Tópicos | Arnaldo Tirone

O técnico Gilson Kleina concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira onde não poupou críticas à diretoria pela falta de reforços e pela indisciplina de Valdivia. O treinador reclamou que já fez tantas reuniões e até agora só chegaram dois reforços - Fernando Prass e Ayrton - e que Valdivia não foi profissional ao atrasar sua reapresentação.

O treinador ainda reclamou da diretoria pelo fato dela ser omissa na hora da cobrança. "O Palmeiras tem de parar de passar a mão na cabeça de certos jogadores. Queria ver se fosse com outros atletas, se a atitude seria a mesma", ironizou o treinador.

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Presidente ainda em exercício, Arnaldo Tirone concordou com as reclamações do treinador. "Não tenho o que falar. Nem vi a entrevista dele, mas o que ele falou é verdade sobre os reforços. Estamos demorando para contratar mesmo, mas não é por falta de trabalho. Estamos tentando anunciar alguém antes da eleição, mas não está fácil. Também estamos insatisfeitos com a situação", declarou, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo.

Tirone se esquivou ao ser questionado sobre a situação de Valdivia, mas deixou claro que não pretende tomar nenhuma atitude em relação ao jogador. "Já foi conversado sobre o assunto. O Valdivia está bem, voltou fisicamente bem e se dedicando nos treinos. Já acertamos tudo com o departamento de futebol e não quero opinar sobre o que o Valdivia fez. O mais importante é que ele está bem e vamos seguir em frente."

Fora da briga pela reeleição, Tirone segue na presidência do Palmeiras até a eleição, a ser realizada no dia 21 deste mês. Sem apoio político, o atual dirigente abdicou do direito de tentar se reeleger.

Pressionado e muito criticado nos últimos tempos, o presidente Arnaldo Tirone tenta levantar a bandeira branca e pede paz no Palmeiras. Faltando exatamente um mês para o fim de sua gestão - a eleição presidencial será no dia 21 de janeiro -, ele pede união no clube e nega a chegada de reforços ainda neste ano.

"Temos de pensar no bem do Palmeiras. Nesse momento, gostaria que meus vices que se licenciaram (Walter Munhoz e Edvaldo Frasson) voltassem para me ajudar e queria que todos no clube se unissem para nos ajudar, independentemente da posição política. Dirigir um clube do tamanho do Palmeiras é complicado. Tirando o acidente de cair para a Série B, acho que fizemos um bom trabalho", analisou Tirone.

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Sobre reforços, o pessimismo é total. "Estão oferecendo jogadores, colocam a bala na nossa boca, mas aí quando você vai ver, a bala é uma pimenta. Oferecem o jogador, mas com valores muito elevados. Não está fácil contratar", resumiu Tirone, que fica no comando do clube até a eleição do dia 21 de janeiro. "Vou trabalhar como se não fosse deixar o clube. Tenho de ser responsável e preciso acertar 99% das coisas que farei."

Um dos sonhos de consumo da torcida, o meia argentino Riquelme não está tão perto quanto parece. "Ele mostrou vontade em jogar com a gente, mas não posso inchar ainda mais o passivo do clube. Precisamos de parceiros e montar ações de marketing para essas ocasiões", disse o presidente. "Não estou descartando, mas é difícil porque são valores muito altos."

O volante Rodrigo Souto, que admitiu negociações avançadas com o Palmeiras, não parece tão prestigiado assim. "Não tem nada certo, conversamos com ele, mas sua contratação não é prioritária", avisou Tirone. "O problema é que, nessa época, os jogadores não querem muita conversa, então fica difícil tentar alguma contratação."

E, para acabar com as especulações, ele avisou que dificilmente o clube anuncia a contratação de algum jogador ainda neste ano. "Está muito difícil. Estamos trabalhando bastante, mas já estamos entrando na época das festas e acredito que fique só para o ano que vem mesmo", revelou o presidente.

Tirone garantiu ainda que não se sente intimidado pelo fato do Conselho de Orientação Fiscal do Palmeiras determinar que tudo que ele for fazer no clube tenha de contar com o aval deles. "Trabalhei no COF por 14 anos e sei como funciona. Não vejo problema algum nisso. Temos todos de pensar no Palmeiras", revelou.

Sem esconder o cansaço, ele admite que hoje não pensa em reeleição. "Temos até o dia 7 de janeiro para registrar a chapa. Quero o bem do Palmeiras e hoje não estou decidido e colocando a candidatura para o próximo pleito. Embora tenha muito apoio para fazer isso, não me sinto a vontade e nem motivado no momento", contou Tirone.

Arnaldo Tirone está cansado e vive com medo. Ao falar sobre sua administração, diz acreditar ter feito todo o possível para evitar que o Palmeiras chegasse aonde está - embora a opinião da maioria dos torcedores do clube seja bem diferente. Em entrevista ao Estado, publicada nesta quarta-feira, o dirigente desabafou e admitiu que já pensou em desistir do cargo, mas mudou de ideia. Ele disse que demorou demais para perceber a acomodação da equipe após o título da Copa do Brasil e que paga por essa omissão.

