Edmar Lyra

Edmar Lyra

Coluna Diária

Perfil:Bacharel em Administração de Empresas e Jornalista profissional, é colunista do jornal Gazeta Nossa da Região Metropolitana do Recife e do jornal Folha do Pajeú do Sertão do Pajeú

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O reinado de Cunha enfim acabou

Edmar Lyra, | sex, 06/05/2016 - 09:38
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Exercendo o quarto mandato de deputado federal, Eduardo Cunha, que havia sido líder do PMDB na Câmara durante o final do primeiro governo Dilma Rousseff, se elegeu presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2015 com 267 votos contra a vontade de Dilma e do Palácio do Planalto. Por algumas vezes vestiu-se de incansável defensor do governo, por outras implacável opositor, sendo responsável pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff que culminou com 367 votos no afastamento de Dilma do cargo pela Câmara dos Deputados.

Profundo conhecedor do regimento interno da Câmara e possuidor de grande influência junto aos pares, Eduardo Cunha se destacou pela sua frieza no exercício do cargo de presidente, chegando por muitas vezes a se achar acima da Lei e dos próprios pares. Utilizou do seu conhecimento jurídico e da sua influência para postergar ao máximo o pedido de sua cassação no Conselho de Ética, com manobras regimentais que lhe garantiram por muito tempo no cargo.

A saída de Cunha do cargo era uma mera questão de tempo, pois ele tem seu nome envolvido em inúmeros escândalos de corrupção desde que iniciou a sua vida pública. Responde a oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal e não merece continuar num dos cargos mais importantes da República e que poderia se tornar o segundo na linha de sucessão da presidência caso Dilma seja impichada pelo Senado.

A decisão do ministro Teori Zavascki, corroborada por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal, era mais do que esperada, pois não havia mais a menor condição da continuidade de Cunha no cargo, e tem um desdobramento extremamente favorável ao futuro presidente Michel Temer, que assumirá o cargo sem a sombria presença de Cunha no protagonismo político brasileiro. Essa, inclusive, era uma grande preocupação do núcleo do futuro presidente, que temia ser associado a alguém que estava mais do que complicado na Lava-Jato.

O reinado de Cunha está no fim, assim como o de Dilma Rousseff. Os brasileiros esperam que a partir de agora, com um novo presidente da República e um novo presidente da Câmara, o Brasil possa definitivamente virar a página e encontrar o caminho da saída da crise política e econômica em que está afundado.

Jarbas Vasconcelos - Apesar de não estar procurando cargos, o deputado Jarbas Vasconcelos  (PMDB) não hesitaria de assumir um ministério caso fosse convidado por Michel Temer. Jarbas, por sinal, afirmou a Temer que não seria uma boa escolha a nomeação de Romero Jucá, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima para a sua equipe ministerial.

Mendonça Filho - O deputado Mendonça Filho (DEM) está muito cotado para o ministério da Educação. Inicialmente ele estava próximo de ser ministro das Comunicações, porém o seu perfil mais ligado ao setor, já que quando vice-governador foi responsável pela implementação das escolas em tempo integral em Pernambuco, deve levá-lo a ficar mesmo na Educação de Temer.

Nulidade - A ação rápida do ministro Teori Zavscki foi uma resposta a ADPF da Rede Sustentabilidade, que poderia ensejar, em caso de procedente, na nulidade dos atos praticados por Eduardo Cunha no cargo de presidente, que atingiria diretamente o processo de impeachment de Dilma na Câmara que já tramita no Senado e está em vias de ser aprovado.

Rogério Rosso - Com o afastamento de Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Câmara, cresce um movimento para que a Casa escolha um novo presidente, que seria o deputado Rogério Rosso (PSD/DF), presidente da Comissão do Impeachment, e que tem a simpatia do Palácio do Jaburu e de parte significativa dos membros da Câmara dos Deputados.

RÁPIDAS

Aproveitando - Num evento em sua Fazenda em Paudalho, que contou com a presença do governador Paulo Câmara, o deputado Romário Dias (PSD) afirmou ao presidente da Alepe deputado Guilherme Uchoa (PDT) que ele aproveitasse os oito meses que lhe restam na presidência da Casa Joaquim Nabuco, pois a partir de 2017 a presidência seria de Romário.

Blairo Maggi - O senador Blairo Maggi, um dos maiores produtores agrícolas do país, deverá se filiar ao PP para assumir o ministério da Agricultura no eventual governo Michel Temer. O partido pretende ficar com a Caixa, o ministério da Saúde e o ministério da Agricultura.

Inocente quer saber - O que fazia o ex-deputado João Paulo perto da comissão do impeachment no Senado ontem em Brasília?

O time de Temer

Edmar Lyra, | ter, 03/05/2016 - 10:28
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O futuro presidente Michel Temer está prestes a consolidar a sua equipe ministerial a fim de apresentá-la tão logo Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado, o que está previsto para o próximo dia 12. Muitos nomes estavam sendo especulados, inclusive alguns de Pernambuco, que estão praticamente certos na equipe ministerial como Mendonça Filho e Fernando Filho, que já havíamos abordado na nossa coluna.

A equipe começa com Henrique Meirelles no ministério da Fazenda, que será responsável para ajustar a economia e trazer credibilidade ao Brasil no cenário internacional. Para contribuir com essa tentativa de recuperação internacional, Temer decidiu chamar José Serra para as Relações Exteriores visando utilizar a larga experiência de quem já foi ministro do Planejamento e da Saúde, bem como prefeito e governador de São Paulo e duas vezes candidato a presidente da República.

No ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que estava em vias de ser extinto, o presidente Michel Temer optou pelo presidente da FIESP Paulo Skaf, o que poderá contribuir com a relação do governo com o PIB brasileiro. Skaf representa as indústrias e será um importante interlocutor na retomada da economia durante o governo Temer.

O presidente nacional do PSD Gilberto Kassab ficará novamente com o ministério das Cidades, pasta que ocupou durante o segundo governo Dilma Rousseff e há poucos dias optou por entregar o cargo para fazer o alinhamento com a posição do seu partido que foi de votar majoritariamente pelo impeachment da petista. Kassab é um dos maiores articuladores políticos do país, e poderá contribuir bastante na relação do Planalto com o Congresso Nacional.

