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O Itamaraty intensificou o controle da análise de vistos de turista na embaixada brasileira em Luanda, capital de Angola. Desde 1º de janeiro, 242 vistos foram denegados (rejeitados e colocados em uma "lista negra"), uma média de mais de dois por dia. Como a reportagem mostrou na terça-feira (19) cerca de 600 mulheres com os filhos e até grávidas vieram para São Paulo só no primeiro trimestre do ano.

A denegação acontece quando os agentes consulares suspeitam que os estrangeiros estejam solicitando visto de turista com outra finalidade - no caso dos angolanos, para permanecer no Brasil. Com o visto denegado, o cidadão fica impedido de entrar no País por tempo indeterminado e entra para uma lista virtual da Polícia Federal, a que todos os consulados e embaixadas têm acesso.

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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a representação em Luanda não compilou dados de vistos denegados nos anos anteriores e passou a fazer o registro após um alerta do governo federal para que medidas mais conservadoras fossem tomadas. Segundo o departamento, embora não haja registro de "aumento expressivo" no número de vistos nos últimos três anos, a Embaixada do Brasil em Luanda passou a adotar, nos últimos três meses, medidas adicionais para aprofundar a análise das solicitações de visto.

A maioria das mulheres tem entrado no País com visto de turista, mas pede refúgio logo ao chegar aos aeroportos do Rio (Galeão) e de São Paulo (Guarulhos). O Estado mostrou ontem que as africanas alegam perseguição política e religiosa. Em território brasileiro, o refúgio só é concedido a estrangeiros sob perseguição de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas - e aos que estão sujeitos à violação de direitos humanos.

Outra hipótese levantada por especialistas é de que essas famílias estejam fugindo da crise econômica em Angola, com falta de dólar no mercado em função da baixa do petróleo, cenário que tem potencializado a vulnerabilidade dos pobres.

Queda

No fim de 2015, o Ministério da Justiça avisou ao Itamaraty que notou "aumento do número de cidadãos angolanos que passaram a buscar os órgãos de assistência social da cidade de São Paulo, sobretudo em relação a mulheres com filhos menores de idade e/ou grávidas". Em 2014, foram concedidos 22.372 vistos a angolanos na Embaixada do Brasil em Luanda e, no ano passado, 21.656. Desde o início de 2016 até o dia 8 deste mês, receberam visto 3.886 angolanos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao ser acionado pela Prefeitura de para investigar o fluxo de angolanas, o Ministério da Justiça emitiu um alerta para o Itamaraty e pediu apoio da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), segundo o secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcelos. Embora considere "preocupante", por envolver crianças, a pasta diz que as mães têm idade economicamente ativa e podem trabalhar.

Como o Ministério da Justiça tem atuado após o conhecimento da situação em São Paulo?

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Temos trabalhado em parceria com a Prefeitura, que identificou esse fluxo migratório e a vulnerabilidade dos imigrantes que estavam chegando no fim do ano passado e, em especial, no início deste ano. A administração municipal informou o Ministério da Justiça que, imediatamente, comunicou o Ministério de Relações Exteriores para que pudesse identificar qual é a conjuntura e em qual circunstância esses vistos estão sendo e foram emitidos. Também encaminhamos, imediatamente, o caso à Polícia Federal, não só para fazer o levantamento de entrada e saída para tentar identificar um desvio padrão, mas para apurar eventuais ilícitos.

A investigação pode levar quanto tempo?

São procedimentos muito especializados. Não sei precisar.

O Ministério da Justiça percebeu um aumento de imigrantes de países africanos nos últimos anos?

O Brasil enfrentou nos últimos dez anos um aumento do fluxo migratório de várias partes do mundo, não só dos países africanos. Por causa da cooperação com o continente africano, você tem mais imigração. Esse aumento do fluxo de todos os continentes se deu em razão da melhoria econômica do País nesse período. O Brasil se tornou um ator internacional importante, com visibilidade.

As angolanas vêm com filhos e não têm perspectiva de sair dos abrigos. Isso preocupa?

Indiscutivelmente. Quanto mais vulnerável o imigrante chega, mais dificuldade de integração, ainda mais em situações em que há crianças envolvidas. Mas não é um desafio intransponível. Elas têm idade economicamente ativa e, portanto, podem contribuir com o País (trabalhar).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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