O Ministério da Educação (MEC) causou polêmica nas redes sociais após a divulgação de uma nota desmentindo o jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, na noite da quarta-feira (30). O comunicador denunciou a retirada de alguns vídeos que contavam a história de nomes como Karl Marx e Marilena Chauí do canal do YouTube do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Em resposta, a instituição disse que abriu sindicância para analisar o ocorrido, mas garantiu que os vídeos já tinham sido retirados na gestão anterior, classificando a informação como "falsa e maldosa".
O órgão encerrou sua resposta oficial, porém, afirmando que o novo ministro da educação, Ricardo Velázquez se recusa a “adotar métodos de manipulação da informação, desaparecimento de pessoas e de objetos, que eram próprios de organizações como a KGB, o serviço secreto do governo comunista na antiga União Soviética, que na década de 1960, quando de sua fuga do Brasil para a Rússia, protegeu e forneceu identidade falsa para o colunista de O Globo". O MEC afirmou, ainda, que "Ancelmo Gois foi treinado em marxismo e leninismo na escola de formação de jovens quadros do partido comunista soviético".
##RECOMENDA##O posicionamento do órgão logo viralizou nas redes sociais. Mais de 17 mil compartilhamentos foram registrados em pouco mais de 14 horas, com a maioria das reações envolvendo gargalhadas e piadas sobre o posicionamento classificado como "teoria da conspiração" por muitos. "Eu vivi para ver o MEC usar teoria conspiracionista em nota oficial para atacar jornalista! Tem horas que é difícil pensar que é sério!", afirmou um dos internautas.
Houve também quem fizesse brincadeiras com o assunto. “Agora escreva um comunicado com coesão, coerência e que atenda pelo menos 4 das 5 competências da redação do Enem”, disse outro.
Em nova publicação na coluna do jornalista, realizada nesta quarta-feira (31), o repórter Tiago Rogero contou que uma verificação do cache do google mostra o vídeo ativo no canal do YouTube até, no mínimo, o dia 2 de janeiro. O MEC não deu nenhum outro posicionamento após a nota divulgada na quarta.
Segundo o Jornal do Brasil, Ancelmo Gois morou na União Soviética em 1969, quando saiu do Brasil ao ser perseguido e preso pela ditadura militar. Lá, ele teria feito parte da Escola de Formação de Jovens Quadros do PC e vivido com um nome falso. Veja nota do MEC na íntegra.
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