Tópicos | 53 anos

Luciano Szafir concedeu uma entrevista ao veículo O Globo e relembrou os momentos assustadores durante as suas internações por conta das complicações da Covid-19.

Aos 53 anos de idade, o artista contou que viu a morte de perto duas vezes, confessou que está com trauma de hospitais e, no final, afirmou que agora sabe o valor da vida.

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"Eu passei 29 dias deitado ou sentado olhando para o teto. Claro, fazia fisioterapia durante uma hora por dia, mas depois voltava a deitar ou sentar na maca sem respirar um ar puro. Se contar todo o meu período em hospitais, eu passei 70 dias dentro deles. Eu não pretendo passar por um bom tempo nem para visitar alguém", disse.

De três internações, Luciano confessou que a retirada da bolsa de colostomia foi a mais difícil.

"Depois da cirurgia, eu já estava no quarto, começando a me alimentar, prestes a receber alta, uma das alças do meu intestino inflamou e a comida que eu coloquei para dentro ficou entupida. Passei muito mal, precisei vomitar, mas não foi o suficiente, colocaram uma sonda em mim. Um cabo, de cerca de 60 centímetros. Os médicos introduziram pela minha narina até a região da garganta. De lá, eu precisei fazer movimentos peristálticos para engolir o tubo, que tem a grossura de um canudo de milkshake, até chegar no estômago. Fiquei uma semana com essa sonda, sem me alimentar direito, sem dormir, foi desesperador. E isso precisava ser feito para desinflamar as alças e fazer com que o órgão voltasse a funcionar normalmente. Foi doloroso, duro e muito difícil", detalhou.

Em seguida, o artista revelou os dois momentos que achou que iria morrer. A primeira aconteceu em sua primeira internação.

"Eu estava no CTI, eram duas da manhã, tomei meu remédio, dei boa noite para todo mundo e dormi. Quando abri o olho, havia uns quatro médicos em volta de mim. Acordei sentindo uma dor no peito absurda. No quadro, onde fica os batimentos cardíacos, estava marcando 180. O normal acelerado era 70. Os meus batimentos cardíacos chegaram nos 202, antes de pararem. Eu ouvi aquele som contínuo da máquina, o mesmo que escutamos nos filmes quando o personagem morre. Eu só pensava que a qualquer momento as luzes se apagariam. Eu estava totalmente consciente, quase quebrei a mão da doutora de tanto que eu a apertava. Foram os dez piores segundos da minha vida. E do nada a máquina começou a contar os batimentos novamente, até parar no 80. O meu coração foi desligado. É uma sensação de pular do precipício sem paraquedas", disse.

Já o segundo momento ocorreu durante a retirada da bolsa de colostomia: "Eu acabei pegando um trauma muito grande de hospital e internação. A todo o momento, desde que eu entrei no hospital, tive medo de morrer. A cada dez minutos, eu não sabia se eu sobreviveria outros dez".

Szafir fala sobre a recuperação

Após a alta, Luciano está seguindo uma dieta bem restritiva: "Como fiquei muito tempo sem colocar uma comida ou bebida na boca, o simples fato de comer uma sopa já está sendo delicioso. Mas não vou mentir, sinto falta de um bom e belo prato de arroz e feijão, daqueles bem grande e temperado para comer de colher".

No final, o artista refletiu sobre a importância de sua vida e o amor pela família: "Depois disso vou cuidar da minha saúde, seja por meio da fisioterapia, ginástica, musculação. As reuniões de trabalho ou gravações serão só a partir das 11h, e vou parar definitivamente às 19h. Quero aproveitar ao máximo ao lado das pessoas que eu amo, dizer 'não' sem medo de me preocupar com o que as pessoas vão pensar sobre mim. Acho que isso foi a grande mudança que aconteceu comigo: eu parei de me preocupar mais com os outros e passei a me preocupar mais com a minha família e comigo. Eu quero viver para quero ver meus filhos envelhecerem, se casarem. Vi a Sasha recentemente, e agora faltam os outros dois. Quando estou nessa posição, me lembro da minha mãe que já enterrou uma filha, minha irmã mais velha, nos meus três filhos, na minha esposa, meus irmãos. Eu amo a família intensamente, isso me dá forças para passar por qualquer obstáculo por pior que ele seja. Hoje eu sei o quanto a vida é valiosa".

