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O carnavalesco Paulo Barros, que foi tricampeão do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro trabalhando na Unidos da Tijuca, em 2010, 2012 e 2014, deixou a Mocidade Independente, onde trabalhou no carnaval deste ano, e assinou com a Portela para o desfile de 2016.

O desligamento da Mocidade havia sido anunciado na terça-feira (24), após uma reunião de Barros com o presidente de honra da Mocidade, Rogério de Andrade. A partir de então surgiram vários rumores quanto ao destino de Paulo Barros. Logo após o anúncio do resultado do desfile deste ano, quando a Mocidade ficou em sétimo lugar, Barros havia dito durante discurso que ficaria na escola de Padre Miguel (zona oeste do Rio). Nesta terça-feira, porém, comunicou o desligamento e horas mais tarde, já na madrugada de quarta-feira, foi anunciado que o carnavalesco transferiu-se para a Portela. A escola de Madureira, maior campeã do carnaval carioca com 21 títulos, ficou em quinto lugar no desfile deste ano.

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Vencedora do Carnaval carioca, a Beija-Flor prepara-se para enfrentar boicote organizado no Facebook contra sua apresentação no desfile das campeãs. Por causa da homenagem à Guiné Equatorial, a escola tem sido criticada por internautas, que planejam deixar o sambódromo antes da entrada da campeã, prevista para ocorrer entre 3h e 4h de domingo.

Desde o anúncio do resultado do carnaval, na quarta-feira, a Beija-Flor virou assunto dos mais comentados nas redes sociais. Usuários reclamam do enredo em homenagem à Guiné Equatorial, país de população pobre governado há 35 anos pelo presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Patriarca de família bilionária, ele ganhou cinco eleições consecutivas com quase 100% dos votos desde que tomou o poder, em 1968.

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O governo guinéu-equatoriano sustenta que não deu dinheiro à escola e que o patrocínio - R$ 4 milhões a R$ 5 milhões - veio de 30 empresas locais. O principal motivo dos ataques nas redes não é a origem do dinheiro, mas o fato de a Beija-Flor ter louvado um país antidemocrático. Logo surgiram piadas na internet sobre possíveis próximos temas da escola, como tributos ao extremista Estado Islâmico e à Coreia do Norte, ditadura asiática. "Estamos prontos para desfilar e vamos cumprir nosso dever. Só precisamos que a pista esteja lá para isso. Se querem boicotar, problema deles. O que se pode fazer? Não cabe à Beija-Flor comentar", disse nesta sexta-feira Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, que comanda o desfile da escola. "Não acredito que 70 mil pessoas irão embora." Ele não chegou a ver os "eventos" de protesto criados no Facebook, incitando boicote e vaias. Um deles é ilustrado com uma foto de notas de dólar sujas de sangue, referência à opressão a opositores na Guiné Equatorial.

A escola ainda não esclareceu quem patrocinou seu carnaval, cujos gastos superaram R$ 10 milhões. Laíla e o carnavalesco Fran-Sérgio Oliveira declararam ter recebido apoio de empresas brasileiras com projetos infraestruturais na Guiné Equatorial, que vive um boom de obras públicas. Parte das empresas citadas negaram o patrocínio. Outras não comentaram. O jornal O Estado de S. Paulo publicou na edição de hoje que a empreiteira Andrade Gutierrez não financiou a Beija-Flor nem tem projetos em andamento na Guiné Equatorial. A empresa confirmou hoje não ter patrocinado o desfile, mas divulgou que tem projetos em andamento, sem discriminar quais são. Segundo a embaixada do país no Brasil, Teodoro Nguema Obiang Mangue, vice-presidente e filho do presidente, não assistirá ao desfile das campeãs. Na segunda-feira de carnaval, ele representou o pai no camarote da Guiné Equatorial e assistiu à passagem da beija-flor.

Mangue é investigado pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro desde 2013. Responde a processos nos EUA e na França, onde possui mansões e carros de luxo. Tem US$ 700 milhões (R$ 1,9 bilhão) em apenas uma de suas nove contas bancárias nos EUA. No Brasil, comprou um tríplex nos Jardins por R$ 42 milhões e uma cobertura na praia de Ipanema por R$ 80 milhões. De acordo com investigação do Senado norte-americano, ele e o pai são suspeitos de se apropriarem dos lucros do país com a exportação de petróleo.

