Era pra falar de futebol

Luiz Mendes, | sex, 07/03/2014 - 09:02 | Atualizada em: sex, 07/03/2014 - 10:36
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Este espaço estava reservado para falar do Clássico das Multidões de ontem. Da vitória massacrante do Sport sob o Santa Cruz. Das várias qualidades rubro-negras e dos inúmeros defeitos do time do Arruda. Mas diante do que vi nas ruas antes e depois da partida, o que aconteceu dentro de campo fica de lado.

Toda a selvageria ocorrida na Conde da Boa Vista, Agamenom Magalhães e Cais de Santa Rita nada tinha a ver com futebol. Qualquer que fosse o resultado, as cenas seriam as mesmas.

E quem dirá que não sabia que isso iria acontecer? Por mais que se debata, se apresentem propostas, nada muda. Acabar com as torcidas organizadas? Essas já acabaram. Já se foi o tempo que uma família, vizinhos ou um grupo de amigos se organizavam para ir juntos para um jogo. 

O que temos hoje são pessoas que vão para estádios e não gostam de futebol, muito menos do time que dizem defender. Eles gostam de se promover, berrar que são os mais fortes, que o seu bonde é mais violento do que o outro e as músicas que cantam não exaltam os jogadores. Anunciam a guerra.

A população não pode sair de casa em dias de jogos. Pegar um simples ônibus é impossível. A cidade fica nas mãos dos arruaceiros que promovem badernas ao lado do estádio até os lugares mais distantes.

Como em outras áreas, o que fomenta os brigões é a impunidade. Prender e condenar os que causam confusão é uma parte, mas ainda não resolvem. Os clubes e dirigentes que financiam, promovem e apoiam torcedores violentos precisam ser punidos. Mandos de campo devem ser perdidos, jogos devem ter os portões fechados. Se eles usam o clube e futebol como pretexto para as práticas violentas, que os times paguem por isso. Na Inglaterra foi assim. Seleção e clubes foram prejudicados pela ação dos hooligans perdendo o direito de participar de competições. Enquanto isso não ocorrer aqui, continuaremos a ver cenas como as de ontem.

3 dentro

- Neto Baiano. Ontem não balançou as redes, mas foi essencial para os três gols do Sport. É o principal jogador do time e se não houver uma marcação especial em cima dele, desequilibra o jogo.

- Felipe Azevedo. Se tinha alguém querendo e precisando fazer uma grande atuação em um clássico era ele. Com dois golaços, o até então criticado atacante saiu ovacionado pela torcida no segundo tempo.

- Eduardo Baptista. Armou o time para aniquilar o Santa Cruz. Mesmo se o adversário tivesse entrado em campo menos sonolento, a postura rubro-negra seria a mesma e a vitória se daria da mesma forma. Talvez não com tanta facilidade.

3 fora

- Vica. Se fosse boxe ao invés de futebol, o treinador do Santa Cruz teria jogado a toalha nos minutos iniciais do primeiro round. Sua equipe foi a imagem e semelhança de como estava o técnico ontem. Apático, irreconhecível e sem poder de reação.

- Raul e Carlos Alberto. Alguém esqueceu de avisar aos dois que ontem tinha jogo. E era um clássico. Lentos e sonolentos, os dois meias tricolores são os principais responsáveis pela preguiça do time. Jéferson Maranhão e Renatinho precisam ser titulares neste time. E Natan tem que voltar logo.

- Diretoria tricolor. No começo do ano parecia ter feito poucas e boas contratações. Não foram. Os que chegaram não corresponderam à expectativa da torcida. E os remanescentes estão acomodados. É preciso uma atitude dos dirigentes para mexer com o elenco coral.

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