Edmar Lyra

Edmar Lyra

Coluna Diária

Perfil:Bacharel em Administração de Empresas e Jornalista profissional, é colunista do jornal Gazeta Nossa da Região Metropolitana do Recife e do jornal Folha do Pajeú do Sertão do Pajeú

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Ex-jogadores querem ser campeões na política

Edmar Lyra, | seg, 04/04/2016 - 09:07
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Na reta final das filiações partidárias encerradas no sábado, vários partidos anunciaram a filiação de pré-candidatos ligados ao futebol. Além de Magrão, goleiro do Sport, que desistiu de última hora de ser candidato a deputado em 2014 e agora deve tentar uma cadeira na Casa José Mariano pelo PSB, outros atletas também cogitam tentar uma vaga na Câmara Municpal.

Também pelo PSB o ex-atacante Kuki, que jogou no Santa Cruz e no Náutico, mas tendo status de ídolo no alvirrubro, almeja ser vereador do Recife, o projeto de entrar para a política não é de hoje. Kuki foi cotado para disputar um mandato em 2012 pelo PPS mas acabou arquivando a ideia.

Outro ex-jogador decidiu entrar para a política, trata-se do craque do Santa Cruz, do Vasco e da Seleção Brasileira Zé do Carmo, que anunciou a filiação ao PRB do deputado Silvio Costa Filho, pré-candidato a prefeito pela sigla. Zé do Carmo já foi treinador e comentarista esportivo da Rede Globo, mas agora quer ser representante dos recifenses na Câmara Municipal do Recife.

Por fim o mais polêmico de todos, o ex-atacante Carlinhos Bala, que vestiu a camisa do Sport, do Santa Cruz e do Náutico, sendo campeão pelos três clubes, se filiou ao Solidariedade. Ele é autor da célebre frase: "a mão que vaia é a mesma que aplaude". Bala pretende ser vereador do Recife em outubro e caso seja eleito pode ser bastante polêmico na Câmara do Recife.

A entrada de ídolos do futebol para a política não é um caso isolado desta eleição no Recife, existem outros nomes que já tentaram a vida na política como Danrlei (ex-goleiro do Grêmio e deputado federal pelo Rio Grande do Sul) e Romário (ex-atacante da Seleção Brasileira, que foi deputado e hoje é senador pelo Rio de Janeiro). Mas no caso específico de Pernambuco, não existem muitos nomes que foram do esporte ou da música que tentaram e lograram êxito na política. O ex-árbitro e atual comentarista Wilson de Souza tentou um mandato de vereador do Recife em 2008 mas acabou não se elegendo, o cantor Reginaldo Rossi tentou ser deputado estadual e também não conseguiu se eleger. Do futebol apenas uma pessoa ganhou notoriedade na política em Pernambuco. O ex-árbitro Sebastião Rufino foi deputado estadual por muitos mandatos, mas hoje não possui nenhum mandato eletivo.

Transformar o sucesso nas quatro linhas em sucesso nas urnas, pelo menos em Pernambuco não é tarefa fácil. É preciso uma comunicação eficiente que possa apresentar um projeto consistente em defesa dos esportes e do futebol por exemplo, sob pena da candidatura entrar no âmbito do folclore e acabar não tendo o sucesso esperado. Ser conhecido pode ser um importante passo numa candidatura, mas não é fator determinante para ganhar a eleição.

PEN - Comandado no Recife pelo vereador Davi Muniz o PEN montou uma chapa bastante competitiva para a disputa com nomes testados nas urnas como Kacilda Guerra, Renata André Gomes e o ex-vereador Murilo Mendonça. Além deles Stenio Fonseca, que há muitos anos tem atuação na política, tentará pela primeira vez um mandato na Casa José Mariano. A expectativa da sigla é eleger de três a quatro vereadores na capital pernambucana.

Sinal - Defensora do apoio do PSDB à reeleição do prefeito Geraldo Julio, a vereadora Aline Mariano teve seu nome cotado para disputar a reeleição pelo PDT, porém acabou ficando mesmo na sigla tucana. A decisão de Aline, após o PSDB ter baixado uma resolução afirmando que não dará legenda a políticos da sigla que ocupassem cargos na gestão socialista, é um sinal de que o PSDB poderá mesmo rifar a candidatura de Daniel Coelho para apoiar a reeleição de Geraldo.

Cabo de Santo Agostinho - A disputa pela prefeitura do Cabo tende a ser uma das mais acirradas de outubro. O deputado estadual Lula Cabral, líder nas pesquisas, enfrentará o deputado federal Betinho Gomes, que está próximo dele nas pesquisas. O jogo na cidade é praticamente zerado e o detalhe definirá o vencedor.

Caruaru - Após perder o comando do PSDB de Caruaru onde era pré-candidato a prefeito para a deputada Raquel Lyra, o ex-presidente tucano Raffiê Dellon decidiu se desfiliar do PSDB. Ontem anunciou a filiação ao PV, que tem o ex-tucano Alvaro Dias como presidenciável, e deve apoiar a candidatura de Tony Gel (PMDB) a prefeito.

RÁPIDAS

Golpe - Petistas e defensores de Dilma Rousseff teimam em associar o impeachment de Dilma ao golpe militar de 1964. Estratégia mentirosa e estapafúrdia. O impeachment de Dilma está muito mais próximo do de Collor em 1992. A diferença de Collor é que o escândalo de corrupção do seu governo era fichinha perto do atual, que institucionalizou o crime contra as contas públicas.

Olinda - O candidato a vereador em Olinda, Igor Belchior (PSB), realiza nesta segunda-feira, dia 4, às 19h, no Ficus Bar, a Agenda 40 para sentir da população às necessidades e principais problemas do município. Confirmaram presença o candidato a prefeito do município, Antonio Campos; Adilson Gomes, secretário geral do PSB; Ivan Rodrigues, assessor especial do Governo de Pernambuco, entre outras lideranças do partido. 

Inocente quer saber - O Palácio do Planalto vai conseguir sepultar o impeachment no Congresso após os incentivos financeiros oferecidos aos deputados?

O que está em jogo em Jaboatão dos Guararapes?