Pelo menos 41 blocos estão programados para desfilar neste fim de semana no Rio. O Monobloco, que completa 15 anos, deverá reunir 500 mil pessoas no domingo, segundo estimativa divulgada pela prefeitura. Com as obras de construção de linha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Avenida Rio Branco, o desfile do Monobloco foi transferido para a Avenida Presidente Vargas, também no centro.

Estão previstos 23 blocos no sábado (21). No fim da manhã, o Quizomba seguirá da Rua Riachuelo até o Circo Voador, na Lapa (região central), com expectativa de receber 10 mil foliões. O bloco terá a cantora Roberta Sá como madrinha da bateria. Às 17h, a Banda Mulheres de Chico tocará em palco montado na praia do Leme, na zona sul. As organizadoras esperam 40 mil pessoas. Na apresentação, apenas músicas do compositor Chico Buarque. Amanhã deverão sair 18 blocos. O maior é o Monobloco, que deverá reunir mais uma vez uma multidão no centro. Será o primeiro desfile do grupo na Presidente Vargas. A concentração será às 8h na Praça da República. O grupo seguirá até a igreja da Candelária, no centro. A previsão de término é às 12h.

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Fundado pelo compositor Pedro Luís e amigos músicos, o Monobloco programou homenagem aos 450 anos do Rio. Serão tocadas músicas de diversas épocas e gêneros, como "Rio 40 Graus", "Cidade Maravilhosa" e "Do Leme ao Pontal" . A bateria, com 160 ritmistas, mistura samba, xote, maculelê, pop e rock. O repertório será de marchinhas, sambas e clássicos da MPB.

A Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa) informou na tarde desta sexta-feira (20) que há 6 mil ingressos disponíveis para o desfile das campeãs, neste sábado (21), a partir das 21h30. Os ingressos são apenas para as chamadas arquibancadas especiais, nos setores 2 a 11 do sambódromo. Estão esgotadas as entradas para camarotes, frisas, cadeiras e arquibancadas "populares" (nos setores 12 e 13). O sambódromo do Rio tem capacidade para 75 mil pessoas.

Os ingressos para as arquibancadas especiais custam de R$ 110 a R$ 300. O valor menor corresponde aos setores 2, 3 e 11. As entradas podem ser compradas apenas em dinheiro atrás do setor 11 do sambódromo, a partir das 10 horas deste sábado.

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O Carnaval de 2015 foi o menos letal dos últimos oito anos. Balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que, da sexta-feira de carnaval até a Quarta-Feira de Cinzas, foram registradas 120 mortes nas estradas federais - o número mais baixo no período -, 2.785 acidentes e 1.786 feridos.

Os dados mostram uma redução de 28% na quantidade de mortos, 22% no total de acidentes e de 18% no número de feridos, na comparação com o ano passado. No ano passado, para cada um milhão de veículos nas rodovias foram registrados 40,5 acidentes, com dois mortos. Neste ano, para cada um milhão de carros, foram registrados 31,7 acidentes, com 1,37 mortos.

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A maior causa das mortes é a colisão frontal entre veículos - que responde por 45% do total de acidentes letais. A alta velocidade causa 26% dos acidentes. No período, foram feitos 85 mil testes para apurar embriaguez ao volante, sendo que, do total, 2 mil casos geraram autuações. A PRF realizou 372 prisões em embriaguez neste carnaval.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comemorou o resultado e creditou a redução dos acidentes com mortos a uma mudança na fiscalização feita pela Polícia Rodoviária Federal. "Acreditamos que este ano o aperfeiçoamento da fiscalização nas estradas levou a esse resultado que superou nossas expectativas", disse o ministro. Ele anunciou ainda que o governo federal autorizou a nomeação de 421 novos policiais rodoviários federais, que já estão treinados. O maior número de mortes foi registrado no Estado de Minas Gerais - 14 vítimas fatais. Na sequência, vêm Maranhão e Distrito Federal, com 10 mortes cada um nas estradas federais.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) instaurou dois processos administrativos para apurar o uso de drones e o salto de quatro paraquedistas durante o desfile da Portela, na noite de segunda-feira (16), no Sambódromo do Rio. Em nota, a agência informou que a operação dos veículos aéreos não tripulados (Vants) é proibida em áreas densamente povoadas e sem o Certificado de Autorização de Voo Experimental. Só nas arquibancadas, frisas e camarotes do sambódromo havia 72 mil pessoas.

