No mês em que se é celebrado o Dia Internacional da Mulher, um número impressiona pelo desequilíbrio de gênero no cenário musical. Uma pesquisa elaborada pela União Brasileira de Compositores (UBC) mostra que, no ano de 2019, apenas dez mulheres estão entre os 100 maiores artistas que arrecadaram direitos autorais no Brasil. Ainda de acordo com a UBC, do total dos associados da organização, só 15% são do sexo feminino.
O relatório é parte da terceira edição do estudo "Por Elas que Fazem a Música", que apresenta um mapeamento do papel e da representatividade feminina na música brasileira. Mesmo com elevação de 56% no quadro de associadas da UBC em comparação ao ano de 2018, o estudo mostra que, em 2019, as mulheres receberam somente 9% do total distribuído em direitos autorais.
##RECOMENDA##Mesmo com a disparidade, o levantamento de 2019 apresentou elevação no percentual de mulheres participantes em quatro categorias da produção fonográfica. A pesquisa mostra que, em relação a 2018, o registro de intérpretes foi 9% maior. Entre as autoras, a elevação foi de 11%, mesmo porcentual da função de musicista executante. Já entre as produtoras fonográficas, o aumento foi de 15%.
Ganhos como intérprete eleva a renda das mulheres
Outro ponto do levantamento da UBC mostra a origem dos rendimentos na carreira musical. Entre as mulheres intérpretes, 27% da renda são fruto das apresentações como cantora. O porcentual é 13% maior que os ganhos dos homens. Já entre os compositores, 76% dos homens têm lucro vindo de suas autorias. Das compositoras, o total arrecadado de composições próprias é de 66%.