O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, informou aos líderes da Câmara nesta terça-feira (12) que não apoiará a invocação da 25ª Emenda para destituir Donald Trump, o que praticamente garante uma votação iminente de impeachment contra o presidente no Congresso.
"Faltando apenas oito dias para o mandato do presidente, você e o Caucus Democrata estão exigindo que o Gabinete e eu invoquemos a 25ª Emenda", escreveu Pence à presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, referindo-se ao processo que declararia Trump incapaz de cumprir suas obrigações e colocaria Pence como presidente interino pelo restante do mandato.
"Não acredito que tal curso de ação seja no melhor interesse de nossa nação ou seja consistente com nossa Constituição", continuou Pence.
Os democratas se mobilizaram rapidamente para iniciar o processo de destituição de Trump, depois que ele encorajou seus partidários na última quarta-feira (6) a "marchar" ao Capitólio e "lutar".
Em uma violenta insurreição, os manifestantes superaram a barreira policial, invadiram e saquearam o prédio e interromperam a sessão de certificação da vitória de Joe Biden nas eleições.
Pence, que presidia a votação, assim como Pelosi e outros legisladores, foram forçados a procurar abrigo.
Cinco pessoas morreram durante os distúrbios, incluindo um oficial da Polícia do Capitólio.
A carta do vice-presidente veio poucas horas antes da Câmara dos Representantes votar uma resolução que exige que Pence invoque a 25ª Emenda e "declare o que é óbvio para uma nação horrorizada: que o presidente é incapaz de cumprir com as funções e poderes de seu cargo".
Pelosi disse que o fracasso de Pence em dar início ao processo levaria a uma votação de impeachment de Trump na quarta-feira. Ela descreveu Trump como sendo "desequilibrado".
Mas Pence respondeu a Pelosi que seu pedido para invocar a 25ª Emenda foi equivocado, dizendo que foi projetado para "lidar com a incapacidade ou deficiência presidencial", não como um "meio de punição ou usurpação".
O vice-presidente também destacou que, apesar da intensa pressão de seu partido para invalidar os votos eleitorais dos estados indecisos conquistados por Biden, ele cumpriu seu dever constitucional de certificar os resultados.
“Não vou ceder agora aos esforços da Câmara dos Representantes para jogar jogos políticos em um momento tão sério na vida de nossa nação”, escreveu.
No início do dia, Trump disse não temer a invocação da 25ª Emenda.