feira (23), na delegacia da Praia do Canto, em Vitória.

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