De Pernabuco, como já haviamos falado, o deputado Mendonça Filho assume o ministério das Comunicações e o DEM poderá indicar aliados para os Correios e a Postalis, estatais que ficam subordinadas à pasta. Outro pernambucano a integrar a Esplanada é o deputado Fernando Filho, líder do PSB na Câmara, que estava cotado para a Integração Nacional, acabou ficando com o ministério dos Portos. Por fim Bruno Araújo, do PSDB, responsável pelo voto que guilhotinou Dilma Rousseff na Câmara, deverá assumir uma pasta que ainda não está definida.

O nome de Raul Jungmann para o ministério da Defesa acabou perdendo força para a indicação de Nelson Jobim, que já ocupou a pasta durante o governo Lula e que possui excelente relação com Michel Temer. Enquanto a situação de Augusto Coutinho para o ministério do Trabalho segue indefinida. Temer escolhe um time de políticos testados nas urnas e na política em si, que responderão pela pasta de tal maneira que possam ser reconhecidos pelo nome, coisa que não vinha acontecendo no governo Dilma, já que ela decidia nomear ilustres desconhecidos para os postos.

No geral Temer começa bem na sua equipe. Não tinha muito pra onde correr, muito menos querer inventar a roda. Se esse time conseguir recolocar o Brasil nos trilhos, dele poderá sair o nome para a sucessão em 2018 com chances de vitória tal como ocorreu com Fernando Henrique Cardoso durante o governo Itamar.

Banco Central - Ainda não há nada definido, porém as chances são grandes de o economista-chefe do Itaú Unibanco Ilan Goldfajn assumir a presidência do Banco Central. Ilan já foi diretor de política econômico do Banco Central até o início do governo Lula em 2003 quando acabou saindo do cargo. A escolha é mais uma sinalização ao mercado financeiro por parte de Michel Temer.

Caixa Econômica Federal - Já para a presidência da Cabaixa, Michel Temer decidiu pela escolha de Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira da instituição e foi ministro da Integração Nacional e das Cidades durante o governo Dilma Rousseff. Occhi é uma indicação da bancada do PP no Senado e substitui Miriam Belchior.

Mantidos - Por enquanto, Michel Temer decidiu pela manutenção de Aldemir Bendine na presidência da Petrobras e de Alexandre de Abreu na presidência do Banco do Brasil. A medida serve para demais vice-presidências do Banco do Brasil e demais diretorias da Petrobras, que serão mantidas até segunda ordem.

Problema - Nomes praticamente certos são Henrique Eduardo Alves no Turismo e Romero Jucá no Planejamento, porém ambos estão encrencados com a operação Lava-Jato e poderão trazer dores de cabeça a Michel Temer durante o seu governo. Na avaliação de gente graúda em Brasília, é um equívoco nomeá-los.

RÁPIDAS

Rifado - Antes pule de dez para a secretaria de governo, o ex-ministro Geddel Vieira Lima poderá perder lugar para o ex-deputado Sandro Mabel (GO). A indicação de Mabel é uma reivindicação do centrão da Câmara dos Deputados, composto por PTB, PR, PSD, etc. Temer estaria inclinado a aceitar o pedido dos parlamentares.

Complicações - Alguns integrantes da mesa diretora da Câmara Municipal de Jaboatão dos Guararapes, que recentemente anunciaram apoio a pré-candidatura de Anderson Ferreira a prefeito de Jaboatão, poderão ter seus nomes envolvidos em escândalos de corrupção, é o que garante um funcionário da Câmara que se coloca como pré-candidato a vereador pelo PRTB.

Inocente quer saber - O que falta para Augusto Coutinho assumir o ministério do Trabalho?

Os caminhos para a sucessão de Elias Gomes em Jaboatão

Edmar Lyra, | seg, 02/05/2016 - 14:09
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Nas eleições de 2008 um caso atípico marcou a vitória de Elias Gomes para a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Ele começou atrás nas pesquisas e não contava com grandes estruturas para a disputa. Seu principal adversário André Campos contava com o apoio irrestrito do então governador Eduardo Campos e do então presidente Lula, além de dezenas de candidatos a vereador e uma frente ampla de partidos.

Comendo pelas beiradas, Elias acabou vencendo no primeiro turno talvez a eleição mais histórica de Jaboatão. Ao longo do seu primeiro mandato, o tucano montou uma equipe com pessoas dos mais variados partidos, aglutinando ideologias distintas, chegando até a contar com o apoio do PT para o seu projeto. Dentre seus auxiliares destacaram-se Mirtes Cordeiro, Conceição Nascimento e Evandro Avelar, que hoje são cotados como possíveis nomes para a sua sucessão.

Passados quase oito anos, há uma série de desafios a serem enfrentados pelo prefeito, que tentará repetir a façanha do Cabo de Santo Agostinho em 1988, quando conseguiu eleger o sucessor. O primeiro deles é manter a tropa unida, uma vez que em 2012, já numa situação mais tranquila para buscar a reeleição, alcançou 14 partidos em torno do seu projeto e foi reeleito com 62,93% dos votos válidos.

Para manter a tropa unida, Elias Gomes considera a hipótese de indicar a candidatura de Evandro Avelar, que foi seu secretário entre 2009 e 2014, tendo sido secretário das Cidades de João Lyra Neto e atualmente ocupa a secretaria de Qualificação Profissional do governador Paulo Câmara. Evandro é um quadro técnico com larga experiência política, que foi candidato a vice-governador em 2006. Seria o nome para unificar a Frente Popular, incluindo partidos como PR e PSB, que hoje cogitam a hipótese de lançar candidato próprio. A postulação de Evandro também poderia contar com o apoio do PT, já que o partido integrou a base de sustentação de Elias ao longo do seu governo.

Caso não consiga unificar os esforços em torno de um projeto conjunto na figura de Evandro, Elias pode encontrar uma solução caseira, que teria Conceição Nascimento encabeçando a chapa e podendo incluir Mirtes Cordeiro na vice. De todo modo, Elias sabe que qualquer dos nomes será competitivo pois há uma gestão a ser defendida que com erros e acertos, deixa Jaboatão melhor do que recebeu em janeiro de 2009. Pelos próximos dias o tucano deverá definir o nome, mas antes disso pretende ouvir o governador Paulo Câmara, o senador Fernando Bezerra Coelho e outras lideranças políticas do estado que terão papel determinante na decisão tomada por Elias.

Posse - Indicado pelo governador Paulo Câmara para ser desembargador do TJPE, Silvio Neves Baptista Filho será empossado hoje no cargo em evento na sede do Tribunal de Justiça de Pernambuco a partir das 17 horas. O ato contará com a presença do governador Paulo Câmara e de muitas personalidades do mundo jurídico e político do estado.