De acordo com o texto divulgado pela agência, os operadores dos drones pediram no último dia 12 informações sobre o uso dos equipamentos e foram avisados sobre os procedimentos que deveriam adotar. Mas não formalizaram a intenção de utilizá-los. "Diante das operações com os drones sem a devida autorização e fora das regras da agência, foi aberto um processo administrativo para notificar a escola e o operador responsável pelos equipamentos com o objetivo de obter mais informações, que serão analisadas para eventuais autuações. O infrator estará ainda sujeito a ações de responsabilidade civil e penal", informa a nota.

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No enredo sobre o aniversário do Rio, a Portela usou 450 drones que representavam mini águias, uma para cada ano da cidade. O desfile teve ainda uma águia-robô, que sobrevoou a Sapucaí, e três drones-bola no carro que reproduzia o estádio do Maracanã. Antes do desfile, quatro paraquedistas com efeitos especiais na roupa saltaram de helicóptero a 850 m de altura. Eles eram liderados pelo campeão mundial de skysurf, Gui Pádua. Os paraquedas traziam o nome da escola.

Segundo a Aeronáutica, foi expedido um Notam, documento com informações sobre local e horário do pouso dos paraquedistas, que serve de alerta para aviadores na região. Mas a Anac também instaurou processo administrativo para apurar em que condições ocorreu o lançamento dos paraquedistas. "Para o lançamento de paraquedistas, o piloto deve possuir licença LPDQ e obedecer diversos requisitos de segurança expedidos pelos regulamentos da Agência, tais como o número de ocupantes da aeronave, a procedência da mesma aeronave, entre outros fatores", informou a agência na nota. A Portela informou que está "buscando autorização" para repetir o salto de paraquedas no sábado das campeãs.

De 0h da sexta-feira (13) até o último minuto da Quarta-Feira de Cinzas (18), 83 homicídios foram registrados em Pernambuco. Em coletiva realizada na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS), nesta quinta (19), o Governo confirmou o aumento de 29,7% nos assassinatos, se comparados ao mesmo período do ano passado, quando houve 64 mortes. 

“Na capital, foram 18 casos, oito a mais que no ano passado. Mas precisamos deixar claro que apenas uma morte foi em foco de folia, na segunda-feira (16), no Terminal de Dois Unidos. Foi um acerto de rixa antiga, envolvendo o tráfico de drogas”, garantiu o secretário da pasta, Alessandro Carvalho. Este é o Carnaval com mais morte no Estado desde 2010, quando 91 óbitos foram computados. 

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Segundo Carvalho, a grande parte dos homicídios teve motivações preliminares, sendo a maioria interligada à atividade criminal. Em relação às ocorrências recebidas pelo Centro Integrado de Operações de Defesa Social (CIODS), foram quase 5 mil, menos inferior ao número de trotes passados: 5.485. “Isso gera um problema sério, porque ou estamos perdendo tempo na triagem destas ligações, ou efetivamente estamos mandando viaturas para atender ocorrências que não existem. Vamos instaurar inquéritos para identificar essas pessoas”.

O Estado teve menos 16,2% crimes contra o patrimônio (CVP) durante o Carnaval, como também menos crimes contra a pessoa (2,4% de redução). Já o número de pessoas detidas pela Polícia Militar aumentou em mais de 42%, com 636 pessoas levadas às delegacias e postos policiais montados para o período. 

Mais drogas e menos armas

Se em 2014 a Polícia Militar apreendeu 72 armas, este número caiu para 56 durante o Carnaval 2015. Ao dividir, foram 45 armas brancas e 11 armas de fogo recolhidas das ruas. Porém, o número de drogas encontradas pela PM foi 36,4% mais alto do que no mesmo período do ano anterior. 

“Nos focos de folia, apreendemos cocaína, maconha e pedras de crack. Tubos de loló foram 427 apreendidos (única droga com menos apreensão em 2015). Isto mostra o trabalho e a pró-atividade dos nossos profissionais”, disse o Coronel Pereira Neto, comandante da PM. 

Outro dado reduzido foi o número de atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros, de 1744 pessoas no ano passado para 1015 atendimentos em 2015. Durante todo o período carnavalesco, apenas 15 ocorrências de afogamento no Litoral Pernambucano, sendo 11 no Galo da Madrugada.

