Magno Martins

Magno Martins

Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Greve não, vandalismo!

| sab, 29/04/2017 - 15:39
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Sem conseguir fazer uma grande mobilização, as centrais optaram por criar tumulto para dar visibilidade aos protestos. O que se viu foram bolsões de intolerância, um grupo querendo resolver pela violência o que não consegue resolver pela palavra, pelo diálogo e o entendimento. O vandalismo observado, ontem, principalmente em São Paulo, é intolerável, repugnante e rejeitado pela sociedade. A população reprovou os atos covardes de ataques ao patrimônio público. Incendiar ônibus, depredar agências bancárias e vitrines de lojas comerciais é crime. 

Os que praticaram deveriam estar presos. As centrais que promoveram o vandalismo, impedindo o libre direito de ir e vir não atraem o apoio dos diversos setores da sociedade. Só atraem a ira. Há uma debilidade política enorme no discurso das centrais sindicais. Sem obter convencimento por meio de um discurso anacrônico, as lideranças que promoveram a bagunça de ontem fizeram um esforço de agitação para manipular os liderados. 

A reforma da Previdência tem que ser feita, se não neste Governo, mas no próximo, porque ela é imprescindível. Não é questão de governo, seja ele Temer ou qualquer que seja. É uma necessidade do País. O Brasil não pode ser transformado no Rio de Janeiro, que enfrenta uma crise fiscal sem precedentes, a ponto de dividir em 12 parcelas o 13º salários dos servidores públicos. 

Os protestos violentos não devem prejudicar a mobilização pela aprovação da reforma da Previdência. Se tivesse sentimento nacional contra reformas, haveria mobilização da sociedade. Isso não aconteceu. O que se viu, ontem, foram movimentos violentos induzidos pelos sindicatos. Foram estarrecedoras as imagens de violência em alguns protestos, tirando o direito de ir e vir da população. 

Isso não é democrático. Usaram métodos não convencionais para impedir a saída de ônibus das garagens, dos metrôs, queimaram pneus nas vias para paralisar algumas cidades. Tentaram fechar aeroportos e houve até tentativa de provocar acidentes envolvendo trens em São Paulo. As cenas de agressão no aeroporto Santos Dumont lembraram cenas da Venezuela. A democracia brasileira não aceita isso. O Brasil, felizmente, não é a Venezuela. 

REAÇÃO DE TEMER– O presidente Michel Temer (PMDB) decidiu soltar uma nota lamentando a violência em protestos. No texto, Temer ressaltou também a necessidade de respeito aos valores da democracia. Mais cedo, o presidente cogitou fazer um pronunciamento, diante dos protestos convocados pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da Previdência. Mas diante dos desdobramentos ao longo do dia, Temer achou melhor optar por uma nota, centrada em cima principalmente dos atos de vandalismo observados no Rio e São Paulo. 

No gogó da oposição– Em discurso na solenidade de entrega de mais um trecho da BR-101 em Xexéu, na última quinta-feira, tendo no palanque o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e o governador Paulo Câmara, o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, saiu em defesa do Governo e bateu sem piedade na bancada de oposição na Assembleia. “Os que fazem oposição vão quebrar a cara apostando no quanto pior melhor para o Estado. Eu tenho confiança absoluta de que Paulo vai se consagrar como o maior governador da história de Pernambuco”, afirmou. Recentemente, Sebastião teve um bate-boca por este blog com deputados da oposição que foram a Santa Cruz do Capibaribe denunciar a paralisação das obras de uma estrada. Mas  ele mostrou, com imagens, que estão em andamento. 

A visão do Governo– O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, criticou as manifestações realizadas, ontem, pelas centrais sindicais contra as reformas trabalhistas e da Previdência. Em visita a Londrina (PR), Serraglio afirmou que os protestos não têm sentido. "As manifestações foram pífias, não teve a expressão que se imaginava ter. Forçou-se até a situação quando se percebeu que os resultados não eram os imaginados", criticou. O ministro ainda criticou a atitude dos sindicatos. "Os sindicatos têm uma disponibilidade de mais de R$ 2 bilhões, e agora estão percebendo que os operários e trabalhadores estão acordando para essa realidade. Não faz sentido brigar, fazer greve para pagar imposto", disse o ministro.

Dirceu solto– A Segunda Turma do STF marcou para a próxima terça-feira a retomada do julgamento do pedido de liberdade do ex-ministro José Dirceu, preso por determinação do juiz federal Sérgio Moro na Operação Lava Jato. Na sessão, os ministros voltarão a discutir a validade da decretação de prisões por tempo indeterminado na Lava Jato. Na sessão da semana passada, houve apenas um voto, o do relator, Edson Fachin, a favor da manutenção da prisão. A sessão foi interrompida para ampliar o prazo para que os advogados de Dirceu e do Ministério Público Federal (MPF) possam se manifestar. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski.

Provas e prisão– Em artigo, ontem, neste blog, o deputado Sílvio Costa (PTdoB) previu que Lula não será preso porque não há provas contra ele. “Aos acusadores e paladinos da ética seletiva, eu pergunto: existe algum cartório de imóvel do Brasil que tenha um registro, uma escritura ou qualquer documento provando que o apartamento do Guarujá pertence ao ex-presidente Lula? O senhor Léo Pinheiro disse ao juiz Sérgio Moro que o apartamento pertencia ao ex-presidente Lula. Então, por que a OAS deu o apartamento em garantia em uma operação financeira? Na verdade, o senhor Léo Pinheiro afirmou, em seu depoimento, que o apartamento está em nome da OAS”, afirmou em um dos trechos. 

CURTAS 

REGISTROS–Desde ontem, pais já podem escolher registrar seus filhos no local de sua residência ou na cidade de nascimento da criança. A Medida Provisória 776/2017, publicada no Diário Oficial da União altera a lei de registros civis públicos, que até então obrigava que os registros fossem feitos na mesma cidade onde aconteciam os nascimentos. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, a mudança atende a uma antiga reivindicação de municípios que não possuem maternidades, e também irá facilitar o controle de dados de epidemiologia e mapeamento de municípios brasileiros para desenvolvimento de ações e políticas públicas.

RESTAURAÇÃO– A Prefeitura de Olinda assinou, na última quinta-feira, a ordem de serviço para iniciar as obras de restauração da Igreja do Bom Jesus do Bonfim, fechada há cinco anos. As obras têm início na próxima terça-feira e, para a realização do serviço, serão investidos na recuperação do espaço R$ 2,9 milhões, recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

Perguntar não ofende: O Governo já tem os apoios necessários para aprovar a reforma da Previdência?

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