Pé quente - Desde que assumiu o governo de Pernambuco, o governador Paulo Câmara, que é torcedor do Santa Cruz, viu seu time conquistar o Campeonato Pernambucano e o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, ambos em 2015, e ontem viu o Santa Cruz ser campeão da Copa do Nordeste. Eduardo Campos, que era torcedor do Náutico, só viu um acesso para a Série A em 2011 e nenhum título no período em que foi governador.

Augusto Coutinho - Exercendo o segundo mandato de deputado federal, o presidente estadual do Solidariedade Augusto Coutinho está bastante cotado para assumir o ministério do Trabalho no governo Michel Temer caso a sigla fique mesmo com a pasta. Caso seja confirmado, Augusto estará dando o maior passo da sua trajetória política, já que foi vereador do Recife e deputado estadual antes de chegar ao mandato em Brasília.

Prestígio - O secretário de governo de Jaboatão dos Guararapes Jorge Lemos demonstrou prestígio ao reunir o deputado Ricardo Costa, o prefeito Elias Gomes, a secretária Mirtes Cordeiro, a sua esposa Claucione Lemos, que é pré-candidata a vereadora de Jaboatão pelo PSDB, e outras lideranças políticas na comemoração do seu aniversário ontem em Candeias.

RÁPIDAS

Suspensão - O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes atendendo a uma representação do Solidaridade, suspendeu a Medida Provisória editada por Dilma Rousseff que abria crédito extraordinário de R$ 100 milhões para propaganda institucional. Gilmar disse que não vê motivos para urgência em gastos com publicidade.

Reajustes - Após passar um longo período sem reajustar o Bolsa-Familia, a presidente Dilma Rousseff decidiu reajustar em cinco reais o valor do Bolsa-Familia, que passa de R$ 77,00 para R$ 82,00. Além disso, os benficiários terão direito a um reajuste de três reais nos benefícios adicionais. Dilma também corrigiu a tabela do Imposto de Renda em 5%, mas só valerá a partir de 2017.

Inocente quer saber - O Palácio do Campo das Princesas levará partidos da Frente Popular a apoiar o nome indicado por Elias Gomes para a sua sucessão? 

PSB precisa se posicionar

Edmar Lyra, | sex, 29/04/2016 - 10:40
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O PSB manteve por muitos anos uma relação histórica com o PT, chegando a apoiar Lula em 1989, 1994 e 1998 no primeiro turno, no segundo turno de 2002 após lançar Anthony Garotinho e em 2006. Em 2010 o PSB integrou a coligação que elegeu Dilma Rousseff, chegando a indicar Fernando Bezerra Coelho para o ministério da Integração Nacional, cargo que ele ocupou até 2013 quando o PSB rompeu com o PT para lançar Eduardo Campos à presidência.

Os equívocos de rumos tomados por Dilma Rousseff ainda no seu primeiro mandato mandaram o PSB de Eduardo Campos para a oposição. E foi lastreado num projeto de oposição que Eduardo candidatou-se a presidente da República. Se quisesse continuar apoiando o PT e Dilma Rousseff, Eduardo poderia ter se lançado candidato a senador e talvez estivesse vivo até hoje.

Foi lutando contra o PT e contra o governo Dilma Rousseff que Eduardo morreu. Ao PSB cabia respeitar a vontade de Eduardo de seguir contrário ao projeto do PT. Não só uma forma de respeitar a memória de Eduardo como também respeitar a vontade das urnas que colocaram o partido na oposição. Apesar de alguns membros do PSB defenderem o alinhamento com o PT após a morte de Eduardo, a maioria do partido, que elegeu três governadores, seis senadores e mais de trinta deputados federais, preferiu a independência em relação ao governo Dilma.

No momento em que o impeachment ganhou força, o PSB decidiu votar em sua maioria a favor na Câmara dos Deputados. Apenas cinco parlamentares da sigla se posicionaram contra o impeachment por terem uma grande afinidade com o PT. Porém é discutido agora um novo momento no que diz respeito ao PSB. Primeiro sobre a tese estapafúrdia de membros do PSB embarcarem em defender novas eleições, quando há um processo legal que está em vias de culminar no afastamento de Dima Rousseff. Não há amparo legal para que seja apresentada uma PEC que mude as regras do jogo no meio do jogo, defender novas eleições é coisa de gente que não tem projeto pro Brasil e que quer jogar para a plateia. O outro ponto diz respeito ao posicionamento do PSB em relação ao governo Temer. Ora, se o PSB em 2014 ficou contra o PT, se optou por embarcar na tese do impeachment, sendo fiador do processo que afastou Dilma, por quê o partido quer lavar as mãos em relação ao governo Temer, fingindo uma isenção que não compete no momento?

O PSB precisa descer do muro porque Rodrigo Rollemberg, Paulo Câmara e Ricardo Coutinho estão enfrentando problemas sérios para gerir os estados por conta da crise econômica federal. Eles mais do que ninguém precisam que o governo federal esteja fortalecido e que alguém do partido possa despachar na Esplanada no governo Temer a fim de facilitar o diálogo e a captação de recursos para melhorar a situação dos seus estados.

Eduardo Campos e Miguel Arraes, os maiores líderes da história do PSB, sempre se posicionaram nos momentos de dificuldade nacional, como o que vivenciamos neste momento. Quando Eduardo decidiu sair do governo de Pernambuco para disputar à presidência afirmou que jamais iria faltar a Pernambuco, bem como na sua última entrevista ao Jornal Nacional conclamou os brasileiros a não desistirem do Brasil. Em respeito a Eduardo, o PSB precisa mais do que nunca se comprometer com o governo Temer assumindo uma pasta na Esplanada, para fazer jus ao seu maior líder, sem faltar ao país e muitos menos desistir do Brasil, pois o momento exige posicionamento e firmeza daqueles que fazem parte da política brasileira. Ficar em cima do muro não é coerente com a história de Eduardo, de Arraes e do próprio PSB.

Araripina - Com a crise financeira que assola todo o país, os prefeitos do interior de Pernambuco já começam a planejar os festejos juninos deste ano, porém estão sem saber o que fazer para a realização do evento tradicional. Em Araripina o prefeito Alexandre Arraes decidiu diminuir em 50% os custos dos festejos juninos em relação ao ano de 2015. O prefeito espera poder contar com o apoio do governo de Pernambuco e a compreensão da população para que mesmo fazendo um evento de menor porte, possa garantir um evento satisfatório para o povo de Araripina bem como o pleno funcionamento dos serviços básicos da população.

