Vereador de Passira, no Agreste de Pernambuco, Cassiano Oliveira (PPS) afirmou nesta sexta-feira (11) ao LeiaJá que, na última quarta (9), recebeu ameaças de morte do presidente da Câmara Municipal, Antônio Luiz. O fato, segundo ele, aconteceu após ter feito questionamentos sobre o destino de um empenho feito em fevereiro no valor de R$3,8 mil para comprar materiais de construção para uma reforma no prédio do legislativo municipal.
"O empenho foi feito em fevereiro, está no Portal de Transparência e no Tome Contas [do Tribunal de Contas do Estado], mas a reforma que está para ser feita não foi iniciada ainda. Aí eu gravei no WhatsApp perguntando para onde tinha sido encaminhado o material de construção que foi comprado ou o dinheiro, mas o presidente não gostou", relatou.
##RECOMENDA##"Logo depois recebi uma ligação do presidente. Ele queria que eu parasse de questionar o assunto e disse que se isso não acontecesse ou ele deixava de ser presidente ou eu de ser vereador. Chegou a me falar palavras de baixo calão, que eu prefiro não repetir", completou.
Cassiano, que ficou conhecido por ter sido eleito mesmo sendo catador de lixo, disse também que ficou assustado com a ligação e fezum boletim de ocorrência. "Hoje em dia a vida de vereador está muito arriscada. Faz três meses que um vereador de uma cidade aqui perto foi assassinado. Fiquei assustado com a ameaça, mas não vou parar de fazer o meu papel. Ele disse que eu o chamei de ladrão, mas isso não aconteceu", ponderou o pós-comunista.
Em reação ao ocorrido, a direção do PPS de Pernambuco encaminhou uma nota, assinada pelo deputado federal Daniel Coelho, dizendo estar solidário com a postura do parlamentar "ao cumprir seu papel de fiscalização das contas da Câmara Municipal". O texto ainda cobra que o assunto seja apurado pela Secretaria de Defesa Social.
"Nós, que fazemos o PPS-PE solicitamos à Secretaria de Defesa Social que atue não apenas na investigação desse caso, para que o responsável pela ameaça seja punido, como também na segurança do vereador e de sua família", diz o texto.
Até o fechamento desta matéria o LeiaJá não conseguiu entrar em contato com o presidente da Câmara, Antônio Luiz.