Tópicos | Abatedouros

Em meios às polêmicas envolvendo a Operação Carne Fraca, o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), declarou, nesta terça-feira (28), antes da sua posse como presidente da Amupe – Associação Municipalista de Pernambuco, que há uma deficiência muito grande de abatedouros devidamente licenciados para o abate de animais.

"A gente reconhece que há uma precariedade desses serviços e também entendemos que esse serviço pode ser melhorado com cidades-polos para que possam atender em torno de dez, quinze ou vinte cidades de forma regionalizada sendo gerenciada, inclusive, por consórcios. Há algumas experiências já sendo tocadas assim”, disse.

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Ele também falou sobre as dificuldades em relação a questão de resíduos sólidos ressaltando que há mais de 150 municípios pernambucanos que jogam os resíduos em lixões abertos. “Não é só em Pernambuco, como em onze capitais no Brasil. Tudo isso faz parte das nossas preocupações e que depende de financiamento. Depende muito não só de projetos, mas, sobretudo, de recursos, ou seja, de fonte de financiamento”, enfatizou.

O prefeito declarou que alguns projetos foram elaborados para minimizar esse problema e que há algumas emendas de parlamentares previstas. “Isso tudo faz parte da nossa pauta. É tudo muito importante, mas não é uma resolução fácil do dia para a noite. Leva um certo tempo”, avaliou.

Patriota lembrou da Grande Marcha dos Prefeitos, que acontece em Brasília, no mês de Maio. "Nessa marcha estão na pauta as reformas de uma maneira geral", salientou. 

Ainda pontuou que é necessário discutir quais são as atribuições dos entes federativos no que diz respeito ao Pacto Federativo redefinindo as responsabilidades de modo a repartir, de forma justa e equilibrada, as receitas dos tributos que os brasileiros pagam.

Neurocisticercose é uma palavra que, recentemente, tem sido bastante comentada, aliada ao caso do ex-jogador do Sport Clube do Recife, Leonardo, que se encontra internado, em estado grave. Por conta disso o consumo da carne suína começou a ser questionado. 

“Ao contrário do que muitos dizem, o cisticerco não é transmitido pelo porco. O animal é vítima do ser humano”, explica o médico veterinário e pesquisador, Nelson Batista. O profissional esclarece que a contaminação acontece em um ciclo em que o suíno ingere fezes do ser humano contaminada com os ovos da Tênia Solium - conhecidas por parasitarem o intestino delgado do homem -, ficando o animal contaminado com o cisto. Sua carne passa a apresentar uma espécie de verruga, “conhecidas no interior como carne com 'pipoquinha' ou carne de pérola”, explica.

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“A carne mal cozida irá provocar a tênia, mas não o cisto. Já o que causa a cisticercose [atinge os músculos] ou a neurocisticercose [atinge o cérebro] é a ingestão de alimentos regados por água contaminada com fezes humanas, afinal o homem infectado com a tênia transmite a cisticercose”. O médico veterinário ainda explica que também há a forma de contaminação vertical, em que o próprio ser humano pode se contaminar, caso ele mesmo tenha contato com suas fezes com tênia por via oral. 

O profissional esclarece: qualquer animal pode ser contaminado com o cisto, caso ingira ovos de tênia oriundos das fezes humanas, o que significa que essas características apresentadas na carne dos suínos pode aparecer nas bovinas. “A carne contaminada pode causar a tênia, mas somente os ovos ou larvas podem causar o cisto e isto só é encontrado na água ou fezes”, esclarece.    

Quais cuidados devem ser tomados na hora de comprar carnes 

Apesar disso, a médica veterinária Naiara Nascimento explica que é possível comer carnes sem correr risco, mas reafirma a necessidade de consumir o produto de procedência. “O primeiro passo é verificar se o produto está embalado adequadamente e se há selo da fábrica ou etiqueta do comércio atacadista”, esclarece. A profissional explica que neste rótulo é necessário conter informações como qual é o produto, marca, data de fabricação e validade. “Além dessa característica, é muito importante que sejam verificadas a cor da carne [descartar as pálidas ou esverdeadas], textura e se há líquido dentro da embalagem, pois ele é um local propício para acumulo e proliferação de bactérias”. 

A médica deixa claro que é importante primar pela certificação das carnes, afinal, toda indústria e abatedouro legal possui este tipo de registro de inspeção, seja ele federal [Serviço de Inspeção Federal – SIF], estadual [SIE] ou municipal [SIM]. “Esses cistos presentes em algumas carnes se configuram, geralmente, em carnes de feiras ou provenientes de abatedouros clandestinos, pois em abatedouros certificados este tipo de carne é condenada, não sendo possível ser vendida”, pontua.

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