Troco - Presidente estadual do PSC, o deputado estadual André Ferreira cogita disputar a prefeitura do Recife em faixa própria a fim de dar o troco no movimento feito pelo Palácio do Campo das Princesas para tirar o comando do PR do deputado Anderson Ferreira, bem como proibir a sua candidatura a prefeito de Jaboatão dos Guararapes.

Itamaraty - Após ser cotado para Fazenda, Planejamento, Educação e Saúde, o senador José Serra parece que teve o seu destino definido. Ele será ministro das Relações Exteriores, que herdará parte das atribuições do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que será extinto. Nesta pasta, Serra fica mais distante do sonho de ser candidato a presidente da República em 2018.

Fernando Filho - Caso o PSB decida integrar o governo Temer ocupando uma pasta na Esplanada dos Ministérios, o líder do partido na Câmara dos Deputados Fernando Filho poderá ser indicado para a Integração Nacional, pasta que já foi ocupada pelo seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho no primeiro governo Dilma Rousseff. Além de Fernando Filho, correm por fora Beto Albuquerque e Renato Casagrande para ocupar o cargo destinado ao PSB na Esplanada.

RÁPIDAS

Reeleição - Em entrevista ao SBT o vice-presidente Michel Temer afirmou que não será candidato a presidente em 2018 bem como acabará com a reeleição. Tal decisão facilita a estabilidade do seu governo, já que ele ficará livre para colocar as medidas necessárias ao país em prática sem se preocupar com questiúnculas eleitorais.

Limpeza - A ordem no Palácio do Planalto é dificultar ao máximo a vida de Michel Temer, inclusive destruindo documentos com informações dos programas do governo a fim de estabelecer o caos. Isso geralmente é visto em cidades pequenas de interior. Uma prática mesquinha que jamais deveria ser repetida pelo governo Dilma Rousseff.

Inocente quer saber - O deputado Mendonça Filho manterá a candidatura de Priscila Krause caso vire ministro de Temer?

Prevaleceu o bom senso

Edmar Lyra, | qui, 28/04/2016 - 10:30
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No ano de 2014, ano eleitoral, a Polícia Militar de Pernambuco, liderada pelo soldado Joel da Harpa, decidiu realizar uma greve que causou transtornos a todos os pernambucanos, sobretudo na Região Metropolitana do Recife onde choveram saques que trouxeram prejuízos imensuráveis aos comerciantes que até hoje não conseguiram se restabelecer, com alguns inclusive decretando a falência.

Aquele cenário de caos amedrontou os pernambucanos, que poucos meses depois viram que aquela greve teve um viés absolutamente eleitoreiro cujo beneficiário foi Joel da Harpa, que se elegeu deputado estadual. Para o ano de 2016 onde esse indivíduo tem planos de ser candidato a prefeito de Jaboatão, Joel da Harpa decidiu insuflar a corporação igualmente com objetivos meramente eleitoreiros. Agindo como um irresponsável e único beneficiário disso tudo. Joel chegou a gravar áudios no whatsapp com a ameaça de greve causando pânico ao povo pernambucano.

Em dois dias, com o risco de greve eminente, o governo de Pernambuco, que tem enfrentado dificuldades de caixa por conta da queda de arrecadação patrocinada pela crise federal, decidiu fazer uma contraproposta que acabou sensibilizando a corporação, que vale salientar, tem todo o direito de ser valorizada pois é uma classe muito sofrida por conta do trabalho difícil que precisa lidar diariamente.

O bom senso foi prevalecido, porém não apaga o viés terrorista do indivíduo Joel da Harpa, que tem aproveitado da sua capacidade de mobilização para criar problemas para o povo pernambucano com o único objetivo de obter ganhos políticos e eleitorais. É importante que a corporação, que é formada em sua maioria por homens e mulheres de bem, reflita sobre ter como seu representante alguém que pratica a chantagem visando ganhos políticos. Joel não representa a corporação, representa a si mesmo com a sua sanha incansável de atingir o poder a todo custo sem pensar em hipótese alguma no povo de Pernambuco. Que fique a lição!

Daniel Coelho - Mesmo com todos os indícios de que terá sua candidatura a prefeito do Recife rifada pelo PSDB, o deputado federal Daniel Coelho acredita piamente que estará na disputa em outubro, afirmando que Aécio Neves garantiu a sua candidatura. Parece óbvio, mas custava a Aécio Neves afirmar publicamente que Daniel é candidato? Se não fez isso é porque quer alimentar a tese de que ele está mesmo rifado.

Hospital da Mulher - O prefeito do Recife Geraldo Julio entregará no domingo das mães a principal obra da sua gestão: o Hospital da Mulher. Num cenário e crise como o que o país atravessa, entregar uma obra deste porte é extremamente louvável, porém vale salientar que não adianta o hospital físico se as condições de funcionamento não forem adequadas, portanto o maior desafio será a gestão desse hospital no cenário que estamos enfrentando.

Claucione Lemos - A pré-candidata a vereadora de Jaboatão dos Guararapes Claucione Lemos (PSDB) realizou um ato de lançamento da sua pré-candidatura numa escola em Candeias. O evento, que contou com a presença do prefeito Elias Gomes e das pré-candidatas a prefeita Conceição Nascimento e Mirtes Cordeiro, teve mais de quinhentas pessoas que lotaram a quadra da escola e deram um grande pontapé inicial ao projeto de Claucione de chegar à Câmara Municipal defendendo a causa animal.

Resposta - Em resposta a nossa coluna de ontem, que abordou um possível rompimento com Paulo Câmara e o PSB, o senador Fernando Bezerra Coelho fez o seguinte comentário: "Reafirmo que não cogito deixar o PSB, partido ao qual estou filiado há onze anos, também reitero que meu candidato a governador em 2018 será Paulo Câmara."

RÁPIDAS

Almoço - O secretário de Turismo e Lazer Camilo Simões esteve reunido com o vereador Marco Aurélio (PRTB) ontem em um restaurante em Boa Viagem. A conversa pode ter girado em torno de um eventual apoio de Camilo ao vereador, uma vez que sua candidatura à Casa José Mariano acabou não se concretizando.

Ricardo Costa - Candidatíssimo a prefeito de Olinda pelo PMDB, o deputado Ricardo Costa está montando uma equipe de técnicos competentes para fazer um diagnóstico da cidade histórica, a fim de apresentar um programa de governo moderno e inovador que visa tirar a cidade da letargia praticada pelo PCdoB.

