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Na noite desta quinta-feira (30), vários profissionais das artes cênicas de Pernambuco foram conferir a entrega do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança, que contemplou os melhores artistas e montagens do 20º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). A festa foi realizada na Rua da Aurora, em Santo Amaro, e foi acompanhada por uma edição especial do Som na Rural, do produtor cultural Roger de Renor.

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“Este é um momento de contemplar a classe artística pernambucana com os melhores espetáculos do festival e os melhores de cada categoria que fizeram parte do festival”, comentou Carla Valença, uma das produtoras do JGE ao lado de Paulo de Castro e Paula de Renor. 

Uma personalidade envolvida com as artes cênicas de Pernambuco é Roger de Renor, que já estudou teatro e é irmão de Paula de Renor. “Eles (a produção do JGE) sempre querem inovar na história da entrega de prêmios. O Janeiro deste ano foi mais dinâmico e teve um público quase 40% acima do que o do ano passado. A produção queria se atualizar pra não ficar naquela entrega tradicional da premiação e nada tão próximo do teatro e da dança como a rua”, disse Roger ao LeiaJá.

A entrega dos troféus produzidos pela artista plástica Tina Cunha contou com a participação de Lúcia Machado, uma das homenageadas do Janeiro de Grandes Espetáculos. “Meu sentimento é de alegria, felicidade e profunda gratidão ao público, amigos e colaboradores. E reafirmo meu amor pelo teatro pernambucano, que fazemos aqui e que é da melhor qualidade”,  afirma.

Também homenageado, o multiartista Jomard Muniz de Britto aproveitou a ocasião para alfinetar a Prefeitura do Recife em relação ao Teatro do Parque. “Ele (o teatro) é o melhor exemplo da democratização da cultura e está fechado. Peço à organização do JGE que fale com carinho com Geraldo Julio para que o espaço volte a funcionar logo”, brincou. 

Os destaques da premiação ficaram para o espetáculo de dança Terra, do Grupo Grial, que levou troféus em cinco categorias. A mesma situação se repetiu na categoria Teatro Infância e Juventude, com a peça Salada Mista, da Cia. 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança, levando cinco estatuetas para casa. Já o melhor espetáculo na categoria Teatro Adulto ficou para o H(EU)stória – O Tempo em Transe, do Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos. “Essa montagem faz parte de uma trilogia que a gente está iniciando. Glauber Rocha é uma pessoa que marcou a história do Brasil e 33 anos após a sua morte ele permanece vivo. Esse prêmio é o primeiro investimento para fazer a gente continuar em frente”, comemorou Júnior Aguiar, integrante do espetáculo H(EU)stória – O Tempo em Transe, que também venceu na categoria Melhor trilha sonora.

A comissão julgadora que escolheu os trabalhos premiados foi formada por Ivana Moura, André Filho, Andreza Nóbrega e Magdale Alves, Célia Meira, Lúcia Helena Gondra, Conrado Falbo, Peter Dietz e Renata Camargo, Cátia Cardoso, Moacir Chaves, Paulo de Pontes, Pollyanna Diniz e Wellington Júnior. 

Confira os vencedores do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança:

DANÇA

Melhor Bailarino/Intérprete: Gervásio Braz – Os 7 Buracos

Melhor Bailarina/Intérprete: Maria Paula Costa Rêgo – Terra

Melhor Coreografia: Jailson Lima – Para Sempre Teu

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Naná Vasconcelos – Terra

Melhor Iluminação: Luciana Raposo – Os 7 Buracos

Melhor Cenografia: Marcondes Lima – Sarará

Melhor Figurino: Gustavo Silvestre – Terra

Melhor Espetáculo: Terra (Grupo Grial)

Melhor Espetáculo Júri Popular: Os 7 Buracos 

TEATRO INFÂNCIA E JUVENTUDE

Melhor Ator: Anderson Machado – O Circo de Lampezão e Maria Botina

Melhor Atriz: Giulia Cooper – O Circo de Lampezão e Maria Botina

Melhor Ator Coadjuvante: Arnaldo Rodrigues – Salada Mista

Melhor  Atriz Coadjuvante: Paula de Tássia – Salada Mista

Ator Revelação: André Ramos – Salada Mista

Atriz Revelação: Não houve indicação nesta categoria

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Júlio Morais – De Íris ao Arco-Íris

