Djalma Guimarães

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Seu Bolso

Perfil:Economista pela UFCG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFPE. É Docente, Projetista e Consultor Empresarial da i9 Projetos.

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A gente não quer só comida...

Djalma Guimarães, | qua, 03/07/2013 - 12:06
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O Brasil nas últimas décadas passou por transformações marcantes que afetaram a economia, política, modo de vida e as relações entre os agentes econômicos. Redemocratização, estabilização da inflação foram marcos dos anos 80 e 90, a década seguinte trouxe o início de uma política de transferência de renda, elevação na escolaridade, estímulo ao consumo através do crédito, etc.

Desta forma tais eventos garantiram: direitos políticos; minaram o efeito corrosivo da inflação sobre os rendimentos das famílias (sobretudo as de renda mais baixa); maior acesso ao ensino superior; elevação na renda e no consumo.

Um leitor externo a conjuntura brasileira poderia pensar: “Que progresso formidável!” De fato tal conjunto de ações promoveu profundas mudanças na sociedade brasileira, mas, ainda persiste um déficit econômico e social elevado.

O maior acesso a informação tem impulsionado a criação de novas demandas, sobretudo a partir da massificação da internet. Algumas estruturas do país, mais especificamente as relacionadas à prestação de serviços públicos e ao ambiente político não tem atendido as novas demandas desta sociedade.

Ou seja, como diz a música dos Titãs, “(...) A gente não quer só comida, a gente que comida diversão e arte (...).”  Logo, qual é a diversão e arte que desejamos?

Sem querer esgotar tais demandas citamos apenas algumas:

- Nível de serviço adequado ao nível de preços – Se o consumidor tivesse a sua disposição um sistema de transporte público, rápido, confortável e eficiente, provavelmente não contestaria uma correção da inflação no valor da passagem;

- Boa utilização dos recursos públicos – Cria-se um contraste muito grande, quando se observa a situação de falta de recursos para a saúde e a construção de um estádio de futebol com dinheiro público;

- Remuneração por mérito – Ao comparar-se o salário e os vários auxílios recebidos por um parlamentar e o salário de um professor do ensino básico no país, percebe-se a desigualdade de rendimentos, e questiona-se o mérito de tais rendimentos;

- Coerência de preços – Ao e comparar o preço de um mesmo automóvel vendido no Brasil e nos EUA, por exemplo, percebe-se que pagamos o dobro pelo mesmo produto;

POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS:Tais movimentos podem iniciar um movimento de modernização do arcabouço institucional brasileiro, ao estimularem um ciclo de gestão mais participativa e representativa dos anseios de nossa sociedade. Na seara econômica, o resultado pode ser divergente, por um lado, pode-se:

1 – Avançar na alocação de recursos ao investir-se em setores carentes de investimentos, bem como pode-se aproveitar o clamor popular e avançar com reformas importantes a exemplo das reformas tributária e do setor público (redução da burocracia), etc.;

2 – Por outro lado, pode-se de forma irresponsável tomar medidas de cunho populista somente para atender os clamores das ruas, de forma a comprometer a capacidade de pagamento do setor público o que sem dúvida tornará a situação futura bem pior que a atual.

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