Semana passada, fiz um discurso na Assembleia Legislativa solicitando ao governo do Estado que repita o que vem sendo feito em outros Estados – e aqui mesmo, na própria Alepe – e reduza em pelo menos 30% o número de cargos comissionados existentes na atual gestão – algo em torno de 3.400. Me causou espanto ver o governo responder que não vai fazer cortes só porque está na moda e que não há o quer cortar.
Todos acompanharam a série de manifestações que tomou conta de todos os Estados da Federação desde o mês de junho. O que era, incialmente, uma luta pela redução no preço de passagens, ganhou uma dimensão maior e se transformou numa batalha pelos direitos e pela moralidade na política.
Muitos Estados entenderam o recado das ruas – um retrato de insatisfação, como ficou claro em praticamente todas as pesquisas de avaliação dos governantes, com uma grande queda de popularidade de todos os políticos que se encontram no poder. Com sua resposta, parece que o governo de Pernambuco não quer ouvir a voz das ruas.
Após os protestos, em São Paulo, o governo anunciou o fim de secretarias e reduziu os cargos de confiança; em Minas Gerais, a mesma decisão foi tomada – cortando-se secretarias e reduzindo-se os comissionados. Diversos municípios do país e Assembleias Legislativas tomaram a mesma decisão. Aqui no Estado, a Alepe, composta em sua ampla maioria por parlamentares governistas, chegou à conclusão de que não se deveria fazer ouvido de mercador com a voz das ruas e reduziu em 30% os comissionados.
Será que só o governo de Pernambuco se acha acima do bem e do mal, acredita que não tem excessos e não vê problemas em manter o absurdo número de cargos comissionados? Repito aqui o pedido feito na semana passada: que o governador Eduardo Campos ouça o apelo popular e reduza em 30% o número de cargos de confiança em seu governo. Não estamos pedindo enquanto oposição. Estamos pedindo enquanto pessoas preocupadas com o futuro do nosso Estado.
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