Edmar Lyra, | sex, 01/04/2016 - 10:26
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O município de Jaboatão dos Guararapes viveu um cenário de completo caos com prefeitos folclóricos e descompromissados com os princípios da administração pública. Isso fez com que o município figurasse nas páginas policiais corriqueiramente até a disputa de 2008 quando três homens públicos respeitados decidiram disputar a prefeitura. Paulo Rubem Santiago, André Campos e Elias Gomes colocaram seus nomes à disposição do povo de Jaboatão, que optou por escolher este último como seu prefeito.

O cenário de caos era completo. Elias recebeu uma prefeitura sucateada, devendo a duas pessoas: a Deus e o mundo, e teve naturalmente dificuldade para implementar um modelo de gestão. Reconstruir o munícipio não foi tarefa fácil e em quatro anos ele conseguiu fazer o que nenhum prefeito havia conseguido até então: tirar Jaboatão dos Guararapes das páginas policiais. O resultado dos primeiros quatro anos da gestão foi bem-avaliado pelo povo, que reelegeu o tucano com 63% dos votos válidos.

Passados sete anos e três meses da gestão, evidentemente existem problemas na cidade. Isso é indiscutível e inquestionável. Muito precisa ser feito pela próxima gestão a partir de janeiro de 2017. Mas uma coisa o povo de Jaboatão e as rodas políticas de Pernambuco são unânimes: com acertos e erros, pelo menos com Elias Jaboatão passou a ter uma gestão. O cenário de caos passou, as páginas policiais também fazem parte do passado.

Naturalmente quem prova de algo que nunca teve não quer voltar ao passado. Está em jogo não a briga política de pessoas, de partidos, mas sim o futuro do município. A próxima gestão tem que ter ciência de que não dá pra fazer algo que não seja igual ou melhor que o que foi feito pelos oito anos do PSDB na prefeitura.

Os candidatos a prefeito do município, e principalmente o eleitor de Jaboatão, não devem partir para o discurso fácil de que nada do que foi feito prestou. É preciso olhar para os próximos anos do município reconhecendo o bom parâmetro que Elias está deixando. Obviamente opositores por força da disputa política não vão querer reconhecer os avanços do município, faz parte do jogo. Mas uma coisa eles têm que concordar, independentemente de quem seja o vitorioso em outubro: Jaboatão não pode retroceder.

Aprovadas - As contas do prefeito de Araripina Alexandre Arraes (PSB) referentes ao exercício de 2013 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco e foram encaminhadas à Câmara Municipal com recomendação para que os vereadores as aprovem, aguardando apenas que elas sejam colocadas em votação. As contas do exercício de 2012 também foram aprovadas pelo TCE e pela Casa Joaquim Pereira Lima.

Caruaru - Líder nas pesquisas pela prefeitura de Caruaru, o ex-prefeito e deputado estadual Tony Gel (PMDB) tem conquistado muitos apoios para o seu projeto. Além da "torcida" do Palácio do Campo das Princesas, Gel receberá o apoio do PSD, comandado a nível estadual pelo secretário das Cidades André de Paula, e do PPS nesta sexta-feira. A expectativa é que o Democratas também fique com o peemedebista, numa quase reedição da União por Pernambuco em Caruaru.

Impeachment - O comitê pró-impeachment, liderado pelo deputado Mendonça Filho, afirma que já possui 346 deputados favoráveis ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. Tal margem ainda é pequena, pois são necessários 342 votos para destituir a presidente do cargo, e não se deve desconsiderar o poderio financeiro da cooptação do Palácio do Planalto. Para o impeachment ter folga são necessários pelo menos 400 votos, porque mesmo havendo surpresas, o risco dele ser sepultado é mínimo.

Conceição - Apesar do prefeito Elias Gomes não ter definido ainda o nome para a sua sucessão, todos os caminhos apontam para que a candidatura que representará o grupo do tucano será a de Conceição Nascimento, que tem andado bastante nas comunidades. A postulação tem ganhado força dentre os partidos que sustentam a gestão e também deve ser respaldada por vários partidos que integram a Frente Popular e apoiam o governo Paulo Câmara.

RÁPIDAS

Crença - O prefeito Geraldo Julio acredita piamente que o PSDB estará na coligação da Frente Popular. De acordo com uma fonte ligada ao prefeito, ele teria recebido a garantia do senador Aécio Neves, presidente nacional da sigla, que o PSDB marcharia com a sua reeleição. Aécio estaria retribuindo o irrestrito apoio do PSB no segundo turno da eleição presidencial de 2014.

Apoio - O PP não gostou nem um pouco da decisão do governador Paulo Câmara de liberar os secretários para votar o impeachment em Brasília. Eduardo da Fonte afirmou que se Fernando Monteiro não ficar em Brasília ou assumir uma das secretarias que ficarão vazias com a ida dos secretários, o PP rompe com o governador.

Inocente quer saber - Qual a necessidade dos secretários estaduais voltarem pra Brasília para votar o impeachment?

Houve crime de responsabilidade, portanto, há base legal para o impeachment

Edmar Lyra, | qui, 31/03/2016 - 09:44
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A presidente Dilma Rousseff e seus poucos defensores alardeiam que está havendo um golpe para destituí-la do cargo e que não há embasamento jurídico para o seu impeachment. Tal tese é risível pois o Tribunal de Contas da União rejeitou, por unanimidade, as contas do governo em 2014, por conta das "pedaladas fiscais", que representam a alocação de recursos de bancos públicos para o governo a fim de garantir um falso superávit primário.

Tal mecanismo se repetiu em 2015, já no segundo mandato de Dilma, omitindo um rombo de R$ 40 bilhões. Na prática é como se a dona de casa repassasse dinheiro da conta de energia para pagar o aluguel. Apesar de o aluguel ser pago, a conta de energia fica em aberto, naturalmente gerando um rombo nas finanças da residência, que inexoravelmente terá que ser paga, colocando em risco o pleno funcionamento da residência.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, que aconteceu logo após o Plano Real, veio com o objetivo de coibir as práticas dos gestores de alocar recursos para outras áreas a fim de atender demandas mais urgentes. Foram baseados na LRF que Miguel Reale Jr., Janaina Paschoal e Helio Bicudo apresentaram o pedido de impeachment de Dilma.

