O consórcio Allegra Pacaembu inicia a gestão com o objetivo de tirar o estádio do vermelho. O presidente da concessionária, Eduardo Barella, disse em entrevista ao Estado que espera faturar R$ 20 milhões com o Pacaembu somente em 2020.
Nos últimos anos, o estádio deu prejuízo. Em 2017, o Pacaembu arrecadou R$ 2,4 milhões e teve gastos de R$ 8,3 milhões. Em 2018, foram arrecadados R$ 2,7 milhões e gastos R$ 9 milhões. Os números de 2019 ainda não estão disponíveis.
##RECOMENDA##Para mudar esse cenário, a nova gestão aposta na melhoria dos serviços de alimentação e de bebidas, na criação de um setor VIP no lugar em que ficam as cadeiras cobertas e na produção de pequenos eventos fora dos dias de jogos. Barella adiantou que o Pacaembu não receberá grandes shows. "Não está no nosso plano de negócios. Já há outra arena no município que cuida desse segmento e não iremos concorrer", comentou.
A expectativa é receber 20 partidas de futebol ao longo da temporada. Além dos quatro grandes do Estado, a concessionária tentará trazer também equipes de outras regiões do País. "São Paulo tem torcedores de times de diversos lugares e seria a oportunidade de aproximá-los das equipes."
O valor do aluguel agora será fixado e custará em torno de R$ 80 mil por jogo - na gestão municipal, o pagamento variava de acordo com a renda, com um teto de cerca de R$ 100 mil e um valor mínimo de R$ 35 mil.
As lanchonetes serão terceirizadas para as redes Bobs e Patroni Pizza. As cadeiras azuis serão administradas pelo Cinemark Prime. Quando não houver jogos, a concessionária pretende realizar eventos como festas infantis, aluguel para empresas para lançamentos de produtos, tour do estádio, entre outras ações.
O estádio deve ser fechado em dezembro, após o término do Campeonato Brasileiro, para o início das obras de modernização. A principal mudança será a derrubada do tobogã para a construção de um centro comercial. A previsão é que fique fechado durante 28 meses e a reinauguração aconteça nos primeiros quatro meses de 2023. Mas, para o cronograma ser obedecido, a concessionária terá de conseguir a liberação da secretaria responsável por obras que envolvem patrimônios históricos de São Paulo.
O Pacaembu é tombado, mas a questão é se o tombamento ocorreu antes ou depois da construção do tobogã. A Associação Viva Pacaembu tenta impedir a obra e move duas ações na Justiça contra a Allegra. Uma quer barrar a demolição do setor e apresenta documento em que mostra que o estádio foi tombado já com o tobogã. Outra visa cancelar a licitação que deu aval para a Allegra administrar o local por 35 anos.
"O então consórcio que venceu tinha como presidente uma pessoa que era membro do Conselho da SP Trans. O edital não permitia ligação com a Prefeitura", explicou Sergio Livovschi, advogado da Viva Pacaembu.