 “Apenas houve registro de quatro afogamentos no Litoral Sul, nenhum resultando em morte. E também não tivemos ataque de tubarão. Consideramos que os números foram bons em relação ao Corpo de Bombeiros”, ressaltou o comandante da corporação, Coronel Manoel Cunha. 

O embaixador da Guiné Equatorial no Brasil, Benigno Pedro Matute Tang, afirmou na tarde desta quinta-feira (19) que cerca de 30 empresas do seu país contribuíram para o desfile da Beija-Flor com "entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões". "Dos cofres públicos não saiu R$ 1." Ele disse ainda que não houve patrocínio à escola por empresas brasileiras que têm negócios na Guiné Equatorial.

A informação do embaixador difere do que os carnavalescos da escola de samba, Fran-Sérgio Oliveira e Laíla, haviam informado. Laíla, na semana passada, e Oliveira, nesta quarta, citaram Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, OAS, ARG e F & Costa como empresas brasileiras que teriam contribuído para o desfile.

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Segundo o diplomata, apesar de toda a polêmica envolvendo o desfile, o desfecho foi positivo porque as pessoas que nem sabiam da existência da Guiné Equatorial agora falam do país. Tang rechaçou a informação de que existe uma ditadura em seu país.

O embaixador afirmou que o presidente Teodoro Obiang é eleito e reeleito há 35 anos democraticamente. "Ele vence porque o povo o apoia. Não há ditadura. O voto é secreto e não há manipulação e as eleições são acompanhadas por observadores internacionais. Quem se opõe ao governo não é ameaçado", disse Tang, para quem toda a controvérsia se deve ao fato de o mundo ter preconceito com a África. "Estamos acostumados a que falem mal de nós. Mas somos conscientes de que estamos fazendo bem ao nosso país. As pessoas acham que temos que viver como pobres, vestir farrapos como nos navios negreiros", disse.

Ele ressaltou que as condições de vida da população estão melhorando graças a um programa que começou em 2000 e que traçou como meta o fornecimento de água potável, luz, ruas asfaltadas, saúde, educação e casa própria para todos os cerca de 1,6 milhão de habitantes. Tang reiterou que o presidente não esteve no Rio porque cumpria agenda na República de Camarões.

Intérprete da escola de Samba Beija-Flor e um dos sambistas mais famosos do País, Neguinho da Beija-Flor afirmou que o dinheiro sujo organizou o Carnaval do Rio de Janeiro. A declaração foi dada ao vivo, por telefone, na manhã desta quinta-feira (19) à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, do Grupo RBS. "Se não fosse a contravenção meter a mão no bolso, organizar, estaríamos ainda naquele negócio de arquibancada caindo, desfile terminando duas horas da tarde, cada escola desfilando duas, três horas e a hora que quer. E a coisa se organizou", afirmou. Em seguida, falou em tom irônico: "Se hoje temos o maior espetáculo audiovisual do planeta, agradeça à contravenção".

O cantor foi questionado sobre a polêmica que envolveu o título da Beija-Flor este ano, de que, ao comemorar a cultura africana, homenageou Guiné Equatorial, país que vive em uma ditadura há 35 anos. Neguinho minimizou o fato, dizendo que a Europa tem histórico de exploração de negros, mas que comumente é celebrada nos desfiles.

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Sobre o fato de que a Beija-Flor teria recebido um patrocínio de R$ 10 milhões do governo do ditador Teodoro Obiang, Neguinho declarou não ter conhecimento, mas disparou: "Deixa falar. Deu mídia. Deixa falar". E emendou: "A Portela também teve um patrocínio muito forte. O governador do Rio de Janeiro, o Pezão, queria que a Portela ganhasse. Vai dizer que ele não fez investimento? O prefeito é portelense doente. Vai dizer que não colocaram dinheiro na Portela?".

Neguinho foi questionado em seguida sobre a contribuição de contraventores, como milicianos, donos de bancas do bicho e até de traficantes às escolas. Nesse momento, disse: "Se não fosse dinheiro da contravenção, hoje não teríamos o maior espetáculo audiovisual do planeta. Eu sou do tempo que desfile de escola de samba era a maior bagunça. Terminava duas, três horas da tarde. Chegou a contravenção e organizaram. Hoje eles batem no peito e dizem com o maior orgulho 'a maior festa audiovisual do planeta'. Agradeça à contravenção".

