Janguiê Diniz

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O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Somos todos macacos?

Janguiê Diniz, | seg, 12/05/2014 - 09:29
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O episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Daniel Alves durante um jogo do Barcelona,ue time que defende, e a reação dele em comer a banana que foi atirada em campo por um torcedor resultaram em uma campanha disseminada nas redes sociais com a hastag: Somos todos macacos. A reação de Daniel Alves à tentativa de agressão racista foi de extrema inteligência e desmontou completamente a intenção premeditada com o ato.

Reações a parte, descobriu-se, logo depois do fato, que uma campanha publicitária com a participação do jogador Neymar, que também foi vítima de racismo há algum tempo, já estava pronta para ser lançada ao mercado e foi ideia da agência publicitária a #SomosTodosMacacos.  A internet foi tomada pelas publicações, no entanto, algumas pessoas não aceitaram a “comparação” com os macacos. E surgiu, então, um movimento contra a campanha.

É óbvio que o racismo é um problema grave e precisa ser combatido. Tornou-se lugar comum falar sobre isso.  No entanto, em tempos que as pessoas se apegam as palavras e não ao espírito das ações, é necessário explicitar o óbvio. Claro que não somos todos macacos no sentido literário. Somos seres mais evoluídos que os macacos. No entanto, a ciência já comprovou que todos descendemos deles, então, sim, somos todos macacos.

A campanha lançada vai muito além de palavras no sentido de que, como seres humanos, somos todos iguais. Descendemos e compartilhamos da mesma natureza. Então, se um determinado torcedor considera que Daniel Alves, Neymar ou Tinga são macacos, ele próprio necessariamente também tem de ser. É o sentido.

Algumas pessoas criticaram a atitude de Neymar, especulando sobre uma possível motivação financeira com a campanha, no entanto, não houve por parte dele nenhuma oferta de produtos ligados ao tema e mesmo se houvesse, ninguém é obrigado a comprá-los.

Publicidade e propaganda a parte, a atitude de Daniel Alves foi, sem dúvida, a novidade dessa história. O comum é que jogadores que passam por esse tipo de agressão por atos de racismo tenham dois tipos de reação: a primeira é um falso posicionamento de indiferença e, em seguida, façam o desabafo sobre a situação. A segunda é a forma agressiva de reação, muito comumente feita pelo revide.

O bom humor adotado por Daniel diante da banana jogada no campo chegou como uma nova forma de reação: o de indiferença diante da mentalidade tão pequena das pessoas racistas. A inteligência demonstrada pelo jogador merece aplausos.

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