Inocente quer saber - Por quê Elias Gomes ainda não anunciou oficialmente Evandro Avelar como seu candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes?

O novo Grupo Independente

Edmar Lyra, | qua, 27/04/2016 - 10:23
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Após a reeleição de Jarbas Vasconcelos em 2002 que levou para o Senado Marco Maciel e Sérgio Guerra, um grupo composto por Luiz Piauhylino, José Múcio Monteiro, Joaquim Francisco, Armando Monteiro e Roberto Magalhães decidiu romper com o então governador Jarbas Vasconcelos visando as eleições de 2004 pela prefeitura do Recife. Isso se deu por insatisfações destes políticos com o próprio Jarbas, com Cadoca que era o todo poderoso no governo Jarbas e viria a ser candidato do PMDB a prefeito do Recife. O grupo independente lançou Joaquim Francisco a prefeito, que ficou em terceiro lugar, e cogitava lançar Armando Monteiro a governador dois anos depois, que acabou desistindo para apoiar Humberto Costa.

Aquela criação do Grupo Independente fraturou a União por Pernambuco, que perdeu a disputa com Cadoca pela prefeitura do Recife e em 2006 viria a perder com Mendonça Filho o governo de Pernambuco para Eduardo Campos. Para as eleições de 2016 há apenas um ensaio de ruptura com a Frente Popular liderada pelo governador Paulo Câmara, que só deverá ser posto em prática a partir de 2017.

Conversam entre si um grupo liderado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, que há muito tempo acalenta o sonho de ser governador de Pernambuco e deverá romper com Paulo Câmara, uma vez que a relação entre ambos é meramente institucional, mesmo ambos tendo sido eleitos na mesma chapa em 2014. Isso se agravou por conta da formação do secretariado do governador, que não ouviu uma demanda do senador para a secretaria de Desenvolvimeno Econômico, e a informação oficial foi passada por uma mensagem de whatsapp, o que azedou de uma vez por todas a situação dos políticos socialistas.

Além de Fernando, outros nomes integram esse ensaio. Trata-se do ministro Armando Monteiro, que em breve deverá voltar ao Senado para cumprir o restante do seu mandato, podendo buscar a reeleição na chapa de Fernando ou tentar uma volta para a Câmara dos Deputados. Os demais membros desse futuro Grupo Independente são o deputado federal Eduardo da Fonte que sonha acordado com a possibilidade de ser senador e o atual secretário dos Transportes Sebastião Oliveira, que deverá herdar a presidência estadual do PR em breve, e que poderia ser candidato a vice-governador.

Isso tem passado pelas rodas políticas do estado, e como há um vácuo de liderança deixado por Eduardo Campos, Fernando Bezerra Coelho estaria se movimentando bastante para tomar o governo de Paulo Câmara inclusive atraindo outros partidos e lideranças que orbitam em torno do PSB. Fernando cogita a possibilidade de se filiar ao PDT e quer convencer Wolney Queiroz a abraçar o seu projeto no estado. Resta muito tempo para 2018, mas o jogo já está sendo jogado.

Saída - Rifado da disputa pela prefeitura do Recife pelo PSDB, o deputado federal Daniel Coelho agora está esperando a construção de uma saída honrosa, que passaria pela sua indicação para o ministério de Meio Ambiente do governo Michel Temer. O PSDB poderá ficar com três a quatro vagas na Esplanada. Com a saída de Daniel Coelho do páreo a reeleição de Geraldo Julio ficaria mais tranquila.

Esboço - O ministério de Michel Temer, que deve contar com no máximo 25 pastas, já começa a ser esboçado. Apesar de não ter convites oficiais, Temer já tem na cabeça os nomes que ocuparão as pastas. Além de Henrique Meirelles, que ficará no comando da Fazenda, o novo ministério terá José Serra (Educação), Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Infraestrutura), Geddel Vieira Lima (Governo) e Mariz de Oliveira (Justiça).

Mendonça Filho - Combativo opositor do PT, o deputado Mendonça Filho (DEM), que já foi governador de Pernambuco, é pule de dez para integrar a equipe do futuro presidente Michel Temer. Ele é cotado para ser o ministro da Integração Nacional, que já foi ocupada pelo senador Fernando Bezerra Coelho durante o primeiro governo Dilma Rousseff.

Chip - A Polícia Federal encontrou um chip de celular no escombros do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos. A expectativa é que possam ser encontradas informações que contribuam para a elucidação da queda da aeronave Cessna Citation que matou sete pessoas em agosto de 2014 em Santos.

RÁPIDAS

Indício - Após perder o comando estadual do PR para o secretário Sebastião Oliveira, que deverá ser oficializado presidente em breve, o deputado Anderson Ferreira não está mais tocando no assunto sobre a candidatura a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, evidenciando um indício claro que não será mais candidato este ano.

Reeleição - A Câmara dos Deputados aprovou ontem em primeiro turno por 452 votos a favor e 19 contra o fim da reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República.  A PEC será apreciada no segundo turno da Câmara para ser levada ao Senado. Se for aprovada só valerá para os prefeitos em 2020 e aos governadores em 2022 que almejarem a reeleição e ficarão impossibilitados.

Inocente quer saber - Depois de Daniel Coelho, quem será o próximo candidato rifado da disputa pela prefeitura do Recife?

Governo Dilma em contagem regressiva para chegar ao fim

Edmar Lyra, | ter, 26/04/2016 - 09:56
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Após a Câmara dos Deputados aprovar no último dia 17 o impeachment de Dilma Rousseff com 367 votos a favor e apenas 137 contrários, o Senado se debruça no processo através da comissão especial que começa a analisar o impeachment. Pelo prazo de dez dias úteis, a expectativa é que o impeachment vá ao plenário do Senado no dia 11 de maio, portanto pouco mais de quinze dias. Caso seja aprovado pelo plenário, onde já existem quase 50 senadores favoráveis ao impedimento, Dilma será automaticamente afastada por 180 dias, quando num novo julgamento, desta vez presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, o Senado por maioria qualificada, ou seja 54 votos, poderá afastar definitivamente Dilma Rousseff do cargo, em caso de positivo, Dilma também perderá os direitos políticos por oito anos.