Dilma, por sua vez, mentiu ao país na campanha fingindo que havia uma normalidade na economia, mas a mentira não foi exclusivamente nos programas eleitorais do PT, mas principalmente na realidade das contas públicas. Foi uma total irresponsabilidade mentir aos brasileiros para depois mandar a fatura pra todo mundo pagar. Diante de tudo isso ela queria sair ilesa?

Após praticar o maior estelionato eleitoral da história recente do país, Dilma não tem como pagar tamanha mentira e tamanha falta de respeito com o povo brasileiro que não com o seu mandato. Houve crime de responsabilidade sim, houve estelionato eleitoral, houve desrespeito com os brasileiros, portanto não vai ter golpe, vai ter justiça e vai ter impeachment!

Moreno - O ex-prefeito Edvard Bernardo se filiará hoje ao PSDB na sede do partido no Recife, tendo a ficha abonada pelo prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes. Edvard será candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo também ex-prefeito Vavá Rufino (PTB). Juntos eles tentarão impor uma derrota ao atual prefeito Dilsinho (PSB) que ostenta elevados índices de rejeição.

Haroldo Duarte - Pré-candidato a vereador do Recife, o dentista Haroldo Duarte é uma das principais apostas do PSDB para a disputa em outubro. Aliado do deputado federal Daniel Coelho, que será candidato a prefeito, Haroldo tem dialogado bastante com a sociedade recifense discutindo a saúde bucal, que é a sua principal bandeira de campanha.

Pagamento - O prefeito Geraldo Julio paga nesta quinta-feira o salário de março dos servidores. Assim como em fevereiro, Geraldo decidiu pagar no último dia do mês, o que leva a crer que será uma tendência a partir de agora. Os servidores, que estavam com medo de uma mudança no calendário de pagamentos, enfim respiram aliviados.

Decisão - Muita gente considerou desnecessária a volta dos secretários do governador Paulo Câmara aos seus mandatos em Brasília. Isso porque Felipe Carreras, Danilo Cabral, Sebastião Oliveira e André de Paula poderiam alinhar um posicionamento conjunto com Fernando Monteiro, Augusto Coutinho, Raul Jungmann e Cadoca na votação do impeachment.

RÁPIDAS

Fernando Monteiro - O deputado Fernando Monteiro (PP) está se movimentando em Petrolina para viabilizar o apoio de Júlio Lóssio, Lucas Ramos e Gonzaga Patriota em torno da candidatura de Odacy Amorim a prefeito de Petrolina. Caso Fernando consiga lograr êxito na tentativa, e Odacy se eleja prefeito, estará se consolidando no sertão do São Francisco para a sua reeleição em 2018.

Filiações - Termina no sábado o prazo de filiações dos candidatos a prefeito e vereador nas eleições de outubro. O cenário ainda não está definido. Até o próximo sábado podem haver muitas mudanças, sobretudo em Recife e Jaboatão, que terão reflexos significativos na disputa por vagas nas Câmaras Municipais.

Inocente quer saber - O que farão a CUT, o MST e os demais movimentos ligados ao PT depois que perderem o financiamento do governo federal?

Faltou sensibilidade ao prefeito Geraldo Julio

Edmar Lyra, | seg, 28/03/2016 - 10:09
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Eleito em 2012, o prefeito Geraldo Julio assumiu a PCR em 2013 sob a promessa de uma gestão inovadora em parceria com o então governador Eduardo Campos. Durante um ano e três meses essa parceria permitiu a viabilidade de alguns projetos como o início das obras do Geraldão, dos Compaz, das Upinhas 24 horas, do Hospital da Mulher e de muitas outras ações.

Na condição de prefeito do Recife, Geraldo Julio viabilizou em 2014 na véspera das eleições a antecipação de 50% do décimo terceiro dos servidores para setembro, agindo de forma pioneira e ganhando a simpatia dos servidores municipais. Em 2015 o prefeito anunciou outra medida pioneira, que foi a divulgação do calendário de pagamentos dos servidores, fazendo com que os funcionários do município tivessem o direito de fazer uma programação financeira para o ano, tal como já faziam os servidores estaduais. Mas a antecipação do décimo terceiro para setembro não se repetiu e já causou estranheza entre os servidores municipais.

No ano de 2016, o que parecia que os servidores teriam o direito de se programar financeiramente com um calendário de pagamentos sendo divulgado previamente, não passou de um engano. Já estamos no terceiro mês do ano e até o presente momento ainda não foi divulgado o calendário de pagamentos, e dificilmente será divulgado. Tal atitude da prefeitura, aliada a situação econômica do país, colocou os servidores com orelhas em pé, pois já havia um receio do atraso de pagamentos ou pelo menos uma mudança no cronograma, tal como fez o governador Paulo Câmara em julho do ano passado.

Porém esse receio se acentuou com a Páscoa, quando pela primeira vez em muitos anos o subsídio dos servidores não foi creditado na conta, fazendo com que os quase 50 mil servidores, entre funcionários da ativa e inativos, além dos comissionados, ficassem sem o salário para poder desfrutar a Semana Santa. Tal atitude gerou insatisfações entre os funcionários e familiares, o que cria um ambiente ainda mais negativo para a reeleição do prefeito.

As finanças da prefeitura podem estar comprometidas pela crise econômica, e talvez justifique tal decisão. Caso não seja esse o problema, ficará latente a falta de sensibilidade do prefeito Geraldo Julio e de seus auxiliares em não pagar a folha salarial no último sábado. Em pleno ano eleitoral, agir desta maneira é pedir para perder a eleição. Apesar de muitos políticos acreditarem que servidor não vota em prefeito e consequentemente não ajuda a eleger, mas uma coisa é evidente, insatisfeito e com argumento consistente, o servidor pode tirar milhares de votos e prejudicar a hegemonia de Geraldo Julio no Recife.

Impeachment - A presidente Dilma Rousseff em conversa com um presidente de um partido da sua base aliada afirmou que em 90 dias ela pode não estar mais no Planalto. Com isso a presidente Dilma Rousseff praticamente jogou a toalha e entendeu que o seu impeachment é quase irreversível.

