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O regime Talibã anunciou neste domingo (26) que as mulheres que desejam viajar longas distâncias devem estar acompanhadas por um homem de sua família imediata, um novo sinal do endurecimento do regime, apesar de suas promessas iniciais.

A recomendação, divulgada pelo ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício e que circula nas redes sociais, também pede aos motoristas que aceitem mulheres em seus veículos apenas se elas usarem o "véu islâmico".

"As mulheres que viajam mais de 45 milhas (72 km) não podem fazer a viagem se não estiverem acompanhadas por um parente próximo", declarou à AFP o porta-voz do ministério, Sadeq Akif Muhajir, antes de explicar que o acompanhante deve ser um homem.

A diretriz foi divulgada poucas semanas depois de o ministério solicitar aos canais de televisão do país que não exibam "novelas com mulheres", além de exigir que as jornalistas usem o "véu islâmico" diante das câmeras.

O Talibã não explicou o que considera "véu islâmico", se apenas um lenço na cabeça ou se deve cobrir o rosto, pois a maioria das mulheres afegãs usa roupas que cobrem muito mais.

Desde sua chegada ao poder em agosto, os talibãs adotaram várias restrições às mulheres e meninas, apesar das promessas inicias de que o regime seria menos rígido que o anterior (1996-2001).

Em várias províncias, as autoridades locais aceitaram abrir as escolas para as meninas, embora muitas delas ainda não possam frequentar as aulas.

No início de dezembro, um decreto em nome do líder supremo do movimento Talibã pediu ao governo para cumprir os direitos das mulheres, mas este documento não menciona o direito à educação.

Os ativistas dos direitos humanos esperam que os esforços do Talibã para obter o reconhecimento da comunidade internacional e recuperar a ajuda tão necessária para o país, um dos mais pobres do mundo, resulte em concessões do movimento.

Durante seu primeiro governo, os talibãs obrigaram as mulheres a usar a burca. Elas só tinham permissão para sair de casa acompanhadas por um homem e eram impedidas de trabalhar ou estudar.

Vários militares americanos morreram e ficaram feridos no atentado duplo que atingiu o aeroporto de Cabul nesta quinta-feira (26), disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

"Podemos confirmar que vários militares americanos morreram no complexo ataque de hoje contra o aeroporto de Cabul" e que "vários outros estão sendo tratados por feridas", disse Kirby em um comunicado.

"Também sabemos que vários afegãos foram vítimas deste ataque hediondo", acrescentou.

Segundo o jornal The Wall Street Journal e a rede Fox, que citam funcionários americanos não identificados, quatro fuzileiros navais morreram.

São os primeiros militares americanos mortos no Afeganistão desde que Washington assinou, em fevereiro de 2020, um acordo com os talibãs para se retirar do país.

Em troca do compromisso de saída, os talibãs concordaram em não realizar ataques contra as tropas americanas ou da Otan.

Duas explosões afetaram a área próxima ao aeroporto de Cabul, segundo o Pentágono. Uma explosão ocorreu perto de Abbey Gate, uma das portas de acesso ao aeroporto. A outra foi perto do Hotel Baron, a 200 metros de distância.

Antes do ataque, Estados Unidos e outros aliados da coalizão no Afeganistão alertaram que informações da Inteligência indicavam que o braço afegão do grupo extremista Estado Islâmico, o Estado Islâmico-Khorasan (IS-K), estava planejando ataques suicidas com bombas no aeroporto.

O IS-K está em desacordo com o Talibã, segundo relatos.

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