O governo Dilma Rousseff perdeu toda e qualquer condição de continuar. Venceu a eleição de 2014 omitindo a verdade e atacando seus principais adversários de uma forma sórdida. O estelionato eleitoral do PT uma hora teria que ser pago com juros e correção monetária. Se existe alguém culpado pela queda do governo, este alguém é a própria Dilma, que não é afeita ao diálogo, nem com a sociedade e muito menos com o Congresso Nacional. Repetindo Collor, quando decidiu não fazer política no cargo de presidente, Dilma entrará numa sepultura política que ela própria cavou.

Desde a saída de Collor em 1992, se passaram quase 24 anos. Do governo Itamar Franco ao governo Lula, passando pelo de FHC, todos eles entregaram o país ao sucessor melhor do que receberam. Enquanto Dilma Rousseff, que recebeu um governo equilibrado de Lula, entregará a Michel Temer um governo muito pior, com o desemprego em alta, a inflação em dois dígitos, o dólar beirando quatro reais, etc. É um governo que não deixará a menor saudade, pois a própria presidente não teve o menor preparo para ocupar o cargo, conseguindo ser muito pior que Fernando Collor, que foi apenas imaturo, enquanto ela é uma presidente incompetente.

O fim do governo Dilma, que deve ocorrer daqui a 15 dias, é a crônica de uma morte anunciada. É a chance do país tentar restabelecer o mínimo de rumo e uma pequena condição de recuperar a economia. Passado o processo de impeachment, é fundamental que o futuro presidente Michel Temer possa ter uma trégua de pelo menos noventa dias no âmbito da condução política e principalmente da econômica. Pois não será fácil reerguer um país atolado na falta de comando, numa recessão e numa crise política sem precedentes. Reconstruir a terra arrasada deixada por Dilma demandará determinação, competência e foco do presidente Michel Temer. Mas pelo menos uma coisa é evidente: falta pouco para acabar o governo mais nefasto do país desde a sua redemocratização em 1985.

Jorge Lemos - Secretário de Comunicação da gestão de Elias Gomes, o jornalista Jorge Lemos deverá assumir a secretaria de Governo de Jaboatão dos Guararapes nos próximos dias. Jorge ocuparia o posto no momento em que o processo de sucessão de Elias começa a ser deflagrado, onde Evandro Avelar, Conceição Nascimento e Mirtes Cordeiro aguardam a indicação de candidato apoiado pelo prefeito tucano.

Final - O secretário estadual de Turismo, Esporte e Lazer Felipe Carreras, responsável pela gestão da Arena Pernambuco, pretende levar a final do Campeonato Pernambucano para o estádio em São Lourenço da Mata. Sport e Santa Cruz estão avaliando a possibilidade de levar os dois jogos para a Arena, mas nas redes sociais os torcedores dos dois clubes não estão muito animados com a hipótese. Preferem a tradicionalidade da Ilha do Retiro e do Arruda.

Uber - Chovem vídeos nas redes sociais com confusões de taxistas com usuários do Uber no Recife. Isso mostra a necessidade do poder público regulamentar a nova modalidade de transporte, bem como coibir possíveis abusos por parte de taxistas. Caso o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara não tomem medidas urgentes, essas confusões podem terminar em morte pois todo mundo quer ter razão e acabam perdendo a razão.

Imprudência - Os policiais estão reivindicando 16,5% de aumento salarial do governo de Pernambuco e ameaçam deflagrar greve nesta quarta-feira. Há uma falta de senso por parte dos policiais porque o governo já atingiu o limite prudencial de gasto com o funcionalismo graças a queda de arrecadação proporcionada pela crise econômica. Não é uma questão de má vontade do governo, mas sim um óbice determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O mais prudente seria os policiais buscarem entender a situação que vive o país e esperar uma melhora nas finanças públicas do estado para cobrar aumento.

RÁPIDAS

Governo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que aprova a entrada do PSDB no governo Michel Temer indicando quadros para ministérios. Uma ala liderada pelo senador Aécio Neves e pelo governador Geraldo Alckmin defende apoio a Temer sem cargos, enquanto a outra liderada pelos senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira querem que o PSDB assuma pastas na Esplanada.

Negativo - O secretário da Casa Civil Antonio Figueira negou que o PSB tenha negociado a saída de Daniel Coelho da disputa pela prefeitura do Recife na votação do impeachment com o PSDB de Aécio Neves e com o PMDB de Michel Temer. A votação maciça do PSB pelo impeachment foi em sintonia com o que pensava a sociedade brasileira de acordo com Figueira.

Inocente quer saber - Sebastião Oliveira ficou mesmo com o comando estadual do PR e vetará a candidatura de Anderson Ferreira a prefeito de Jaboatão?

PSDB não pode ficar em cima do muro

Edmar Lyra, | seg, 25/04/2016 - 09:59
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Fruto de uma dissidência do PMDB, o PSDB chegou ao Palácio do Planalto em 1995 com Fernando Henrique Cardoso, apenas sete anos após a sua fundação. Isso só foi possível porque o então senador por São Paulo Fernando Henrique Cardoso aceitou assumir o ministério das Relações Exteriores e do governo Itamar Franco, e oito meses depois ocupar o ministério da Fazenda, sendo o responsável pelo Plano Real que foi capaz de vencer a hiperinflação.

Idealizador do Real, FHC que estava com dificuldades de se reeleger senador em 1994, foi quando através do sucesso na moeda, se tornou candidato a presidente e se elegeu graças ao que foi implementado por FHC no ministério da Fazenda. O PSDB só chegou ao Palácio do Planalto porque, diferentemente do PT, não só apoiou Itamar após o impeachment de Collor, como também fez parte do governo indicando quadros.

A história constrói mais uma oportunidade ao PSDB de servir ao país, desta vez num novo processo de impeachment, sendo que em vez de Fernando Collor, Dilma Rousseff, do PT que derrotou o PSDB nas últimas quatro eleições presidenciais. Depois do impeachment avançar, um desejo não só dos 51 milhões de brasileiros que votaram no PSDB em 2014, mas também de parte significativa do próprio eleitorado de Dilma, Michel Temer tem todas as condições para assumir o mandato de presidente da República em meados de maio.

Cabe ao PSDB não só o apoio a Michel Temer no Congresso Nacional, como principalmente ofertar seus melhores quadros para integrarem a equipe do futuro presidente. O risco do governo Temer não dar certo existe, como também havia um forte risco de Itamar Franco não ser bem-sucedido no cargo. Mas o PSDB precisa mostrar que está pensando no país e não na próxima eleição presidencial. Se omitir desta responsabilidade é mostrar que não há compromisso nenhum com o país, igualando-se ao PT na época de Itamar, que se negou a apoiá-lo e perdeu mais duas eleições presidenciais para poder chegar ao poder.