A Beija-Flor conquistou seu 13º título do carnaval carioca com um enredo em homenagem à Guiné Equatorial, país pobre da África Ocidental que vive sob o jugo de um mesmo ditador há 35 anos e do qual teria recebido R$ 10 milhões para o desfile - a escola confirma só R$ 5 milhões. Com 269,9 pontos, ficou quatro décimos acima do segundo colocado, o Salgueiro. Em seguida, pela ordem, vieram Grande Rio, Unidos da Tijuca, Portela e Imperatriz. As seis voltam a desfilar no sábado, na Marquês de Sapucaí, a partir de 21h30.

Uma das favoritas ao título, a Mocidade Independente, que contratou ano passado o carnavalesco Paulo Barros, grande vencedor dos últimos anos, acabou em sétimo lugar e, por isso, não estará no sábado das campeãs. Já a Viradouro, que subiu do segundo grupo em 2014, foi novamente rebaixada. Enquanto a Mangueira (10º) teve a terceira pior classificação em 86 anos de história.

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Em 2014, a Beija-Flor terminou na sétima colocação e isso gerou uma série de protestos de seus dirigentes à Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa), responsável pelo desfile. Ao longo dos últimos meses, 20 dos 36 julgadores de 2014 foram substituídos. O presidente da escola, Farid Abraão David, comemorou a vitória com ênfase. "Finalmente fizeram justiça." Durante o desfile da Beija-Flor, o vice-presidente de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue, filho do ditador, dançava e cantava o samba. Ele ficou num camarote particular com cerca de 40 convidados de seu país. A comitiva fechou um andar no Hotel Copacabana Palace, o dos quartos mais caros. Seu pai, Teodoro Obiang, não veio ao Brasil. Ele é bilionário, segundo a revista Forbes, enquanto a maior parte dos habitantes do país vive na miséria.

A disputa entre Beija-Flor e Salgueiro foi acirrada até o penúltimo quesito, enredo, no qual a diferença de décimos aumentou e praticamente selou a vitória da escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense. Seu desfile foi marcado pela habitual suntuosidade das alegorias e fantasias e pela garra tradicional de seus componentes, quase todos da comunidade. Eles haviam sido instados a "vingar" o insucesso de 2014 e tiveram de ensaiar exaustivamente.

O intérprete da escola, Neguinho da Beija-Flor, comemorou duplamente, pois completou 40 anos na Azul e Branco. "Quase morri do coração." Desde o início da tarde desta quarta-feira, milhares de torcedores se aglomeravam fora e dentro da quadra da escola, esperando pelo resultado. A festa parou a cidade de Nilópolis durante toda a noite. A Grande Rio, três vezes vice-campeã do carnaval, mais uma vez chegou próximo da taça. O terceiro lugar surpreendeu, porque o enredo sobre baralho não teve bom desenvolvimento. Já o Salgueiro amargou novamente o segundo lugar - mesma colocação de 2014, 2012 e 2008.Escola da zona sul do Rio que vive num sobe-e-desce do Grupo Especial, a São Clemente ficou em oitavo lugar, sua melhor colocação em 25 anos. A carnavalesca Rosa Magalhães, uma das mais experientes do carnaval, foi seu trunfo.

Os discípulos superaram o mestre. A comissão de carnaval que assumiu a Unidos da Tijuca, depois que Paulo Barros trocou a escola pela Mocidade Independente de Padre Miguel, deixou a escola da zona norte em quarto lugar. A Mocidade - que nem sequer volta no sábado das campeãs - amargou a sétima posição.

As duas escolas protagonizaram um duelo particular na apuração. Em enredo, Barros terminou com três nota 10. A comissão de carnaval da Tijuca perdeu um décimo. Mas a Tijuca superou a Mocidade em quesitos como fantasia (29,9 a 29,8), comissão de frente (30 a 29,7), mestre-sala e porta-bandeira (29,7 a 29,5). A atuação de Lucinha Nobre, porta-bandeira da Mocidade, foi prejudicada pelo efeito na sua roupa, que pegava fogo. O casal ficou com duas notas 9,8 e uma 9,9. Ao fim da apresentação, Lucinha sentia o braço dormente e acreditava ter sido queimada. Depois, deu entrevistas dizendo que havia sido só um susto. A comissão de frente também teve efeitos pirotécnicos.