Melhor Iluminação: Luciana Raposo – Le Petit: Grandezas do Ser

Melhor Cenário: Companhia Circo Godot de Teatro – Le Petit: Grandezas do Ser

Melhor Figurino: Fabiana Pirro – O Circo do Lampezão e Maria Botina

Melhor Maquiagem: Vinícius Vieira – Era Uma Vez Um Rio

Melhor Espetáculo: Salada mista (Cia 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança) e De Íris ao arco-íris (Produção Andréa Veruska, Jorge de Paula e Karla Martins)

Melhor Espetáculo Júri Popular: A galinha brasileira (Chocolate Produções Artísticas & Cia. do Riso)

Melhor Diretor: Alexsandro Silva – Salada Mista

TEATRO ADULTO

Melhor Ator: Tay Lopez – Na Solidão dos Campos de Algodão

Melhor Atriz: Ceronha Pontes – Camille Claudel

Melhor Ator Coadjuvante: Bruno de Lavor – Alice Underground

Melhor Atriz Coadjuvante: Agrinez Melo – Anjo Negro

Ator Revelação: Guto Ferraz – Alice Underground

Atriz Revelação: Ana Flávia – Avesso

Melhor Sonoplastia/Trilha Sonora: Geraldo Maia, Juliano Muta e Leonardo Villa Nova - H(EU)stória - O tempo em transe (Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos)

Melhor Iluminação: Walter Façanha – Camille Claudel

Melhor Cenário: Doris Rollemberg – As Confrarias

Melhor Figurino: Aníbal Santiago – As Confrarias

Melhor Maquiagem: Não houve indicação para esta categoria

Melhor Espetáculo: H(EU)stória – O Tempo em Transe (Coletivo Grão Comum e Gota Serena Produções e Eventos)

Melhor Espetáculo Júri Popular: Senhora de engenho - Entre a cruz e a torá 

Melhor Diretor: Antonio Guedes – Na Solidão dos Campos de Algodão

A produtora Paula de Renor, ao lado de Paulo de Castro e Carla Valença, atua há 20 anos na linha de frente da organização do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Paula conversou com o LeiaJá sobre a realização da 20ª edição deste festival, que acontece até o dia 26 de janeiro deste ano e ocupa quatorze teatros de todo o Estado. Na entrevista, ela fala sobre o diferencial da programação deste ano em relação ao ano anterior, dos destaques desta edição e o legado deixado pelo festival para a classe artística e público local. Confira:

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Qual a diferença da edição do Janeiro de Grandes Espetáculo deste ano em comparação ao ano passado?

A gente tem uma quantidade maior de espetáculos e acho que a qualidade vem melhorando a cada ano, apesar dos recursos financeiros não melhorarem como a programação (risos). Mas eu acho que quanto menos recursos temos mais caprichamos porque temos uma paixão muito grande pelo festival. A gente sabe que ele é importante pra cidade e pra classe artística porque o mês de janeiro era um mês parado.

Quais são os destaques da programação?

Esse ano a gente tem produções grandes como a abertura com o Dzi Croquettes, que pra gente teve um significativo grande porque juntamos com o Vivencial Diversiones e fizemos todo aquele esquenta. Mas temos também os irmãos Grim com uma opereta grande. Tem A Negra Felicidade, A primeira Vista, a apresentação da São Paulo Companhia de Dança. Contamos também com espetáculos menores e internacionais, mas que são muito delicados como o Se Estes Espasmos Pudessem Falar, do escocês Robert Softley, que é um artista que tem paralisia cerebral e que é um ator maravilhoso. 

A gente não pode trazer grandes nomes internacionais mas trouxe produções que tem um diferencial de alguma coisa, nem que seja na interpretação de texto, uma comunicação que a gente tem certeza que vai ter com o público. Temos um número maior e com qualidade maior. Conseguimos diversificar mais e colocar mais Nordeste também. Esse ano a gente trouxe a Bahia, Ceará, Paraíba... Isso é importante pra gente.