PMDB - A cúpula nacional do PMDB se reunirá nesta terça-feira para definir o rumo do partido. Mais de 80% dos membros com direito a voto defendem o rompimento com Dilma Rousseff. Os ministros do PMDB também serão convidados a entregar seus cargos, e quem não entregar deverá ser expulso da sigla. O partido está na expectativa do governo Michel Temer, cada vez mais próximo de se viabilizar com a saída de Dilma.

Juristas - Os juristas que acreditam na legitimidade e na legalidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se reunirão emi Pernambuco no dia 4 de abril na Faculdade de Direito do Recife. O movimento é nacional e deve se repetir em diversas capitais do país. É uma resposta aos defensores de Dilma Rousseff, que afirmam que impeachment é golpe.

Petrolina - Pré-candidato à prefeitura de Petrolina, no Sertão do Estado, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) comemora o crescimento nas pesquisas. Em fevereiro, após levantamento feito pelo Instituto Opinião, tinha 4,5%. Um mês depois, em estudo divulgado pela Arcerte Pesquisa, Lucas mais que dobrou seu índice e saltou para 10%.

RÁPIDAS

Suplente - Com a saída de Nilton Mota da secretaria de Agricultura para poder disputar a prefeitura de Surubim no dia 2 de abril, o deputado Marcantonio Dourado (PSB) voltará para a suplência. Dourado só voltará para a Alepe se algum deputado da Frente Popular se eleger prefeito em outubro.

Pulando fora - Após a oficialização do rompimento do PMDB com Dilma Rousseff que deve acontecer amanhã, o PP, o PTB, o PSD e o PR deverão ser os próximos a pular fora. De acordo com o Mapa do Impeachment já sao 257 deputados e 35 senadores favoráveis ao impedimento de Dilma. Esses números devem aumentar nas próximas semanas e permitir o afastamento da presidente.

Inocente quer saber - A candidatura de Priscila Krause inviabilizou politicamente as de Daniel Coelho e Silvio Costa Filho?

PMDB tem sua grande chance de ser protagonista

Edmar Lyra, | qui, 24/03/2016 - 10:49
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Desde a redemocratização que o PMDB sempre quis buscar o protagonismo na política brasileira e nunca conseguiu. Na vitória de Tancredo, que era filiado ao MDB, acabou não levando uma vez que ele morreu antes de assumir o mandato. Isso foi se repetindo nas eleições seguintes. Em 2002, por exemplo, o partido indicou Rita Camata para a vice-presidência na chapa encabeçada por José Serra (PSDB), que perdeu a disputa para Lula.

Nas eleições seguintes, o partido ficou de fora de uma majoritária em 2006, e em 2010 indicou Michel Temer na chapa encabeçada por Dilma Rousseff, candidata indicada pelo então presidente Lula. A chapa foi vitoriosa e se reelegeu em 2014. O PMDB foi fiador do governo Dilma e um sócio importante na coalizão que sustenta a petista.

No decorrer de 2015 com a deflagração da crise política, o afastamento entre a presidente e seu vice foi se consolidando gradativamente e atualmente o cenário é de rompimento entre Dilma e Temer. Apesar de ter sete ministérios no governo Dilma, o partido chegou à conclusão que não vale a pena ser sócio de um empreendimento falido que é o governo petista.

O desembarque é inevitável, o PMDB através de Michel Temer é o herdeiro natural da presidência da República após o impeachment. E todo o poder que o PMDB tem através de ministérios está em xeque por conta da inabilidade de Dilma de exercer o cargo, será ampliado após a posse de Temer. Ao partido caberá a oportunidade da sua história de tirar o país do atoleiro que Dilma colocou.

Se desde a morte de Tancredo o PMDB virou coadjuvante da política brasileira, agora com o eminente impeachment de Dilma, o protagonismo será do maior partido do Brasil. A chance é de ouro, e o partido certamente não vai jogar fora essa oportunidade. Por isso na próxima semana o rompimento deverá ser efetivado na reunião da terça-feira onde maioria significativa é adepta da saída do governo.

PPL - A chapa do PPL no Recife tem conquistado vários pré-candidatos, cuja expectativa é eleger três vereadores. Os ex-vereadores Alexandre Lacerda e Edna Costa são candidatos pela sigla e estão animados em angariar mais pré-candidatos a vereador a fim de montar uma chapa competitiva. A expectativa é que o terceiro vereador da sigla possa se eleger com quatro mil votos.

Apoios - O deputado federal Anderson Ferreira, pré-candidato do PR a prefeito de Jaboatão dos Guararapes estaria garantindo apoios de vereadores com a oferta de quatro cargos por vereador no governo de Pernambuco. Com isso Anderson espera construir uma candidatura competitiva no município.

PTN - O deputado Ricardo Teobaldo teria confidenciado a aliados que não está muito animado com a pré-candidatura de Joel da Harpa a prefeito de Jaboatão. Isso porque o deputado teve tempo de sobra para montar uma chapa proporcional do partido, mas não conseguiu candidatos competitivos. A maioria dos nomes tiveram quinhentos votos nas eleições passadas.

Impeachment - A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) irá protocolar um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na próxima segunda-feira à tarde. O protocolo de requerimento será feito pelo presidente da OAB, Claudio Lamachia. Na última sexta-feira, o conselho federal da OAB aprovou, por 26 votos a 2, o apoio ao processo de impeachment. Faltava apenas decidir se a entidade apoiaria o impedimento que já está tramitando na Câmara ou se apresentaria pedido de novo processo.

RÁPIDAS

Assessor -  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode se tornar assessor especial da Presidência da República se não puder assumir a Casa Civil, disse ontem, o ministro Jaques Wagner, chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Prazo - Para o deputado federal Jarbas Vasconcelos o impeachment da presidente Dilma Rousseff deverá sair entre abril e maio. O ex-governador de Pernambuco afirmou que assim que passar na Câmara o Senado não irá barrar o processo, por isso em 45 dias tudo estará resolvido.

Inocente quer saber - Quem inventou os codinomes do "listão da Odebrecht"?

