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Apesar das restrições alimentares e da necessidade constante de aplicação de insulina, a diabetes é uma doença que, atualmente, pode ser tratada com mais facilidade. Segundo dados da Federação Internacional do Diabetes (IDF) de 2013, foram registrados 371 milhões de diabéticos em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de 13,4 milhões de pessoas tenham a doença. Apesar de a quantidade de diabéticos ultrapassar a expectativa – a previsão era de que o Brasil chegasse aos 12,7 milhões de diabéticos somente em 2030 –, o suporte aos que precisaram mudar a alimentação depois do diagnóstico da doença melhorou consideravelmente ao longo dos anos. 

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“Antigamente, o tratamento de diabéticos era muito mais difícil. Hoje existe a contagem de carboidratos, que facilita a vida dos diabéticos. Eles podem até consumir doces, dependendo da quantidade de carboidratos que for contabilizada”, explica Rosilda Alves, membro da APDJ. “As insulinas também diminuíram de preço. Ainda é muito caro, mas o valor das medicações baixou de um tempo pra cá. O Governo também distribui insulina; mesmo com a falha nas doações durante alguns meses, também é uma forma de conseguir o medicamento”, explica Rosilda, mãe de um paciente diagnosticado aos 10 anos de idade com diabetes. Atualmente, o filho de Rosilda tem 29.

No Brasil, existem diversas associações que popularizaram a doença e trazem assistência aos diabéticos. A Associação Pernambucana de Diabéticos Jovens (APDJ) é uma delas: há 36 anos, a instituição acompanha clinicamente os pacientes, além de fornecer orientações sobre a diabetes à população em geral. Desde a fundação da APDJ, a associação foi agregando membros que, em sua maioria, fazem parte da família de quem tem a doença. Ao longo dos anos, a sensação de muitos dos membros é de orgulho, mas, para alguns deles, ainda há muito a ser feito. 

Abraçando a causa

Jonas Coriolato é Fundador da APDJ e explica que a Associação foi pioneira na aferição de glicose em pontos da cidade. “Nossa luta começou há mais de 30 anos. Quando nenhuma instituição oferecia testes de glicemia na rua, nós fazíamos isso. Ao longo desse tempo, também fizemos colônias de férias pelo Nordeste para ajudar crianças diabéticas a entenderem as limitações na dieta. Nosso trabalho é feito com muito carinho e dedicação. O problema é que a população ainda não tem informação suficiente sobre a doença”, reclama. 

Coriolato é professor de Educação Física e explica que abraçou a causa devido à sua avó, diagnosticada com a doença. “Eu sentia muito porque ela não poderia comer as coisas. Eu dizia ‘Vó, eu vou comer pela senhora!’ porque eu não conseguia me conformar. Logo depois que ela faleceu, tive contato com uma criança que também tinha diabetes. Na época, as pessoas diziam para eu não chegar perto dela porque achavam que a doença era contagiosa. Ignorei o que eu ouvi e abracei a causa. Foi aí que conheci um dos membros da APDJ, a Drª Elcy Falcão, que me ajudou a cuidar da menininha e aliar o conhecimento clínico à prática de exercícios físicos”, conta. 

“Por ironia do destino”, continua Coriolato, “depois de todo o meu envolvimento com a diabetes, tive um filho que foi diagnosticado com a doença aos 5 anos de idade. Atualmente, ele tem 23, faz musculação e tem uma vida normal. Ele é saudável e convive com a doença normalmente. O segredo é ter disciplina”, conta o fundador da APDJ. 

“As mães vivem a diabetes na alma”

Segundo os membros da APDJ, o apoio da família é fundamental para o tratamento dos diabéticos. “A família também tem que aceitar a doença. Se isso acontecer, fica mais fácil de a própria pessoa aceitar as limitações”, explica Rosilda Alves. Depois de 19 anos convivendo com um filho com a diabetes, ela explica que tem se empenhado para facilitar a dieta e a rotina do rebento. “Desde a época em que descobrimos a diabetes no meu filho, desenvolvi receitas e acompanhei de perto a dieta dele. Os pais acabam se tornando médicos sem terem frequentado a faculdade”, brinca. 

Coriolato também elogia a presença das mães na rotina dos filhos diabéticos. “A preocupação é de toda a família, mas as mães são as mais dedicadas e, em muitas vezes, elas ‘passam a ser diabéticas’ para entender a doença e as necessidades dos filhos. Elas sentem os efeitos da diabetes na alma”, comenta. 

Serviços no Dia Mundial da Diabetes

Nesta sexta (14), data marcada para lembrar internacionalmente a doença, alguns pontos da Região Metropolitana do Recife (RMR) irão oferecer testes de aferição de glicose e orientações sobre a diabetes. Confira:

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