Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Conselhos para os que desejam ser presidente da República

Adriano Oliveira, | sex, 09/09/2011 - 14:00
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Precisamos olhar com parcimônia os fatos da realidade brasileira. A pressa impossibilita uma análise apurada. Sem análise apurada, não conseguirmos compreender a realidade e prospectar quanto ao futuro. O futuro, às vezes, é incerto. Outras vezes, não.

Existe uma grande imprensa no Brasil? Acredito que sim. Mas esta grande imprensa não deve ser reconhecida como ruim. Mas como benéfica a democracia brasileira. Costumo afirmar que existem também os grandes articulistas brasileiros, os quais influenciam os leitores atentos – não são muitos – aos eventos políticos, institucionais e eleitorais.

A grande imprensa escolhe ou expõe a preferência por candidatos. Os grandes articulistas também. A escolha ou a preferência não condena a independência da grande imprensa ou dos grandes articulistas. Ao contrário, leitores e analistas políticos sábios descobrem que eles inserem uma agenda na opinião pública. E isto é legítimo num país democrático.

Não fere a democracia, o fato da grande imprensa e dos grandes articulistas escolherem ou preferirem dados atores políticos. Eles, inclusive, sugerem uma agenda para a opinião pública – função natural da mídia, pois ela informa e concede opinião sobre eventos.

Os candidatos que caminham contra a agenda escolhida tendem a sofrer da grande imprensa e dos grandes articulistas oposição no campo das ideias. E uma constante fiscalização. Os que conjugam com a agenda ofertada, tendem a receber atenção e elogios. Mas isto não significa que estão imunes à constante fiscalização.

Encontro na agenda da grande imprensa e dos grandes articulistas a reforma tributária, o controle inflacionário, a responsabilidade fiscal, a privatização, a defesa por maior investimento estatal em infraestrutura, a educação, a segurança pública, a transparência e a eficiência da máquina pública. Esta agenda foi construída em razão das opiniões dos seguintes atores: acadêmicos, mercado (Este reconhecido como um ator político), e profissionais do mercado.

Os temas apresentados vieram à tona lentamente no Brasil. O início da ebulição destes temas ocorreu na curta era Collor. E se consolidou na era FHC. Alguns dos temas foram incorporados na era Lula pelo PT. Outros não. No governo Dilma ocorre algo semelhante.

Em 2014 a agenda da grande imprensa e dos grandes articulistas não mudará. Os que desejam ser presidentes precisam conquistar a admiração e o respeito da grande imprensa e dos grandes articulistas.

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