Teori Zavascki coloca em xeque credibilidade do STF

Edmar Lyra, | qua, 23/03/2016 - 10:13
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Responsável pela operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Teori Zavascki tomou uma decisão no apagar das luzes que coloca a Suprema Côrte brasileira em completa suspeição. Isso porque mesmo com a decisão de Gilmar Mendes, ratificada por Rosa Weber, de que Lula não poderia assumir o ministério da Casa Civil, Teori Zavascki decidiu que a investigação sobre o ex-presidente Lula, que não tem foro privilegiado, subisse para o Supremo Tribunal Federal.

A decisão, no mínimo exdrúxula, deixa o juiz Sérgio Moro de mãos atadas para agir caso quisesse decretar a prisão do ex-presidente Lula. O efeito prático é que Lula acaba se safando de uma cada vez mais plausível prisão. Mas além disso tal decisão coloca o STF em absoluta suspeição, como se Lula não pudesse ser investigado por ninguém. Nem Moro, nem Teori, nem ninguém. É no mínimo contraditório.

O movimento de Teori acontece logo após o ex-presidente Lula afirmar em áudio interceptado pela Polícia Federal que o Supremo Tribunal Federal é acovardado. Nomeado por Dilma Rousseff em 2012, o ministro Teori Zavascki dá margem para interpretações maliciosas de que ele esteja a serviço do Palácio do Planalto, fazendo jus a sua indicação durante um governo petista.

Com sua atitude, Teori assinou em baixo a atrapalhada nomeação de Lula, que tinha por objetivo fazer o ex-presidente fugir de Sérgio Moro, e que até agora não foi efetivada porque várias ações questionaram a nomeação de um investigado da justiça para o ministério da Casa Civil. No fim das contas, mesmo não sendo ministro Lula ficou com a prerrogativa de foro privilegiado.

Cada vez mais os brasileiros ficam mais certos de que o Supremo Tribunal Federal está se tornando uma verdadeira casa de "Pai Lula" onde ele manda, desmanda, faz o que bem entender. Uma vergonha para aquela que deveria ser a guardiã da Constituição.

Odebrecht - Após a decisão da Odebrecht de fazer uma delação premiada, o ambiente no Palácio do Planalto ficou ainda mais nebuloso. Apesar de envolver nomes da oposição também, o maior prejudicado com a decisão de Marcelo Odebrecht e demais membros da empreiteira é o governo Dilma Rousseff, uma vez que ela foi uma das maiores doadoras de campanha da presidente e responsável por uma série de obras bilionárias do governo federal.

Hipocrisia - O presidente da Câmara Municipal do Recife vereador Vicente André Gomes, que se aposentou como deputado federal e até hoje recebe integralmente como tal, decidiu que não haverá o reajuste de 33%, que não acontece desde janeiro de 2013, no salário dos vereadores do Recife a partir da próxima legislatura. O posicionamento soa como uma verdadeira hipocrisia, uma vez que o salário não é o principal gasto da Câmara com os vereadores, mas sim as verbas de gabinete e demais valores que são desconhecidos de grande parte da população.

Desembarque - O vice-presidente Michel Temer se reuniu ontem com alguns figurões do PMDB no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência em Brasília, para desmontar uma tentativa liderada por Renan Calheiros e ministros do partido que tinha por objetivo adiar a decisão sobre o desembarque do governo, marcada para o próximo dia 29. Ficou acertado que o PMDB sairia imediatamente da base do governo e os ministros teriam até o dia 12 de abril para entregar os cargos. Temer acabou vitorioso na articulação.

Beneficiário - Virou quase que uma unanimidade a tese de que o maior beneficiado pela decisão do PSB de apoiar a candidatura de Jorge Gomes a prefeito de Caruaru com o aval do prefeito José Queiroz foi o deputado Tony Gel (PMDB). Raquel Lyra, agora tucana, virou um poço de mágoas com o Palácio, e se ela ficar de fora do segundo turno apoiará o peemedebista. Caso Jorge Gomes fique de fora da disputa, também marchará com Tony Gel.

RÁPIDAS

Emprego - O Caged, do ministério do Trabalho, divulgou ontem que em fevereiro o Brasil perdeu 104.582 postos de trabalho com carteira assinada. O resultado foi o pior desde fevereiro 2011, quando foram criados 280.799 postos de trabalho no primeiro ano do governo Dilma Rousseff.

Posicionamento - O governador Paulo Câmara enfim decidiu se posicionar sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O socialista afirmou que a situação da presidente, caso se confirme todas as denúncias, é insustentável e o impeachment deve prosperar.

Inocente quer saber - Se Lula não é ministro, por quê mereceu ganhar os privilégios de Teori Zavascki?

Geraldo Julio ainda acredita que pode tirar Daniel Coelho da disputa

Edmar Lyra, | ter, 22/03/2016 - 08:32
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Uma das candidaturas que mais incomodam o prefeito Geraldo Julio é a do deputado federal Daniel Coelho pelo PSDB. Se em 2012 Daniel saiu do quarto para o segundo lugar na disputa polarizando com Geraldo Julio e quase indo ao segundo turno porque o PSB avaliou mal o seu potencial, para 2016 a avaliação é diferente. Com o fim do prazo de troca de partidos por parte dos parlamentares, o PSB acredita piamente que pode tirar Daniel do páreo em nome de alianças em Jaboatão e Ipojuca, bem como alianças mais importantes com o PSDB em Belo Horizonte e São Paulo, por exemplo.

A tentativa, que pode parecer um devaneio, é alimentada por aliados de Geraldo, inclusive por gente do próprio PSB, que acredita na aliança entre os dois partidos em torno do atual gestor. Se Geraldo consegue tirar Daniel do páreo, que tem entre 12% e 20%, suas chances de vitória no primeiro turno crescem significativamente, porque com uma campanha reduzida, os pré-candidatos Silvio Costa Filho (PRB) e Priscila Krause (DEM), desconhecidos do eleitorado, teriam dificuldades de crescimento a ponto de forçar a eleição em duas etapas.

Na prática isso será considerado um golpe, uma vez que Daniel Coelho não pode mais trocar de partido sob o risco de perder o mandato. Mas tem aliado de Geraldo Julio que jura e dá fé que Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, prometeu o apoio do partido ao socialista sacrificando Daniel. Só o tempo vai dizer se a tese de Geraldo surtirá efeito junto do tucanato, se lograr êxito, Geraldo pavimentaria sua reeleição, caso não consiga a manobra, terá que se contentar em enfrentar o bocão de Daniel na disputa eleitoral.