O que o Janeiro de Grandes Espetáculos deixa como legado para as artes cênicas do Recife?

A gente deixa de maior contribuição para a classe artística local ações de continuidade. O festival não é um festival só de apresentações, no estilo ‘apresentou, vai embora e acabou’. Então, por exemplo, quando a gente convida os curadores dos maiores festivais do Brasil para estarem presentes e assistem às nossas apresentações locais, no mínimo seis grupos saem daqui e circulam pelo Brasil dentro dos grandes eventos nacionais deste segmento. Então o Janeiro de Grandes Espetáculos é uma vitrine.

Temos também feito intercâmbios com Portugal de residências com grupos que vem pra cá e artistas daqui que vão pra lá, montam seus projetos e voltam. Isso já tem dois anos de continuidade. E para o público eu acho que o festival deixa a possibilidade de ver os espetáculos locais como uma vitrine do que passou no ano anterior e ter a chance de assistir algumas pérolas que a gente traz, internacionais e nacionais e de gêneros diversos. Isso tudo num mês de férias no qual as pessoas querem sair e se divertir. Tanto o turista quanto os moradores da cidade passam a ter todas as noites o que fazer, não somente ir para bar e restaurante. Durante o festival as pessoas tem a opção de ir pro teatro, levar suas crianças de tarde ou no meio da semana, assistir aos espetáculos de dança e também os musicais.

A irreverência e o bom humor tomaram conta do Teatro de Santa Isabel, nesta última quarta-feira (8), durante a apresentação do grupo Dzi Croquettes, do Rio de Janeiro, na abertura do 20° Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Com um teatro lotado e repleto de profissionais da área, o dia de abertura contou também com a presença dos homenageados Jomard Muniz de Britto e Lúcia Machado. 

“Quando a categoria artística comparece em peso a um festival é sinal de que ele está no caminho certo”, comentou Carla Valença, uma das produtoras do festival, um pouco antes do espetáculo começar. O forte calor que fez no teatro, uma falta de energia momentânea e o atraso para que a peça tivesse início – mais de 30 minutos, não foram suficientes para fazer com que o público desistisse da estreia. “Teatro é ao vivo e hoje todos os imprevistos inventaram de acontecer”, disse Carla aos risos.

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A performance do Dzi Croquettes no palco, intitulada Dzi Croquettes em Bandália - 40 anos de história é repleta de dança e música, acompanhada sempre de pitadas de deboche e irônia. Ao todo, 11 atores fazem parte do elenco que tem como diretor o renomado artista Ciro Barcellos - um dos fundadores do grupo. Numa das danças até a tradicional sombrinha de frevo fez parte da coreografia. 

A apresentação também não seria a mesma se não fosse a interação que os personagens fazem com a plateia. Em vários momentos eles desceram do palco e conversaram com o público, que reagiu às brincadeiras de forma saudável e divertida. Durante a encenação várias personalidades, como Carmen Miranda, Chacrinha e Charlie Charplin, recebem performances inusitadas do grupo, que bate forte nas teclas da diversidade sexual, da liberdade artística e tece em vários momentos críticas ao sistema político brasileiro. A montagem encerra ao som de Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, composta em plena ditadura militar – que chegou a convidar o Dzi Croquettes a se retirar do Brasil nos anos 70. 

Para João Denys, professor e ator, o Dzi Croquettes caiu no gosto da plateia. "É um espetáculo que encanta, sobretudo o público recifense que gosta muito deste tipo de espetáculo. Basta você lembrar, numa outra dimensão, de Cinderela, que foi um sucesso teatral e que permaneceu no topo durante uns 10 anos. O Janeiro de Grandes Espetáculos nunca começou tão bem como começou hoje. Espero que feche também com muita alegria", opinou João.

O público presente no teatro foi bastante elogiado pelo elenco durante a apresentação e depois. “Achei que o público do Recife foi muito hospitaleiro. Desde a chegada no aeroporto até o hotel. É um povo bem cativo, bem alegre. Eu sou baiano então tem essa coisa do Nordeste. Achei bem bacana porque me senti em casa”, revelou ao LeiaJá Ricardo Burgos, um dos integrantes do grupo.  

