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O professor da área de energia de Harvard, Ashley Brown, disse, nesta quarta-feira, que um dos problemas que o Brasil enfrenta no mercado de gás é a existência de um "poder de mercado", com a presença de um único competidor, ao contrário do que é visto em mercados mais desenvolvidos, como os Estados Unidos.

Brown elencou ainda como outros problemas do mercado brasileiro, a "falta de acesso aberto ao que está ocorrendo nos gasodutos, pouco produtos derivados e pouca transparência dos preços praticados no País." Além disso, o especialista frisou a dificuldade que as empresas enfrentam no País em relação à obtenção de licenciamentos. "Há uma falta de flexibilização de produtos e um mercado que não é muito eficiente", disse.

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O professor de Harvard comentou que nos Estados Unidos a exploração do gás de xisto, insumo não-convencional que levou para baixo os preços no país, não se deu por meio da iniciativa de grandes agentes do setor. "Depois que esse mercado evoluiu foi que as grandes empresas começaram a comprar participações", frisou. Brown lembrou, por outro lado, que no Brasil o acesso ao mercado é muito mais difícil. "No Brasil as empresas podem começar a produzir, mas elas não sabem se vão conseguir fornecer", afirmou.

Verticalização

Brown lembrou que não é uma característica dos mercados evoluídos a presença de mercados verticalizados no setor de gás, ao contrário do que ocorre no Brasil. "Nos mercados evoluídos o gás não é integrado verticalmente. Nesses mercados regras são aplicadas. Os gasodutos têm contratos, têm fontes de receitas e não estão expostos à volatilidade das commodities", disse.

Brown lembrou que nos EUA, assim como em outras partes do mundo, o preço do gás não está ligado ao preço do petróleo, como no Brasil. Ele disse também que o Brasil não conta com um monitoramento do mercado nos próprios gasodutos, o que permitiria uma tomada de decisão rápida do regulador do mercado.

Brown participa do Fórum Brasil Competitivo - O Futuro do Gás, realizado pelo Grupo Estado em parceria com a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), em São Paulo. O evento é o terceiro da série Fóruns Brasil Competitivo.

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