No caso da candidatura de Daniel ser confirmada pela cúpula tucana, o prefeito começará a disputa enfraquecido, porque na prática ficará evidente que Geraldo Julio não teria a estatura política suficiente para tirar pedras do seu caminho, tal como fazia o seu guru e padrinho Eduardo Campos. Uma coisa é fato: Geraldo Julio se sente extremamente ameaçado pelo deputado Daniel Coelho.

Golpista - Nem bem assumiu o ministério da Justiça e Eugenio Aragão já chegou cometendo trapalhadas. Ao afirmar que se sentir qualquer cheiro de vazamento, sem necessariamente ter provas, trocaria todo o comando da Polícia Federal, o ministro agiu para intimidar a força-tarefa da Operação Lava-Jato. As reações foram imediatas e os delegados da PF ficaram uma arara com o ministro. Não tem outro nome a isso que não seja golpe.

Partidos - Há quem cogite que o PP do deputado Eduardo da Fonte e o PTB do ministro Armando Monteiro possam marchar com a candidatura de Priscila Krause a prefeita. Caso isso se confirme, o prefeito Geraldo Julio e o deputado Sílvio Costa Filho não gostarão nem um pouco da atitude dos seus atuais aliados.

Petismo - Após os sucessivos escândalos que fulminaram o pouco que restava da imagem do PT, o superintendente da Sudene João Paulo, que estava colocado como pré-candidato a prefeito do Recife, já estaria batendo em retirada com medo de sair desmoralizado das urnas. Com isso a candidatura do PT a prefeito tende a cair no colo da vereadora Marília Arraes, que não tem mais nada a perder na política.

Timbaúba - Com a possibilidade cada vez mais remota de reeleição do prefeito Junior Rorigues (PSB), o deputado Marinaldo Rosendo teria procurado o grupo do ex-deputado Maviael Cavalcanti, para que este indicasse o candidato a vice-prefeito, que seria Antonio Paulo Teixeira, ex-chefe de gabinete de Maviael, na chapa encabeçada pelo médico Jacinto Ferreira Lima, que seria bastante competitiva para fazer frente ao vereador Ulisses Felinto, que aparece à frente nas pesquisas.

RÁPIDAS

Ministro - Em reunião ontem a noite no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula cogitou a hipótese de desistir do ministério, porém Dilma refutou a hipótese. Para Dilma a prioridade número um do governo é conseguir dar posse a Lula no ministério da Casa Civil.

Impeachment - A oposição decidiu retirar o aditamento que incluía a delação do senador Delcídio do Amaral no pedido de impeachment formulado por Janaina Paschoal, Miguel Reale Jr. e Helio Bicudo, que aborda as pedaladas fiscais como crime de responsabilidade. Caso o assunto Delcidio entrasse na pauta do pedido, poderia haver uma judicialização do processo e consequentemente postergar a sua apreciação.

Inocente quer saber - O senador José Serra se equivocou ao já falar na composição do governo Temer?

O potencial de Priscila Krause

Edmar Lyra, | seg, 21/03/2016 - 10:52
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Na semana que passou o Democratas, numa atitude altruísta do presidente estadual deputado Mendonça Filho, lançou a pré-candidatura da deputada Priscila Krause a prefeita do Recife. Isso porque Mendonça é a principal liderança do partido em Pernambuco e aliados seus comandam a secretaria de Desenvolvimento Econômico na gestão de Geraldo Julio e a direção do Lafepe na gestão de Paulo Câmara, ambos do PSB. Mesmo correndo o risco de sofrer retaliação do PSB, Mendonça apostou na reoxigenação do Democratas na capital pernambucana.

Priscila Krause é herdeira política do ex-governador Gustavo Krause, que é um pensador político raro não só em Pernambuco como no Brasil, respeitado por todas as matizes ideológicas e partidárias. Começou em 2004 se elegendo vereadora do Recife, sendo a partir de 2005 uma combativa opositora da gestão de João Paulo, fato que se repetiu durante as gestões de João da Costa e Geraldo Julio. A oposição de Priscila é diferenciada porque ela confronta os gestores com dados, tendo embasamento técnico para proferir os seus questionamentos, que quase sempre surtem efeitos significativos. Priscila politicamente é acima da média dos políticos pernambucanos.

Por duas vezes tentou ser deputada estadual, na primeira em 2010 ficou na primeira suplência do DEM, que elegeu dois deputados naquela eleição. Na segunda acabou se elegendo com uma votação significativa. Primeiro porque se candidatou sem o apoio das estruturas de prefeituras e governo estadual, sem qualquer prefeito que pudesse pedir votos para o seu projeto, e pra completar Priscila não aceitou participar do guia eleitoral em 2014 por discordar da aliança do DEM com o PSB. O resultado, considerando essas variáveis, foi agigantador no tocante à sua trajetória política, pois Priscila atingiu mais de 47 mil votos, sendo uma das mais votadas do Recife.

Uma vez candidata a prefeita do Recife, sobretudo no tensionado ambiente político do país, Priscila não tem uma mácula sequer na sua biografia, o que pode capitalizar votos de eleitores que estão estupefatos com a corrupção e com os chamados políticos profissionais. Priscila tem o "discurso fácil" da ética, que não está embasado nas palavras dela, mas sim na sua trajetória política, e isso poderá ser fundamental para que o eleitorado recifense possa considerar a sua candidatura como a legítima alternativa à gestão do PSB comandada pelo prefeito Geraldo Julio.

Priscila tem potencial gigantesco para crescer durante as eleições, pesará contra ela a pouca flexibilidade de alianças e naturalmente o pouco tempo de televisão para se apresentar ao eleitorado recifense. Porém, num momento como o que vivemos talvez seja exatamente o fato de não estar aliada às grandes estruturas que possa impulsionar a sua candidatura. Fiquem de olho nela, pois ela será decisiva em outubro.

