Tópicos | Alfredo Volpi

Um quadro do pintor Alfredo Volpi (1896-1988) foi considerado de autoria "duvidosa" e retirado de um leilão da casa de arte nova-iorquina Phillips, que vai acontecer no dia 23, às 16h. Segundo noticiou o jornal O Globo, o questionamento da autenticidade do quadro Sem Título, de 1970, foi levantado pelo Instituto Volpi, de São Paulo, que estranhou o fato de ser uma têmpera sobre papel timbrado.

Conforme o Instituto Volpi, se houvesse material do artista em papel timbrado, seria datado da década de 1950, já que nos anos 1970 o pintor se dedicava à pintura em tela tradicional. A mesma casa de leilões já tinha vendido um quadro de Volpi no ano passado, Fachada, de 1970, por US$ 92,5 mil (cerca de R$ 180 mil). O instituto catalogou cerca de 300 obras de autoria questionável de Volpi em circulação e estima que a série em papel timbrado proceda de um mesmo lugar, Petrópolis (RJ).

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"Não posso dizer que é falsa porque, pela lei brasileira, implicaria dizer que alguém é falsário. Mas vejo isso com os mesmos olhos de quem vê uma nota de R$ 3", disse ontem (15) Marco Antonio Mastrobuono, presidente do Instituto Volpi. Segundo ele, a casa de leilões foi alertada por e-mail. Mastrobuono diz que a composição da pintura é a segunda coisa "chocante" do quadro, já que Volpi não usara a temática em papel. "A chance disso ser Volpi, meu amigo, é zero!".

Representantes dos herdeiros do pintor, no entanto, não ficaram satisfeitos com a intervenção. "A pessoa, à distância, emitir um parecer? Me pareceu completamente descabido", disse o advogado Salvador Ceglia Neto, que representa a única filha legítima de Volpi, Eugênia Maria Volpi. Segundo Ceglia Neto, o Instituto Volpi "tem cometido toda sorte de desmandos" em seu trabalho de catalogação da obra do artista. A família questiona no Tribunal de Justiça decisão de uma juíza que autorizou a atuação do instituto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo iniciou neste final de semana uma exposição que conta sua própria trajetória. Intitulada O Retorno da Coleção Tamagni: Até as Estrelas por Caminhos Difíceis, a mostra coloca em cena as obras que pertenceram ao acervo de Carlo Tamagni e foram doadas ao MAM em 1967.

Em 1963 todo o acervo do museu foi repassado à Universidade de São Paulo (USP), para a formação da coleção inicial do Museu de Arte Contemporânea (MAC). Sem o acervo original e existindo apenas como nome, o MAM fica à beira da extinção até 1967, quando Carlo Tamagni, então conselheiro da entidade, doa ao museu todo o seu acervo particular, com obras de artistas como Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Francisco Rebolo e Aldo Bonadei.

“Tivemos a ideia de revisitar esse período traumático do MAM e, depois com a nova coleção, que começa uma nova fase do museu. Vamos confrontar isso com as obras contemporâneas que mostram a vocação experimental da coleção do MAM hoje”, disse Felipe Chaimovich, que divide a curadoria com Fernando Oliva.

A Coleção Tamagni é predominantemente modernista, com obras de Tarsila do Amaral, Aldo Bonadei e Francisco Rebolo, mas também tem referência à vanguarda dos anos 1940-50, nos trabalhos de Fernando Lemos, Livio Abramo e Arnaldo Pedroso d’Horta.

Um destaque da mostra é a obra contemporânea A Máquina Curatorial, de Nicolás Guagnini, constituída por diversos painéis em forma de hélice. A peça é o suporte das obras e de documentos presentes na exposição. Ela permite a participação do público, que pode girar as estruturas da “máquina” e mudar a configuração das obras, fazendo novas combinações e permitindo novas interpretações.

A exposição fica aberta até 11 de março, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Parque do Ibirapuera.

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