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BELO JARDIM (PE) - A cidade pernambucana de Belo Jardim é conhecida como a Terra dos Músicos. Entre os nomes conhecidos estão o cantor e compositor Otto e os maestros Vavá Vieira e Pachequinho, mas um deles tem um lugar especial no coração dos mais de 72 mil habitantes deste município localizado no agreste central do Estado. O nome dele é o mestre Ulisses Lima, homenageado do Jardim Cultural: Festival de arte e cultura 2013, que tem sua programação encerrada neste domingo (17).

Paraibano de registro, Ulisses Lima começou a trajetória musical na cidade de Jataúba, onde foi criado. Como regente, passou pelas cidades pernambucanas de Brejo da Madre de Deus, São José do Egito, Sertânia, além de Texeira (PB), até chegar ao município de Belo Jardim.

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Autodidata, assumiu a banda de Belo Jardim ainda em 1942, ficando a frente do grupo até o dia de seu falecimento, registrado em 12 de setembro de 2010, já aos 97 anos. Sempre com boa vontade e carinho, chegou a repassar seus conhecimentos para formação de cidadãos e bandas de cidades vizinhas de Belo Jardim.

Dos 76 anos que dedicou ao ensino musical, grande parte foi como regente e professor no Colégio Agrícola (IFPE) e em outros dois colégios estaduais, formando como mestre mais de mil alunos. Um deles foi o maestro Mozart Vieira, que hoje comanda o Grupo do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). “Foi um ícone na qual Belo Jardim deve tudo no sentido musical a ele. Ulisses era um mestre. Nossa convivência foi maravilhosa, ele era um idealista por vida. Valeu a pena a homenagem”, valorizou. Na cidade de Belo Jardim, Ulisses também chegou a ser vice-prefeito entre os anos de 1962 a 1966.

Pai de sete filhos, Ulisses também deixou escrito a sua própria história em formato de livro, já que ele produziu uma autobiografia intitulada “Ulisses: uma odisséia musical”, além de também ter levado a música para dentro de casa. Hoje, a Sociedade de Cultura Musical é dirigida pelo seu filho, o Maestro Uilson Lima e coordenada por sua filha, Conceição Lima, além da ajuda da esposa Maria José, que também preserva o acervo de dobrados e valsas.

“Ele era uma pessoa muito doce. Ele tratava os músicos como se fossem filhos. Ele só chamava ‘meu filho, minha filha’”, explica Conceição. Ela ainda lembra que ele era disciplinador, mas ao mesmo tempo terno e sem distinção entre as pessoas. “Tenho um orgulho enorme dele, principalmente pela pessoa simples que ele era”, complementou.

No próximo dia 22 de novembro, coincidentemente dia do músico em todo país, Ulisses comemoraria 100 anos de nascimento, data que também vou a escolha de seu nome para ser o homenageado do Jardim Cultural 2013. “Vamos fazer uma missa e vai haver uma apresentação da banda da Sociedade Cultura Musical. Optamos por esse formato, pois com certeza é como ele gostaria de comemorar”, pontuou Conceição.

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