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"A gente não tem de julgar o trabalho de Paulo Barros. Ele é um grande artista. Aprendi muito com ele. Ninguém superou ninguém. Fizemos o melhor possível", contemporizou Annik Salmon, que foi braço direito de Barros na Tijuca e ficou na comissão de carnaval depois da saída dele para a Mocidade. Carlos Carvalho, outro integrante da comissão completou: "Para o público, (nosso trabalho) foi uma grande surpresa. Ninguém acreditava." O presidente da Tijuca, Fernando Horta, e Barros trocaram farpas por entrevistas e redes sociais nos últimos dias. Horta não quis comentar nesta quarta-feira o "duelo" com Barros. "Eu não vim aqui ganhar do Paulo Barros. Vim para ganhar de 11 escolas. Paulo Barros não é presidente de escola", reagiu.

O carnavalesco escreveu nas redes sociais, na véspera da apuração: "A Mocidade entrou aos gritos de campeã e saiu ovacionada no setor 11. Independentemente do resultado, fizemos um excelente trabalho. E o povo nos abraçou e comemorou. A Mocidade voltou!" Ele não foi encontrado hoje para comentar o resultado.

A campeã do Carnaval do Rio de Janeiro de 2015 foi alvo de questionamento pelo suposto patrocínio que a escola teria recebido do ditador Teodoro Mbasogo, da Guiné Equatorial. O enredo da Beija-Flor homenageou o país e as especulações em torno da ‘recompensa’ ganharam a mídia. Foi noticiado que a agremiação havia recebido R$10 milhões para custear o desfile. 

Mas o carnavalesco, Fran Sérgio, saiu em defesa da escola e negou que o grupo teria recebido patrocínio do respectivo país. “Não entrou dinheiro do governo, entrou patrocínio cultural. O governo só ajudou em pesquisa. Entrou dinheiro de empresas brasileiras”, afirmou.

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O carnavalesco ainda foi mais ríspido alfinetando os críticos. “Quem se incomoda com patrocínio é burro. O Carnaval é um espetáculo muito caro”, concluiu Fran.

Durante blitzes em polos de animação, o Sindicato dos Músicos de Pernambuco ( Sindimupe) flagrou crianças trabalhando em plena a madrugada no Carnaval do Recife. Segundo a assessoria da entidade, durante a apresentação do Orquestrão, que fecha os festejos de momo no palco do Marco Zero, no Centro do Recife, foram identificados menores de idade integrando a equipe de músicos durante a apresentação.

As denúncias serão apuradas pelo Sindimupe, Ordem dos Músicos do Brasil - Regional PE e pela Prefeitura do Recife. Caso a irregularidade seja comprovada, o Sindicato, Ministério Público e Juizado da Infância e da Juventude irão se reunir para decidir as devidas punições.

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Quem pensa que o bloco dos Irresponsáveis é voltado exclusivamente para o público adulto, está muito enganado. Durante o desfile desta quarta-feira (18), no bairro de Água Fria, os foliões mirins fizeram a festa. Por todo o percurso, era notável a presença de famílias inteiras, acompanhando a passagem do bloco. 

Ao lado do esposo, da cunhada e do enteado, de 4 anos, Camila Cristina decidiu brincar no bloco dos irresponsáveis. Apesar de não saber ao certo há quanto tempo acompanha o bloco, ela garante que o desfile tem espaço garantido no seu Carnaval. “É  um ambiente tranquilo, onde a gente pode brincar em família, sem se preocupar. Sempre acompanho o bloco, com muita animação”, pontuou.

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O cuidador de idosos, Sérgio Roberto, não encarou a multidão e preferiu assistir a passagem do bloco em frente a sua casa. Com o filho nos braços, seu Sérgio ressaltou que o bloco dos Irresponsáveis está melhorando a cada ano. 

A pequena Ana Julia se divertia com a passagem dos trios. Aos 10 anos de idade, a garota disse que acompanha o desfile com a mãe há algum tempo. “Desde pequena minha mãe me traz para ver o bloco. Acho bem divertido, a gente vê os trios, brinca com espuma. É muito bom”, disse a garota.