PP - O Partido Progressista, que tem os deputados Fernando Monteiro e Eduardo da Fonte, este último presidente estadual, cresceu bastante com o término das filiações partidárias, quando recebeu os deputados Eduino Brito, ex-PHS e pré-candidato a prefeito de Arcoverde, e Claudiano Filho, ex-PSDB. Agora o PP passa a ter seis deputados estaduais, são eles: Zé Maurício, Cleiton Collins, Dr. Valdi, Everaldo Cabral, Eduíno Brito e Claudiano Filho, sendo a segunda maior bancada da Alepe, perdendo apenas pro PSB.

PSDB - O PSDB aclamou ontem o empresário João Dória Jr. como seu pré-candidato a prefeito de São Paulo, após o vereador Andrea Matarazzo desistir de disputar as prévias se desfiliando da sigla e denunciando que haveria compra de votos. Mais uma vez os tucanos paulistas entram divididos na disputa pela prefeitura e correm risco de perder a terceira eleição consecutiva.

Governo - O governo Michel Temer já começa a ser esboçado, e pode ter o senador José Serra como ministro da Fazenda. O deputado federal Mendonça Filho também é cotado para a Esplanada dos Ministérios. Poderia assumir uma pasta voltada para os problemas do Norte/Nordeste como o ministério da Integração Nacional.

Armando Monteiro - Quem pode continuar na Esplanada mesmo com a saída de Dilma Rousseff é o ministro Armando Monteiro, que tem feito um trabalho respeitável no MDIC e possui excelente interlocução com o PIB nacional. Uma vez na equipe de Michel Temer, Armando ajudaria a manter Douglas Cintra no Senado até 2018.

RÁPIDAS

Decisão - A vereadora e secretária de Combate às Drogas Aline Mariano terá que decidir se sai ou se fica no PSDB até o próximo dia 2 de abril, quando os partidos enviarão a lista com os novos filiados para o TRE. Se ficar na sigla tucana Aline corre sério risco de não ter legenda para disputar a reeleição, uma vez que assumiu a secretaria na gestão de Geraldo Julio à revelia do PSDB municipal.

Impeachment - De acordo com o Movimento Vem Pra Rua, responsável pelo Mapa do Impeachment que monitora a posição dos deputados e senadores a respeito do impeachment de Dilma Rousseff, já são 242 deputados e 34 senadores a favor da saída da presidente. Na última segunda-feira esses números eram 220 e 31, respectivamente.

Inocente quer saber - O Palácio do Planalto conseguirá dar posse a Lula e garantir-lhe o foro privilegiado?

Se a terça foi insana, a quarta foi apocalíptica

Edmar Lyra, | qui, 17/03/2016 - 09:48
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Anteontem tivemos um dia histórico com a delação do senador Delcídio do Amaral sendo homologada pelo ministro Teori Zavascki comprometendo muita gente, inclusive a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Fato que consolidou a ida de Lula para um ministério a fim de ganhar foro privilegiado. O movimento só foi oficializado ontem, quando a presidente decidiu nomear Lula para a Casa Civil.

Mesmo indo de encontro a opinião da maioria esmagadora da população, petistas apostavam que havia sido uma "jogada de mestre", um xeque-mate no juiz Sergio Moro, desconsiderando que Dilma ao nomear Lula estava trazendo o crime para dentro do Palácio do Planalto. Lula, por sua vez, assinou o seu atestado de culpa, enquanto Dilma já assinara o atestado de óbito do seu governo.

Quando o Palácio do Planalto comemorava a ida de Lula para o ministério e a consequente fuga das mãos de Sergio Moro, vieram à tona áudios de uma conversa do futuro ministro com a presidente, onde Dilma afirmou pra Lula que o termo de posse estava pronto e que ele poderia utilizá-lo quando fosse necessário, dando a entender que a nomeação foi claramente com o objetivo de obstruir o trabalho da justiça.

O restante dos áudios interceptados chega a ser absurdo. Lula tira onda do Supremo Tribunal Federal, do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, do presidente da Câmara Eduardo Cunha, do presidente do Senado Renan Calheiros, isso sem contar com frases machistas contra Clara Ant, sua assessora, contra Marta Suplicy, etc.

O vasto material causou perplexidade e insatisfação generalizada entre as pessoas, que prontamente foram protestar ainda na noite de ontem contra o governo, o PT e Lula, pedindo a renúncia de Dilma Rousseff. Definitivamente tivemos uma quarta-feira ainda mais complicada para a nossa república e consequentemente para o nosso país. Lula chega a zombar do povo brasileiro debochando das instituições. Lula age como se fosse Deus, e Dilma Rousseff é cúmplice de todas as canalhices que este cidadão pratica contra o país, quando o nomeia para a principal pasta do seu governo.

O impeachment há muito tempo deixou de ser um pleito de parte da sociedade para ser extremamente necessário, sendo a única saída para dar um basta na republiqueta de bananas que o PT pretende implantar no país. Por muito menos Fernando Collor caiu. Depois dessa quarta apocalíptica, o fim do governo Dilma está decretado.

Instalação - A comissão que analisará o impeachment será composta por 65 deputados e os partidos serão representados conforme a proporcionalidade da sua bancada na Câmara Federal. PT e PMDB ficam com oito deputados, cada. PSDB com seis, PP com cinco, PSD e PR com quatro, PTB e DEM três, PRB, PROS, SD, PSC e PDT dois, e os demais partidos com representação na Câmara um representante cada. A instalação da comissão será feita hoje.

Solidariedade - O deputado estadual licenciado e secretário de Saneamento da PCR Alberto Feitosa trocou o PR pelo Solidariedade, a sua filiação foi oficializada ontem. Feitosa saiu do PR após o deputado federal Anderson Ferreira dar o comando do partido no Recife ao cunhado Fred Ferreira. Segue com Feitosa o empresário Francisco Eduardo Cavalcanti, irmão do ex-governador Joaquim Francisco e pré-candidato a vereador do Recife.

PRB - O PRB, que em Pernambuco passou a ser comandado pelo deputado Sílvio Costa Filho, decidiu ontem que vai entregar o ministério dos Esportes e consequentemente sairá da base de apoio ao governo Dilma Rousseff. Esse é apenas o primeiro dos muitos partidos que tendem a pular do barco de Dilma, que a cada dia afunda mais.

