Tópicos | 40 anos de história

A irreverência e o bom humor tomaram conta do Teatro de Santa Isabel, nesta última quarta-feira (8), durante a apresentação do grupo Dzi Croquettes, do Rio de Janeiro, na abertura do 20° Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Com um teatro lotado e repleto de profissionais da área, o dia de abertura contou também com a presença dos homenageados Jomard Muniz de Britto e Lúcia Machado. 

“Quando a categoria artística comparece em peso a um festival é sinal de que ele está no caminho certo”, comentou Carla Valença, uma das produtoras do festival, um pouco antes do espetáculo começar. O forte calor que fez no teatro, uma falta de energia momentânea e o atraso para que a peça tivesse início – mais de 30 minutos, não foram suficientes para fazer com que o público desistisse da estreia. “Teatro é ao vivo e hoje todos os imprevistos inventaram de acontecer”, disse Carla aos risos.

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A performance do Dzi Croquettes no palco, intitulada Dzi Croquettes em Bandália - 40 anos de história é repleta de dança e música, acompanhada sempre de pitadas de deboche e irônia. Ao todo, 11 atores fazem parte do elenco que tem como diretor o renomado artista Ciro Barcellos - um dos fundadores do grupo. Numa das danças até a tradicional sombrinha de frevo fez parte da coreografia. 

A apresentação também não seria a mesma se não fosse a interação que os personagens fazem com a plateia. Em vários momentos eles desceram do palco e conversaram com o público, que reagiu às brincadeiras de forma saudável e divertida. Durante a encenação várias personalidades, como Carmen Miranda, Chacrinha e Charlie Charplin, recebem performances inusitadas do grupo, que bate forte nas teclas da diversidade sexual, da liberdade artística e tece em vários momentos críticas ao sistema político brasileiro. A montagem encerra ao som de Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, composta em plena ditadura militar – que chegou a convidar o Dzi Croquettes a se retirar do Brasil nos anos 70. 

Para João Denys, professor e ator, o Dzi Croquettes caiu no gosto da plateia. "É um espetáculo que encanta, sobretudo o público recifense que gosta muito deste tipo de espetáculo. Basta você lembrar, numa outra dimensão, de Cinderela, que foi um sucesso teatral e que permaneceu no topo durante uns 10 anos. O Janeiro de Grandes Espetáculos nunca começou tão bem como começou hoje. Espero que feche também com muita alegria", opinou João.

O público presente no teatro foi bastante elogiado pelo elenco durante a apresentação e depois. “Achei que o público do Recife foi muito hospitaleiro. Desde a chegada no aeroporto até o hotel. É um povo bem cativo, bem alegre. Eu sou baiano então tem essa coisa do Nordeste. Achei bem bacana porque me senti em casa”, revelou ao LeiaJá Ricardo Burgos, um dos integrantes do grupo.  

A montagem carioca segue em exibição no Teatro de Santa Isabel até esta quinta (9), ao custo de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), mas há ainda a possibilidade do grupo realizar uma apresentação extra na sexta-feira (10), quando o Dzi Croquettes também fará uma encenação na Metrópole, a convite dos responsáveis pela boate. 

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