André Nascimento levou a família inteira para se despedir dos festejos de momo. Dentre eles, os filhos Igor e Anderson, de 3 e 4 anos, respectivamente. O pai disse que não tem medo de levar os filhos para a folia, pois o bloco de Água Fria "é de paz". “Aqui é só alegria. Os irresponsáveis é um bloco de paz, então não tem porque ter medo. A gente traz para que eles possam conhecer a alegria e aproveitar o Carnaval desde cedo. Sem contar que estamos brincando em casa”, concluiu. 

De acordo com o presidente do bloco, cerca de 500 mil pessoas acompanharam o desfile dos Irresponsáveis, durante os 4,5 km de percurso. 

Motoristas que deixaram para retornar do Carnaval para a Grande São Paulo nesta Quarta-feira de Cinzas (18), enfrentaram chuva, lentidão, acidentes e até uma rodovia interditada. Apesar disso, as estradas registraram 50% menos mortes durante o Carnaval, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Foram contabilizadas 26 mortes este ano, até a meia-noite de terça-feira, contra 52 no mesmo período no ano passado. O número de feridos diminuiu 15%, de 614 para 522.

Um acidente envolvendo duas carretas, uma caminhoneta e um ônibus deixou uma pessoa gravemente ferida e interditou completamente a rodovia Régis Bittencourt (BR-116). A rodovia, que liga São Paulo a Curitiba e praias do litoral sul, ficou bloqueada nos dois sentidos das 6h40 às 11 horas, no km 361, em Miracatu. no Vale do Ribeira. A fila de veículos chegou a 30 quilômetros nos dois sentidos, no pior momento.

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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o trecho tem pista simples e uma caminhoneta bateu de frente numa carreta.Outra carreta parou na pista para evitar a colisão com os veículos acidentados e foi atingida por um ônibus. A vítima, motorista do ônibus, ficou presa nas ferragens e, após ser retirada, foi levada em estado grave para o Hospital Geral de Itapecerica da Serra.

Outras estradas tiveram lentidão principalmente por causa da chuva e do excesso de veículos. Na Fernão Dias, o congestionamento se estendia por 12 quilômetros entre Atibaia e Mairiporã. À tarde, a Imigrantes registrava 12 km de lentidão no sentido São Paulo. Além do excesso de veículos, haviam carros quebrados na pista, segundo a concessionária. O tráfego também estava lento na saída de Praia Grande para a Padre Manoel da Nóbrega.

O Sistema Anhanguera-Bandeirantes teve trânsito lento e sob chuva durante toda a manhã. Na Bandeirantes, no final da tarde, havia fila do km 62 ao km 58, região de Jundiaí, como reflexo de um acidente sem vítimas. A Dutra também teve lentidão na chegada a São Paulo durante a manhã e parte da tarde. Na Ayrton Senna, os trechos com trânsito lento iam do km 32 ao km 11, na chegada a São Paulo.

De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, o total de acidentes caiu de 990 para 907 do carnaval passado para este. Em todo o período, nas estradas, 7.189 motoristas foram submetidos ao teste do bafômetro. Desse total, 69 foram detidos porque estavam embriagados - 19 deles tinham se envolvido em acidentes. Outros 1.111 condutores foram autuados por apresentarem quantidades, embora mais baixas, de álcool por litro expelido de ar. Esse tipo de infração aumentou 24,1% este ano.

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Uma única apresentação no Circuito Osmar (Campo Grande) do carnaval de Salvador, na tarde de segunda-feira (16), no comando de um trio independente da prefeitura, foi suficiente para transformar o polêmico cantor Igor Kannário, de 28 anos, na maior novidade desta edição da folia.

Detido por posse de entorpecentes 20 dias antes da folia, o cantor, frequentemente acusado de fazer apologia à violência e às drogas, que já somava mais de uma dezena de "passagens" pela polícia, por diversos delitos, não conseguiu um bloco particular para desfilar este ano, apesar de seu grande apelo popular na Bahia. Foi convidado pela prefeitura dias antes de a festa começar.

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O prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto justificou a contratação como sendo uma resposta a "um clamor popular" e disse que era "mais justo dar uma oportunidade do que criminalizar" o cantor, mas fez ressalvas: disse que o trio elétrico pararia se houvesse "qualquer incitação à violência".

Autoproclamado "príncipe do gueto", Kannário fez uma apresentação histórica pelo Circuito Osmar, emplacou um dos hits da folia (Tudo Nosso, Nada Deles) e recebeu elogios não só do prefeito, mas de outros artistas e de integrantes do governo estadual. "Nunca registramos uma multidão tão grande no Campo Grande quanto na passagem dele", disse Neto. "Ainda assim, ele levou todos aqueles foliões sem que fossem identificados incidentes maiores."