A montagem carioca segue em exibição no Teatro de Santa Isabel até esta quinta (9), ao custo de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), mas há ainda a possibilidade do grupo realizar uma apresentação extra na sexta-feira (10), quando o Dzi Croquettes também fará uma encenação na Metrópole, a convite dos responsáveis pela boate. 

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Abriram-se as cortinas do mais significativo festival de teatro de Pernambuco. Começou, nesta terça (8), o Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). A maratona de apresentações teatrais, de dança e música se iniciou no histórico Teatro de Santa Isabel, com a encenação de O desejado - Rei D. Sebastião.

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Antes do espetáculo, o presidente da Apacepe - entidade que realiza o JGE - Paulo de Castro, ao lado das produtoras, Paula de Renor e Carla Valença, comandou a cerimônia de abertura. Em dado momento, Castro chamou ao palco os gestores públicos de cultura presentes: o presidente da Fundarpe, Severino Pessoa; a nova Secretária de Cultura do Recife, Leda Alves; e o novo Presidente da Fundação de Cultura Cidade do recife, Roberto Lessa. "Esta noite é robusta de significados para mim", afirmou Leda Alves, pessoa com uma história fortemente ligada ao teatro e que já foi gestora do Santa Isabel.

Foi feita uma reverência ao dramaturgo e diretor de teatro caruaruense, Vital Santos, que recebeu as palmas do público de uma das frisas do Santa Isabel. Santos iniciou a carreira em 1966 e realizou espetáculos como Feira de Caruaru, A Árvore dos Mamulengos, Rua do Lixo, 24, Concerto para Virgulino sem orquestra e Auto das 7 luas de barro, que será encenada durante o festival. "Ninguém no Nordeste ganhou dois prêmios Moliére como Vital Santos", avisa Paulo de Castro, se referindo ao mais importante prêmio do teatro brasileiro.

O desejado - Rei D. Sebastião

Primeiro espetáculo da 19º edição do JGE, é uma parceria entre a Apacepe e o Centro de Criativivade Póvoa de Lanhoso, de Portugal. Cinco atores portugueses e cinco brasileiros encarnam um grupo de teatro mambembe que encena as histórias sobre D. Sebastião, rei português que morreu misteriosamente, gerando uma série de lendas.

As luzes do teatro não se apagaram antes da cortina se abrir, fato explicado pela entrada de dois artistas populares na plateia tocando, apresentando o espetáculo e interagindo com o público. Com nomes bíblicos como Jesus, Josué, Noé e Madalena, os personagens são atores e o processo de criação do seu espetáculo é o fio condutor da peça. O desejado brinca o tempo todo com o jogo realidade/ficção, usando metalinguagem e interagindo com o público.

Um dos exemplos é a entrada em cena de duas pessoas do público, que passam a ser parte daquela peça mambembe e vivem, no palco, o conflito entre a dura realidade e a cena. Com boas atuações, o espetáculo causou muitas risadas e momentos de espanto, mas peca por ser muito longo e, eventualmente, monótono. A peça terminou com os atores fazendo um pequeno cortejo no meio do público, que acompanhou com palmas a música tocada pelos personagens.

O Festival

Em 2013, o janeiro de Grandes Espetáculos amplia seus horizontes e chega pela primeira vez à Arcoverde, sertão pernambucano. Além das cidades do Recife e de Olinda, o festival acontece mais uma vez em Caruaru. A expansão rumo ao interior é possivel graças a parceria com o Sesc Pernambuco, que dispõe de teatros e estrutura em várias cidade do Estado.

Com um orçamento de cerca de R$ 1,5 milhão, o JGE ocupará ao todo dez teatros em seus vinte dias de programação. "Quem gosta de humor, drama, música, dança, vai encontrar tudo isso no Janeiro", avisa o produtor Paulo de Castro, à frente do festival há 17 anos, e resume: "Quem sustenta este projeto é a classe artística, sem ela não há Janeiro de Grandes Espetáculos".

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