PMDB - O PMDB, que é liderado pelo deputado Leonardo Picciani (RJ), terá direito a oito vagas na Comissão do Impeachment. No acerto com a bancada ficou definido que além de Picciani serão quatro deputados governistas e três oposicionistas os indicados para a comissão que avaliará a procedência do impedimento de Dilma na Câmara.

RÁPIDAS

Filiações - O PSD, que recentemente recebeu os deputados Alvaro Porto e Romario Dias, e pode receber Kaio Maniçoba, vai oficializar a filiação de mais um prefeito. Trata-se do prefeito de Canhotinho Felipe Porto, que foi eleito em 2012 pelo DEM, sendo o único prefeito do partido eleito naquele pleito. Outro que ingressará na sigla é o vice-prefeito de Custódia Manuca, que foi candidato a deputado estadual em 2014 e será candidato a prefeito em outubro.

Medo - O ex-presidente Lula, em conversa com o deputado Wadih Damous (PT/RJ) afirmou que o juiz Sérgio Moro tem que ter medo, sabendo que deputados do PT estarão na cola dele fazendo representação contra ele no STF, dizendo que tinha que achincalhar o juiz responsável pela Lava-Jato. 

Inocente quer saber - Qual será a bomba de hoje? 

Uma terça insana

Edmar Lyra, | qua, 16/03/2016 - 09:39
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Após os protestos do último domingo reunirem sete milhões de brasileiros nas ruas do país, o governo Dilma Rousseff achou que já tinha encontrado o fundo do poço. Mas o dia ontem foi capaz de mostrar que o fundo do poço do governo Dilma é um buraco negro. A delação do senador Delcídio do Amaral, que foi homologada ontem pelo ministro do STF Teori Zavascki, responsável pela Lava-Jato na suprema Côrte foi explosiva.

O começo do dia trouxe o teor da delação de Delcídio, que envolveu Aécio Neves, Aloizio Mercadante, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Lula, Dilma e mais uma série de envolvidos entre políticos e empresários. De Pernambuco o senador Humberto Costa fez questão de aparecer em mais um escândalo. Além dele, o ex-governador Eduardo Campos foi citado por Delcídio.

A delação é explosiva e quando for investigada a fundo abalará toda a república, trazendo consequências e desfecho imprevisíveis. O cerne da delação de Delcídio é mais uma vez a falta de condições políticas da presidente Dilma Rousseff em continuar no cargo. Seu impeachment deixou de ser um desejo de parcela da oposição para ser o único caminho a ser seguido sob pena de colocar em xeque o futuro do país, sendo o remédio, traumático é bem verdade, mas capaz de quebrar o ciclo negativo que Dilma colocou o país.

Dilma deu demonstrações disso quando cogitou a hipótese de abrigar o ex-presidente Lula na esplanada dos ministérios com o único objetivo de salvar o seu padrinho político das mãos do juiz Sérgio Moro, garantindo-lhe foro privilegiado. A decisão de Dilma, além de sepultar o seu governo terminando de enlameá-lo, dá margens de interpretação de que o julgamento do STF será mais moroso que o de Sérgio Moro e o pior, correndo o risco de acabar em pizza a investigação do ex-presidente. Numa tacada só Dilma colocou na sarjeta o poder executivo, comandado por ela, e o poder judiciário, cujos governos do PT indicaram a maioria dos ministros do STF.

Se o domingo entrou para a história do Brasil como um ato cívico de sete milhões de brasileiros lutando contra a corrupção, a terça-feira era o dia que não deveria ter existido no Brasil, não pela delação de Delcídio, mas sim pela comprovação de que o Palácio do Planalto corrompe pessoas ao seu bel-prazer e trabalha dia e noite para sepultar a operação Lava-Jato. Vergonha é pouco para descrever o que o Brasil vivencia neste momento.

Troca - O deputado Sílvio Costa Filho, pré-candidato a prefeito do Recife, decidiu trocar o PTB pelo PRB, partido da Igreja Universal. O agora ex-petebista será presidente estadual do PRB. Muita gente avaliou que a troca não foi positiva para a sua candidatura, uma vez que ele será constantemente ligado a um segmento da sociedade: o evangélico. Naturalmente isso poderá dificultar o discurso dele para viabilizar uma candidatura competitiva.

Escolha - Conforme divulgamos em primeira mão em nosso blog anteontem, o governador Paulo Câmara escolheu Silvio Neves Baptista Filho para ser o novo desembargador do TJPE. Silvio tem 43 anos, vinte de carreira, e deverá ficar no Poder Judiciário por 32 anos. Ele desbancou José Antônio de Melo e Carlos Gil Rodrigues.

DEM - O Democratas, que deverá confirmar a candidatura da deputada Priscila Krause a prefeita do Recife, receberá o reforço do vereador Davi Muniz, que recentemente se filiou ao PEN mas acabou querendo sair da sigla por divergências com o presidente estadual Romero Cavalcanti. Com isso o DEM passa a ter dois vereadores: Davi e Marcos Menezes.

Sujeira - Citado na delação do senador Delcídio, o senador Aécio Neves mais uma vez se mostrou distante de merecer os 51 milhões de votos das últimas eleições presidenciais. Ficando evidente que ele não tem moral nenhuma para participar de manifestações que critiquem a corrupção do governo Dilma Rousseff. A sujeira de Aécio justifica o motivo, dentre outros, de ter sido hostilizado nas manifestações em São Paulo no último domingo.

RÁPIDAS

Ausência - Figura carimbada nas denúncias envolvendo políticos, pelo menos desta vez o senador Fernando Collor não teve seu nome citado na delação de Delcídio do Amaral. O ex-presidente, por sinal, foi destituído por muito menos do que o acontecido no governo Dilma Rousseff.

Negociação - A negociação que culminou na saída da deputada Raquel Lyra do PSB passou pelo apoio do PDT à reeleição do prefeito Geraldo Julio. O PDT não só apoiará o prefeito do Recife, como também estará alinhado com Antonio Campos em Olinda e Conceição Nascimento em Jaboatão, que deverá ser a candidata do Palácio. Com isso a candidatura do vereador Neco a prefeito estaria sepultada. 

Inocente quer saber - Hoje será turbulento em Brasília como foi ontem? 

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