"Lutamos, fizemos de tudo, mas não tem mais o que fazer agora. Chega um momento em que (a situação) não depende mais da gente", afirmou Tirone, ao ser questionado sobre o fato de que é o nome mais xingado pelos torcedores atualmente. Em seguida, ele enfatizou que não poderia ter um discurso diferente, apesar de o mesmo levar a crer que o seu time está realmente fadado ao rebaixamento.

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"Vou falar o quê? A gente fez o que dava para fazer. O time é o mesmo que foi campeão da Copa do Brasil. É difícil explicar como as coisas mudaram desse jeito. Tivemos muito azar com problemas de lesões e não soubemos superar essas coisas", completou.

Tirone admitiu abalo emocional ao falar que "não está com cabeça fria para analisar nada", embora seja o principal líder do clube, e ainda reconheceu que errou ao deixar o Brasileirão em segundo plano enquanto o time estava focado na Copa do Brasil.

"No Brasileiro, nós não nos preocupamos como deveríamos. A gente foi deixando para se recuperar mais para frente porque o campeonato era longo e agora estamos pagando caro. Erramos ao não mudar a postura antes. Focamos no Paulista e na Copa do Brasil, mas deixamos de lado o Brasileiro. Estamos pagando por isso. Mas, independentemente disso, acredito que o (Gilson) Kleina tem de ficar para o ano vem. Ele não tem culpa pelo que acontece", disse o dirigente, que voltou a dizer que ainda não sabe se tentará lutar pela reeleição no Palmeiras, tendo em vista o alto risco de queda à Série B.

Tirone, porém, acredita que deixará um legado importante para o próximo mandatário palmeirense, mesmo que o time seja rebaixado no Brasileiro. "O futuro presidente vai pegar um clube mais organizado e tranquilo. Apesar do momento chato, acabamos de ser campeões. Temos lojas do clube, uma academia de primeiro mundo, ganhamos um título, renegociamos as dívidas e temos salários em dia. E ainda vamos lucrar com alguns atletas. Barcos, João Denoni e Patrick Vieira renderão milhões de euros. Mas não quero vendê-los agora. Deixe isso claro, por favor (neste momento, seu filho interrompe a entrevista avisando que vai sair e pede para o pai tomar cuidado dentro de casa). Pode ir, filho, fique tranquilo... Meu filho está preocupado. É sempre assim. Tenho de ficar preocupado o tempo inteiro", disse, ao comentar as constantes ameaças que vem recebendo de torcedores revoltados com a fase do Palmeiras.

Para finalizar, Tirone avisou que não existe a possibilidade de o clube pagar "mala branca" (prêmio para um time vencer um jogo) para adversários de Sport, Portuguesa e Bahia, rivais diretos do Palmeiras na luta contra o rebaixamento, nas rodadas finais do Brasileirão.

"Não tem como tirar dinheiro do clube para dar para outros. Se fosse para dar incentivo, seria dentro de nossas possibilidades e para o elenco. Mas vimos o Atlético de Goiás vencer o Santos com Neymar e tudo. Temos de acreditar. Pode acontecer de tudo no futebol. Sei que não vamos desistir jamais", encerrou.

O Palmeiras voltou a ser alvo do descontentamento de alguns de seus torcedores após o empate por 2 a 2 com o Botafogo, na última quarta-feira, em Araraquara (SP), onde o time se complicou ainda mais em sua luta contra o rebaixamento, pois ficou sete pontos atrás de Portuguesa e Bahia, primeiras equipes fora da zona do descenso do Campeonato Brasileiro. Inconformados com esta situação, alguns vândalos picharam a sede social do clube e uma das pichações trouxe uma ameaça de morte ao presidente Arnaldo Tirone.

A loja oficial do Palmeiras também foi alvo dos torcedores, que também xingaram diretores e o elenco da equipe nas frases escritas na sede do clube. Recheadas por vários erros de português, elas foram as seguintes: "Vai morre Tirone", "Tirone vo mata você", "time medilcre" e "fora diretoria".

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Em Araraquara, na Arena da Fonte Luminosa, a Polícia Militar teve trabalho para conter a fúria de torcedores que tentaram invadir o campo para agredir jogadores da equipe palmeirense. No conflito, policiais precisaram usar gás de pimenta e até balas de borracha para evitar a invasão.

Essa não foi a primeira vez que torcedores reagiram com pichações ou até com atos de violência por causa do desempenho ruim do time palmeirense neste Brasileirão. No último dia 16 de setembro, após a derrota por 2 a 0 para o Corinthians, no Pacaembu, torcedores depredaram o restaurante do vice-presidente de futebol do clube, Roberto Frizzo.

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