O ator indiano Irrfan Khan, que ficou conhecido pelos filmes "Quem Quer Ser um Milionário?" e "As Aventuras de Pi", morreu aos 53 anos, informou nesta quarta-feira (29) seu agente.

O astro de Bollywood, com um câncer raro diagnosticado em 2018, foi internado no hospital de Mumbai nesta semana por uma infecção no cólon.

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"Irrfan lutou até o fim e sempre inspirou todos que se aproximavam dele", afirmou seu agente em comunicado.

Nascido em 1967, no estado indiano de Rajasthan, descobriu sua paixão pelo teatro e estudou na National School of Drama de Nova Délhi.

Mas atuar em peças de Shakespeare ou Tchekhov não ajudou muito no início de sua carreira, nos anos 1980, em um cinema indiano que privilegiava sucessos de bilheteria com canções e danças.

Ele conseguiu um papel em "Salaam Bombay" (1988) de Mira Nair, mas viu seu papel ser reduzido a uma pequena aparição na edição. Ele chorou por horas, segundo contou à revista indiana Open: "Mudou algo em mim. Depois disso, eu estava pronto para qualquer coisa".

Vieram então papeis na televisão e como coadjuvante em Bollywood.

Os produtores o afastavam de qualquer papel principal, considerando seu físico atípico. Frustrado, chegou perto de desistir quando o cineasta britânico Asif Kapadia o convidou para "Um Guerreiro Solitário" (2001).

Muito elogiado, o filme fez com que Irrfan Khan fosse visto na Índia por uma nova geração de diretores ansiosos por explorar novos territórios.

Sua formação clássica serviu para adaptações de "Macbeth" ("Maqbool", 2003) e "Hamlet" ("Haider", 2014).

Conquistou o coração do público com filmes mais leves, como "Piku" (2015), ao lado das estrelas de Bollywod Amitabh Bachchan e Deepika Padukone.

Paralelamente, deslanchava sua carreira internacional, atuando ao lado de Angelina Jolie no drama "O Preço da Coragem", de Michael Winterbottom, apresentado em Cannes.

Em 2008, seu rosto ficou mundialmente conhecido graças ao filme "Quem Quer Ser um Milionário?" de Danny Boyle, que conquistou oito prêmios Oscar.

Irrfan Khan continuou sua carreira nos Estados Unidos, interpretando papéis em "O Espetacular Homem-Aranha" (2012), "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" (2015) e "Inferno" (2016).

O ator foi aclamado pela crítica por seus papéis em "As Aventuras de Pi" (2012), de Ang Lee, e na comédia romântica de Ritesh Batra "The Lunchbox" (2013).

O público ocidental "aprecia a profundidade trazida a um personagem", disse ele em 2015 à AFP.

Ainda assim, ele apreciava "o pouco formalismo e a importância dos relacionamentos pessoais em Bollywood", porque "as coisas são muito compartimentadas em Hollywood e o sistema pode ser rígido".

Pai de dois filhos, Irrfan Khan apareceu em centenas de filmes, ganhou vários prêmios e conquistou a admiração de seus colegas.

Durante a promoção de "Inferno", o ator americano Tom Hanks o chamou de "o cara mais legal desta sala".

Sua vida tomou um rumo trágico em 2018 com o anúncio de seu câncer. Ele se afastou por um ano para se tratar em Londres, acompanhado por sua família, depois voltou a interpretar um pai solteiro em "Angrezi Medium" (2020).

Antes do filme ser lançado, retornou à Grã-Bretanha para tratamento.

Em março, ele disse ao jornal Mumbai Mirror que desde o anúncio da doença "os momentos felizes são intensificados por causa da incerteza subjacente". E acrescentou: "Choramos um pouco e rimos muito".

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