Não dá para o PSDB ficar em cima do muro no complexo momento que o país enfrenta, pois a omissão é atitude de gente covarde e oportunista. Não é isso que se espera de um partido cujo slogan é "oposição a favor do Brasil". Se o PSDB de fato for a favor do Brasil permitirá que seus melhores quadros sirvam ao governo Temer e deixe para pensar em 2018 somente em 2018.

Interlocução - O vice-presidente Michel Temer, que está projetando Henrique Meirelles para o ministério da Fazenda, deverá convocar o senador Romero Jucá para o cargo de ministro do Planejamento. Temer não quer repetir o erro de Dilma, que não fez uma ponte entre a equipe econômica e o Congresso Nacional. Com isso Temer espera manter uma boa interlocução com o Congresso.

Marília Arraes - A vereadora Marília Arraes deverá ser o nome do PT para compor a chapa encabeçada pelo deputado Sílvio Costa Filho (PRB). João Paulo teria confessado a interlocutores a sua indisposição de disputar a prefeitura. Como deverá sair da Sudene após o impeachment de Dilma, João estuda ser candidato a vereador na coligação liderada por Silvio, por isso o caminho fica livre para Marília.

Caminho - Um dos principais defensores de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o vice-líder do governo Silvio Costa cogita a hipótese de se filiar ao PT. Uma vez no PT, Silvio acredita que pode ser uma das principais lideranças do partido em Pernambuco, já que em 2014 a sigla não elegeu nenhum deputado federal e ficou com apenas dois deputados estaduais.

Democratas - Após lançar a pré-candidatura de Priscila Krause a prefeita do Recife, o Democratas tentará convencer a deputada de desistir do projeto. É que o presidente estadual deputado Mendonça Filho continua interessado em levar o partido a apoiar a reeleição do prefeito Geraldo Julio, uma vez que se sente bastante confortável na Frente Popular.

RÁPIDAS 

Gilberto Kassab - O ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab participou da conversa de Michel Temer com Henrique Meirelles, que é filiado ao PSD, partido presidido nacionalmente por Kassab. A expectativa é que além do ministério da Fazenda, o PSD possa indicar o próprio Kassab para um cargo importante no governo federal.

Rodrigo Coutinho - Uma das principais apostas do Solidariedade para a Câmara Municipal do Recife é Rodrigo Coutinho, que é filho e herdeiro político do deputado Augusto Coutinho, presidente estadual da sigla. Augusto e Rodrigo aproveitaram o final de semana para visitar várias comunidades do Recife.

Inocente quer saber - O secretário de Agricultura Nilton Mota desistiu de disputar a prefeitura de Surbim? 

O antagonismo da mediocridade

Edmar Lyra, | sex, 22/04/2016 - 09:20
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Não é de hoje que os deputados Jean Wyllys e Jair Bolsonaro, ambos do Rio de Janeiro, protagonizam polêmicas vazias sobre seus respectivos posicionamentos políticos. Primeiro Bolsonaro, que exerce o sétimo mandato na Câmara dos Deputados, sempre foi um político as margens das grandes discussões do Congresso Nacional, sendo um deputado inexpressivo e com pouca ou quase nenhuma contribuição ao país, senão a pregação do ódio e a sua defesa pelo regime militar.

Já Jean Wyllys, cujo maior feito foi ter participado de um Big Brother Brasil, exerce o segundo mandato de deputado federal pelo PSOL, que de combativa oposição, passou a ser linha auxiliar do PT. Jean já chegou a defender a pedofilia e coisas do gênero, sendo igualmente condenável por seus posicionamentos.

O fato é que um precisa do outro pra sobreviver politicamente. Ambos não são influentes no Congresso e realizam proposições pouco relevantes para a sociedade. Juntando os dois deputados não há sequer dez projetos importantes que viraram Lei em benefício dos brasileiros. Bolsonaro obteve quase 500 mil votos em 2014, enquanto Jean obteve menos de 150 mil.

Um defendeu Che Guevara, o outro Brilhante Ustra, ambos assassinos que apenas representavam o lado negativo tanto da esquerda quanto da direita. Ou seja, Bolsonaro e Jean fizeram no último domingo apologia a praticantes de crimes, responsáveis por inúmeras mortes. Então não há nenhum santo nessa história.

Não dá para achar que Jean é a melhor pessoa do mundo e que Bolsonaro é a pior, e vice-versa. Ambos são meros mamadores das tetas públicas, pois recebem R$ 30 mil de salário por mês, isso sem contar com as verbas de gabinete e indenizatórias que transformam-os em seres absolutamente custosos ao país. Jean Wyllys e Jair Bolsonaro estão muito distantes de representar a boa política, na verdade são praticantes do que há de pior no país: o extremismo. Ambos são medíocres e irresponsáveis que não merecem outra coisa senão o limbo da política brasileira.

Justíça - O vice-presidente Michel Temer, que deve assumir a presidência da República em meados de maio, pretende convocar para o ministério da Justiça o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto. De reputação ilibada, Ayres Britto refutaria os rumores de que a operação Lava-Jato seria abafada no governo Temer.

Ausência - Causou estranheza no ato de lançamento da pré-candidatura de Daniel Coelho a prefeito do Recife pelo PSDB, que também significou o anúncio de Sérgio Bivar (PSL) como candidato a vice, a ausência dos principais líderes do PSDB pernambucano. Há quem considere que Daniel tentou forçar a barra para transformar sua candidatura em irreversível, quando ainda não tem a garantia do PSDB que será candidato.

Elias Gomes - O prefeito Elias Gomes divulgou nota apontando que existem três pré-candidaturas a sua sucessão em Jaboatão dos Guararapes, são elas: Evandro Avelar e Conceição Nascimento (PSDB) e Mirtes Cordeiro (PPS). Porém há quem afirme que o prego está batido e a ponta virada de que o nome será mesmo o de Evandro Avelar.

Ministeriáveis - Além do deputado Mendonça Filho, que estaria cotado para o ministério da Integração Nacional, o senador Ronaldo Caiado, também do Democratas, pode assumir o ministério da Agricultura. Provavelmente o Democratas ficará com apenas uma vaga na Esplanada. O senador José Agripino Maia e o deputado Pauderney Avelino foram descartados para serem ministros do governo Temer.

