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Com o fechamento do trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no Brasil chegou a 13,8%, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados nesta quarta (30). A porcentagem equivale a 13,1 milhões de pessoas e representa o recorde de desemprego no país na série história do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 2012.

No trimestre anterior, encerrado em abril, a taxa de desemprego era de 12,6%. Já em janeiro, a porcentagem era de 11,2%. A população ocupada (82,0 milhões) também é a menor da série, com queda de 8,1% (menos 7,2 milhões pessoas) em relação ao trimestre anterior e 12,3% (menos 11,6 milhões) em comparação com o mesmo trimestre de 2019.

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O número de desalentados (5,8 milhões), isto é, os trabalhadores que gostariam de trabalhar, mas não procuraram empregos por acreditarem na escassez de vagas, foi recorde, com altas de 15,3% (mais 771 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e 20,0% (mais 966 mil pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019. A quantidade de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, estimado em 29,4 milhões, foi a menor da série, com queda de 8,8% (menos 2,8 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e de 11,3% (menos 3,8 milhões de pessoas) na comparação com o mesmo trimestre de 2019.

Os brasileiros que trabalham menos horas do que gostariam, ou seja, os subutilizados, agora são 32,9 milhões. Com isso, eles atingiram o recorde de 30,1%, alta de 4,5 pontos percentuais comparado a abril.

Por causa da forte elevação da tarifa de energia elétrica, consultorias independentes e ligadas a bancos revisaram para cima a projeção de inflação para este ano, que já chega a 8%. Se a expectativa se confirmar, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano será o maior desde 2003, quando a inflação fechou em 9,3% e também foi afetada pelo aumento da eletricidade e pela disparada do câmbio.

Entre as consultorias ouvidas, o departamento econômico do banco Credit Suisse fez a maior correção. Projetava uma inflação de 7,1% para 2015 e agora espera uma alta de 8%. De acordo com o relatório do banco, a mudança ocorreu por causa do avanço dos preços administrados, puxados para cima por causa da eletricidade.

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Os economistas do banco esperam uma alta de 13,2% nas tarifas, mais que o dobro da variação do ano passado (5,3%) e impulsionada pela energia elétrica, que deve subir 52% este ano por causa dos maiores reajustes extraordinários que ocorreram no início deste mês. Em 2014, a tarifa de eletricidade residencial subiu 17%. Nas contas dos economistas do banco, a energia elétrica vai responder por quase a metade da inflação dos preços administrados em 2015 e por 1,5 ponto porcentual do IPCA do ano.

A Tendências é outra consultoria que ampliou a projeção de inflação por causa das tarifas. A economista Adriana Molinari projeta um aumento de 7,9% do IPCA deste ano. A estimativa anterior era de alta de 7,3%. Ela argumenta que a mudança se deu por causa do aumento do custo da eletricidade, antes projetado com uma elevação de 46%, e agora de 68%. Com isso, a expectativa anterior, que era de uma elevação de 11,6% dos preços administrados para este ano, subiu para 14,2%. A eletricidade pesa quase 3% no IPCA e responde por quase um quarto dos preços administrados.

A economista observa que o desempenho do câmbio está acima do inicialmente projetado pela consultoria, mas ressalta que a mudança na estimativa se deveu à pressão das tarifas. Em relação ao câmbio, ela diz que "a atividade enfraquecida pode mitigar os efeitos da alta do dólar".

A LCA consultores projeta uma inflação de 7,8% para este ano. "Será a maior inflação desde 2003", prevê Etore Sanchez, economista da consultoria. Ele lembra que, coincidentemente, a inflação de 2003, de 9,3%, foi puxada para cima pela energia elétrica e pelo câmbio, que disparou com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. "Câmbio e energia são fatores coincidentes para pressionar o IPCA em 2003 e 2015."

Nas contas de Sanchez, o reajuste de energia elétrica residencial deve ser de 52,37% este ano. O conjunto dos preços administrados deve subir 13,2% em 2015 e também registrar a maior variação desde 2003, quando as tarifas aumentaram 13,07%.

Martelo

Também há consultorias que estão prestes a bater o martelo para aumentar a projeção de inflação para este ano. "Amanhã (esta quarta-feira, 5) vamos ter uma reunião para revisar o cenário como um todo e a inflação será um ponto a ser alterado para cima", diz Rafael Bistafa, economista da consultoria Rosenberg Associados. Por enquanto, a consultoria espera um IPCA de 7,5% para este ano. A GO Associados, que projeta uma inflação de 6,8%, aguarda a divulgação do IPCA de fevereiro, que será conhecido na sexta-feira, para alterar a estimativa, que muito provavelmente caminha para 7%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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