Um dos indicadores de desenvolvimento dos países está ligado diretamente a redução da taxa de mortalidade infantil. No Brasil, esse número foi reduzido em 75% em pouco mais de 20 anos. Isso significa dizer que, se em 1990 tínhamos 52 mortes de crianças a cada mil nascidos vivos, em 2012, esse numero foi de 13 mortes a cada mil nascidos vivos. Vale salientar que, reduzir a mortalidade infantil é um dos oito Objetivos do Milênio para o Desenvolvimento, estabelecidos pela comunidade internacional em 2000.
Não é novidade que a ausência de acompanhamento médico, deficiência na assistência hospitalar, desnutrição, déficit nos serviços de saneamento ambiental estão entre as causas da mortalidade. Entretanto, e de acordo com estudo publicado recentemente pelo Estadão Dados, o analfabetismo dos pais é a principal causa da mortalidade infantil.
É indiscutível que a ausência de saneamento básico, por exemplo, provoca a contaminação da água e dos alimentos, podendo desencadear doenças como a hepatite A, cólera e diarreia, que figuram entre causas da mortalidade infantil. No entanto, essas doenças são facilmente curáveis quando a população é instruída sobre como identificar e tratar tais enfermidades.
Os níveis de redução atingidos no Brasil são favoráveis e estão dentro das metas estimadas. Contudo, ao observamos países de economia desenvolvida, a mortalidade infantil atinge índices muito baixos, alguns deles registram médias inferiores a 3 mortes para cada mil nascidos, como o Japão, Islândia, Suécia, Noruega e Cingapura. Vale lembrar que nestes mesmos países temos altos índices na área de educação.
Segundo a Organização das Nações Unidas, ainda estamos no 97º lugar no ranking mundial de mortalidade infantil, bem distante de países como a China, que apresenta 1,89 mortes por 1.000 nascidos vivos, e do Chile, que está em 47º lugar com apenas 6,54 mortes. Em último lugar no ranking estão a República Democrática do Congo (112,2) e Serra Leoa (121,9).
Voltando ao Brasil, nada mata mais as nossas crianças do que a ignorância. O impacto da alfabetização de adultos sobre a mortalidade de crianças é duas vezes maior do que o da pobreza. Em termos claros, a casa pode não ter água ou saneamento básico, mas, se os pais tiverem um pouco de educação, conseguem fazer o pré-natal dos filhos e mantê-los com as vacinas em dia, além de tratar a desidratação decorrente da diarreia, e outras ações simples.
Mais uma vez voltamos à importância da educação para o desenvolvimento do nosso País. Tanto nas áreas de economia, política ou saúde, a educação é a resposta para muitas mudanças. Investir em educação é necessário, primordial e imprescindível.
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