MPPE vai apurar declaração de Michele sobre Iemanjá

Publicação na rede social da vereadora para divulgar um ato evangélico que serviria para clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá” motivou a abertura de um inquérito civil

por Giselly Santos | qua, 14/02/2018 - 12:29
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A declaração da vereadora Michele Collins (PP) sobre um ato evangélico para clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá” tornou-se alvo de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A portaria [nº 001/2018], que pede a apuração dos fatos, foi publicada no Diário Oficial no último sábado (10) e é assinada pelo 7º promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Westey Conde.

No texto, o promotor diz que o inquérito foi instaurado "tendo por objeto a apuração dos fatos e circunstâncias e, conforme o caso, a adoção das demais medidas legais cabíveis, em virtude da possível violação do Direito Humano à Liberdade Religiosa das diversas comunidades de terreiro, perpetrada pela missionária Michele Collins, no evento intitulado 'Seminário de Intercessão em Recife'". 

Na portaria, Westey Conde ainda determina que Michele Collins seja notificada e compareça ao MPPE para prestar esclarecimentos. Além dela, também serão notificados e ouvidos representantes da Igreja Família 61, a comunidade do Terreiro Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí, das Comunidades de Terreiro em Pernambuco, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros. 

A polêmica envolvendo a vereadora veio à tona no último dia 6 quando a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, divulgou uma nota de repúdio a parlamentar por “propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades”. A nota se referia a publicação feita no perfil da vereadora no Facebook dois dias antes. Depois da manifestação, Michele apagou a publicação e pediu desculpas. Mesmo assim, ela foi alvo de uma representação por intolerância religiosa na Câmara dos Vereadores e de críticas e vaias no Carnaval do Recife.

 

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