RÁPIDAS

Joel da Harpa - Ciente das dificuldades em construir uma candidatura majoritária em Jaboatão dos Guararapes, o deputado Joel da Harpa (PTN) estuda fazer uma composição com o candidato apresentado por Elias Gomes. Joel espera poder alinhavar acordos que garantam a sua reeleição para a Alepe em 2018.

Segurança - Setores ligados à Segurança Pública de Pernambuco cobram do governador Paulo Câmara a exoneração do secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho. Para um delegado da Polícia Civil, Carvalho não tem mais nada a oferecer ao estado, e sua saída é o melhor caminho a ser tomado para preservar o Pacto Pela Vida. 

Inocente quer saber - Qual é o problema em Marcela Temer, esposa do vice-presidente, ser bela, recatada e do lar? 

Os primeiros passos do governo Temer

Edmar Lyra, | qua, 20/04/2016 - 10:15
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Todo processo de impeachment deixa sequelas e cria arestas significativas entre os principais atores do país. Em 1992 com Fernando Collor e Itamar Franco não foi diferente do que estamos observando entre Dilma Rousseff e Michel Temer. É mais do que provável que até o dia 15 de maio a presidente Dilma Rousseff perca o seu mandato dando lugar a Michel Temer, que terá a missão de quebrar um ciclo negativo que se instaurou no país no governo Dilma.

O primeiro passo é fazer diferente do que Dilma fez, primeiro na construção do seu ministério, permitindo entre 20 e 25 pastas, cujos ocupantes sejam representativos politicamente mas sobretudo tenham respeito da sociedade. Temer não pode incorrer no erro de Dilma de lotear ministérios dando lugar a políticos sem a menor estatura para o cargo. Esse é um primeiro passo, mas não o único.

Um governante precisa se impor em relação aos seus governados, já dizia Maquiavel que é preferível ser temido do que amado, na política isso cai como uma luva. Se Temer quiser mesmo ser um bom presidente precisará respeitar o Congresso mas exercendo o cargo de forma que venha a se impor como o presidente. Os congressistas estarão ao lado de Temer por osmose se ele fizer um governo digno de respeito dos parlamentares. Caso Temer aceite fazer concessões aos políticos por medo de perder apoio ou querer a todo custo ter uma maioria expressiva que na hora H precisará distribuir cargos como Dilma fazia, é evidente que o seu governo terá o mesmo destino da sua antecessora.

No âmbito da Câmara dos Deputados, é fundamental que tenha na presidência um político que do ponto de vista da competência no que diz respeito ao regimento e à condução da Câmara seja muito parecido com Eduardo Cunha, mas que no âmbito da ética e da probidade seja diametralmente oposto ao atual presidente. Um nome que é palatável aos deputados federais pode ser o deputado Rogério Rosso (PSD/DF), que conduziu com maestria a comissão do impeachment, e seria um presidente à altura da Câmara dos Deputados. Isso faria com que a agenda negativa de Cunha não contaminasse o início do governo Temer.

No que diz respeito às reformas, é imprescindível que Temer aproveite o momento para apresentar as reformas política, previdenciária e tributária, dando ênfase no pacto federativo. Isso fará com o Planalto emita uma sinalização aos prefeitos e governadores de que está disposto a encontrar uma saída para a quebradeira geral dos municípios e dos estados que foi patrocinada por Dilma Rousseff. Essas ações terão peso significativo para que os primeiros seis meses do seu governo possam ser geridos com a garantia necessária de que não haveria atropelos.

Passado esse período, se Michel Temer conseguir lograr êxito em parte significativa destes pontos, ele inicia 2017 com uma perspectiva mais positiva, onde terá condições de implementar ações mais efetivas que possam retomar o crescimento da economia e a credibilidade do país. Experiência ele tem de sobra para mudar o atual panorama de quebradeira e instabilidade que o governo Dilma deixou como legado.

Bolsonaro – O deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) cometeu o seu maior equívoco desde que se tornou presidenciável no último domingo ao enaltecer o torturador Brilhante Ustra, responsável por torturar Dilma Rousseff no período do regime militar. Bolsonaro deu mostras de que é um ser vazio e sem qualquer proposta para se tornar alternativa para o país. Na hora de bater o pênalti e fazer um belo gol, preferiu chutar a bola pra fora do estádio.

Economia – O vice-presidente Michel Temer pode formar a sua equipe econômica da seguinte maneira: José Serra (Planejamento), Henrique Meirelles (Fazenda), Paulo Skaf (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Murilo Portugal (Banco Central). Armínio Fraga declinou do cargo de ministro da Fazenda, mas se comprometeu a contribuir informalmente com a equipe econômica do governo Temer.

Vice – O deputado federal Daniel Coelho anunciou ontem o empresário Sérgio Bivar como companheiro de chapa na sua pré-candidatura a prefeito do Recife pelo PSDB. Setores da política avaliam que o anúncio foi precipitado e poderá dificultar a prospecção de legendas para formar uma aliança em torno de uma candidatura competitiva. Sergio é filho de Luciano Bivar, presidente nacional do PSL.

Cassação – Diferentemente de Jair Bolsonaro que emitiu uma opinião condenável, porém amparada pelo direito inviolável civil e penalmente por opiniões, palavras e votos dos parlamentares, o deputado Jean Wyllys (PSOL) ao cuspir em Bolsonaro dentro do plenário pode ser processado por quebra de decoro parlamentar e consequentemente ter cassado o seu mandato de deputado federal.

RÁPIDAS

Aline Mariano – Recém filiada ao PMDB, a vereadora Aline Mariano volta e meia tem seu nome ventilado para compor a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Geraldo Julio, que tentará a reeleição em outubro. Porém, caso o posto seja mesmo destinado ao PMDB, existem dois nomes na fila: o vereador Jayme Asfora e o empresário Fernando Dueire, amigo pessoal do deputado Jarbas Vasconcelos.

Pedaladas – O deputado Edilson Silva (PSOL) afirmou que o governador Paulo Câmara havia praticado pedaladas como Dilma Rousseff, porém diferentemente de Dilma que é controladora dos bancos públicos e por isso configurou-se num empréstimo para pagamento dos programas sociais, o que é vedado por Lei, o governador Paulo Câmara não é controlador de nenhum banco público, pois o Bandepe foi vendido há muitos anos. Portanto, não houve pedalada de Paulo Câmara.

Inocente quer saber – O Planalto já reconheceu que não tem mais jeito?

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