Para o professor, poeta e compositor Jorge Portugal, secretário de Cultura da Bahia desde janeiro, Kannário representa a evolução da música baiana. "Ele faz o que ninguém fez antes, uma nova vertente da música contemporânea baiana, um pagode com rap e pegada rock", diz. "É um produto novo, que já está pronto para ser sucesso no Brasil." Portugal confirmou que deve levar o cantor para a Virada Cultural de São Paulo, prevista para maio.

A rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araujo, diz não acreditar em empate de escolas neste carnaval. "Foram desfiles equilibrados, mas sempre tem a melhor. E tem o quesito de desempate", afirmou.

Viviane não quis entrar na polêmica sobre o desempenho de Cláudia Leitte à frente da bateria da Mocidade. " Adoro a Claudinha, ela é uma diva da nossa música. Eu sei que eu faço a minha parte", disse. Entre as novatas, Viviane destacou a atuação de Raphaela Gomes, da São Clemente, de apenas 16 anos. "Ela tem boa desenvoltura, é simpática. Fez questão de me cumprimentar enquanto desfilava".

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Se a folia oficial do Carnaval terminou nesta quarta (18), no final de semana ainda haverá animação no Recife o tradicional Bloco Carnavalesco Camburão da Alegria chega com novidades em sua 23ª edição, no próximo domingo (22). Desta vez, os foliões percorrerão um novo percurso, saindo da Praça Sérgio Loreto, na Avenida Sul, pelas avenidas Dantas Barreto e Nossa Senhora do Carmo.

O bloco, organizado por policiais e bombeiros militares do Estado, está marcado para começar às 10h. “Mudamos o percurso, saindo da Orla de Boa Viagem, para dar ao folião uma oportunidade de encerrar o Carnaval em grande estilo e mais conforto, no tradicional Corredor da Folia”, afirmou o presidente do bloco, o coronel José Almeida. 

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Para dar adeus de vez ao período carnavalesco, a programação terá nomes como Nono Germano, Marron Brasileiro, Excesso de Bagagem, Los Cubanos, entre outros. Com o tema “Bota pra Frever”, o Camburão homenageia o cantor Claudionor Germano, a bebida Pitú e o presidente da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), André Correia. 

O discípulo do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e atual gestor do Executivo estadual resolveu manter a tradição. O governador Paulo Câmara participou do almoço promovido pela família Salustiano, na Cidade Tabajara, em Olinda, nesta segunda-feira (16), ao lado de outras autoridades do estado, dentre elas os prefeitos de Recife e de Olinda, Geraldo Julio e Renildo Calheiros, respectivamente. 

Na ocasião, o gestor avaliou positivamente o Carnaval de 2015. De acordo com Câmara, Pernambuco consegue manter a tradição do festejo multicultural e mostra para o Brasil que tem o melhor Carnaval.  “Estamos fazendo um grande Carnaval. Por onde passamos encontramos pessoas alegres, brincando com muita paz. Isso para a gente é fundamental. É Pernambuco mantendo suas tradições e mostrando para o Brasil que nós fazemos o melhor Carnaval”, pontuou.

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Paulo Câmara ainda ressaltou a importância do Maracatu para a manutenção da cultura pernambucana. Segundo o governador o ritmo é tradicional e tende a se expandir, pois ultrapassa gerações. O socialista garantiu que irá estimular a preservação dessa cultura. “O Maracatu está muito presente na nossa história e eu como governador vou motivar isso. Vamos deixar a cultura pernambucana cada vez mais presente, em todas as regiões e nas escolas, para que as novas gerações tenham condições de conhecer bem a nossa história e nossa cultura para divulgar cada vez mais”, concluiu. 

Todos os anos, o Recife apresenta um Carnaval diversificado, repleto de cultura e tradição. Mas os festejos de momo de 2015 foi considerado pelo prefeito da cidade, como o maior da história, pois disponibilizou cerca de 70 palcos ao longo da capital pernambucana e mais de 2 mil apresentações. 

O gestor da cidade avaliou a festividada deste ano. Confira na íntegra a opinião de Geraldo Julio sobre a edição de 2015 do Carnaval do Recife.

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