Desde que se candidatou a governador de Pernambuco em 2006, Eduardo Campos sempre nutriu uma relação de cordialidade com o então senador Sérgio Guerra, que almejava ser candidato ao governo pelo PSDB e acabou sendo obrigado a desistir do projeto para a União por Pernambuco lançar Mendonça Filho, que foi derrotado por Eduardo Campos naquele pleito.
Ao longo dos governos de Eduardo Campos, integrantes da União por Pernambuco cobravam de Sergio Guerra e do seu PSDB uma oposição mais incisiva ao socialista, o que não aconteceu. E sempre ficou evidente que Eduardo Campos e Sergio Guerra tinham uma aliança branca, que não permitia agressões mútuas.
Para 2014, Eduardo e Sergio articularam a entrada do PSDB oficialmente no governo de Pernambuco e o consequente apoio do partido à candidatura de Paulo Câmara. Ainda no governo João Lyra Neto o PSDB foi contemplado com a secretaria das Cidades, ocupada por Evandro Avelar, que foi mantido no secretariado do governador Paulo Câmara.
Sergio Guerra e Eduardo Campos morreram em 2014, mas a aliança costurada por eles foi mantida e tucanos e socialistas estão juntos na maioria das cidades de Pernambuco, dentre elas Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca e Camaragibe, todas governadas pelo PSDB. No Recife o PSDB ocupa a secretaria de combate às drogas com Aline Mariano.
É no Recife onde está o xis da questão. Porque no pacote de Recife estará em jogo o futuro da aliança dos dois partidos em Jaboatão, Olinda, Camaragibe, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho e muitas outras cidades. O presidente do PSB de Pernambuco Sileno Guedes, que também é secretário de governo da prefeitura do Recife, afirmou ontem que não existem dois PSBs e que o apoio do PSDB ao governador Paulo Câmara será verticalizado para o prefeito do Recife Geraldo Julio.
É de interesse de Elias Gomes, prefeito de Jaboatão, que o PSB esteja na coligação do candidato ou candidata apoiado por ele. Também é do interesse dos prefeitos Jorge Alexandre (Camaragibe) e Carlos Santana (Ipojuca) ter o governador Paulo Câmara como seu cabo eleitoral. E por isso os tucanos de alta plumagem tentarão sacrificar a candidatura de Daniel Coelho no Recife, em prol dos seus projetos pessoais.
A cobrança está feita por Sileno Guedes, resta saber o que vai prevalecer no PSDB: o projeto do partido de lançar candidatos competitivos em capitais e viabilizar a candidatura de Daniel Coelho no Recife ou alinhar com a reeleição do prefeito Geraldo Julio e garantir os cargos que o partido ocupa nas gestões do PSB, bem como o apoio dos socialistas aos projetos tucanos nos outros municípios. Uma coisa está clara depois da cobrança de Sileno: não dá pra conciliar as duas alternativas.
São Bento do Una - O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) esteve ontem acompanhado da prefeita de São Bento do Una Débora Almeida (PSB) para discutir obras e projetos para o município. O deputado estadual Miguel Coelho (PSB) também esteve no evento.
Fernando Monteiro - O deputado federal Fernando Monteiro (PP) acompanhou o governador Paulo Câmara na inauguração do ginásio poliesportivo governador Eduardo Campos no município de Amaraji, que fica na Mata Sul e comemorou ontem 147 anos de emancipação política.
João Lyra Neto - O ex-governador João Lyra Neto, ao lado da sua filha, a deputada Raquel Lyra, recebeu a visita do senador Fernando Bezerra Coelho em Caruaru. Eles discutiram o Pacto Federativo, o futuro do PSB nas eleições do ano que vem e as crises que o Brasil vem enfrentando.
Audiência - O deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD) solicitou uma audiência pública para verificar as condições da faculdade Faexpe que estaria realizando aulas sem o credenciamento do MEC. A Instituição de Ensino Superior funciona em municípios como Petrolândia, Floresta, Tacaratu, Jatobá, Itacuruba, Serra Talhada, Belmonte e Triunfo.
RÁPIDAS
Reuniões - O presidente estadual do PSD, deputado federal licenciado e secretário das Cidades André de Paula tem se reunido todas segundas-feiras com a executiva estadual do partido para traçar as estratégias visando as eleições de 2016.
Defesa - O ministro do TCU Augusto Nardes, que é relator do processo contra a presidente Dilma Rousseff sobre as pedaladas fiscais, não gostou do calhamaço que recebeu da AGU com a defesa da presidente. O documento tem nada menos que 1.113 páginas.
Inocente quer saber - O que fez Lula recorrer a FHC para tentar evitar o impeachment de Dilma?