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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse nesta quinta-feira (5) que as vacinas anti-HPV contra o câncer do colo do útero que são regularmente contestadas na Europa não foram a causa de duas síndromes raras, SCDR e SPOT.

A comissão especializada da EMA concluiu, após uma revisão, que "as evidências disponíveis não sugerem que a SCDR e a SPOT são causados por vacinas contra o HPV". "Consequentemente, não há razão para mudar a maneira como as vacinas são usadas e alterar as informações do produto", escreveu a EMA em comunicado.

A EMA deu início em julho a um estudo, encomendado pela Dinamarca, se duas síndromes raras, síndrome de dor regional complexa (SCDR) e síndrome de taquicardia postural ortostática (SPOT), poderiam estar ligadas às vacinas contra infecções por papilomavírus (HPV).

A SCDR é caracterizada por dor crônica que afeta os membros, enquanto que a SPOT é caracterizada pelo aumento da frequência cardíaca durante uma mudança de posição do corpo e associada à tontura, desmaio, dor de cabeça ou fraqueza.

O número de jovens mulheres de 10 a 19 anos desenvolvendo estas síndromes (cerca de 150 sobre um milhão anualmente para as duas síndromes) não é mais significativo entre as jovens vacinadas, segundo a EMA.

Outro estudo realizado na França pela Agência de Seguros Saúde e Vigilância Sanitária (ANSM) com mais de 2 milhões de adolescentes concluiu em setembro que as vacinas contra o HPV não causavam esclerose múltipla ou outras doenças auto-imunes.

Essas vacinas foram administradas a 72 milhões de pessoas no mundo para parar a transmissão sexual do vírus do papiloma humano (HPV). Este vírus é a causa de lesões pré-cancerosas que, depois de vários anos, podem evoluir para câncer do colo do útero, bem como cânceres da garganta ou do canal anal.

A maioria dos países recomenda há alguns anos que meninas entre 9 e 12 anos sejam vacinadas antes de seu primeiro encontro sexual. Na França, as queixas foram prestadas em 2014 contra o laboratório Sanofi Pasteur MSD, acusando a vacina anti-HPV Gardasil de causar doenças autoimunes, incluindo a esclerose múltipla (MS), entre as vacinadas.

Mas para a ANSM, "os benefícios esperados da vacinação em termos de saúde pública são muito maiores do que os riscos aos quais as meninas podem estar expostas".

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