Tópicos | Barra da Tijuca (RJ)

Alguns dos candidatos às eleições presidenciais no Brasil se manifestaram, nas redes sociais, sobre o assassinato do congolês Moïse Kabagambe, que trabalhava em um quiosque na orla da Barra da Tijuca e foi espancado até a morte ao ir cobrar o pagamento de duas diárias atrasadas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou sobre o caso. 

O ex-presidente Lula (PT), lamentou o assassinato e afirmou que “devemos justiça, amparo, nossos sentimentos e desculpas para a família”.

##RECOMENDA##

"Moïse Kabagambe chegou criança ao Brasil, em 2012, e teve sua família acolhida aqui como refugiado. Nove anos depois, ao reclamar seu direito de trabalhador, foi covardemente assassinado. Devemos justiça, amparo, nossos sentimentos e desculpas para a família de Moïse", disse.

Por sua vez, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) pontuou o assassinato sob “a ótica do regime de ódio implantado pelo bolsonarismo”. Ele ressaltou, ainda, que o Brasil precisa garantir condições aos refugiados no País. 

“Já lamentei o assassinato do congolês Moise Kabagambe e o analisei sob a ótica do regime de ódio implantado pelo bolsonarismo. Mas é preciso também denunciar a situação pavorosa que vivem outros refugiados no país – haitianos, angolanos, venezuelanos, bolivianos, entre outros”, disse. 

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) compartilhou um vídeo no Twitter de uma manifestação feita pelos familiares e amigos de Moise pedindo justiça e também pontuou a necessidade de mudança. 

"A morte do jovem congolês Moise Kabamgabe não pode ser mais um número para referendar a fama de um país violento “que não tem jeito”. O Brasil não pode ser um país sem lei e Justiça. Precisamos mudar a maré, fazer a lei valer para todos", tuitou.

Já o deputado federal André Janones (Avante), ressaltou a importância da necessidade de mudança no Brasil. 

"O assassinato do congolês Moise Kabagambe é de uma violência, covardia, agressividade e crueldade que não permitem o meu silêncio. Quão desumanos nós vamos nos tornar até admitir que estamos errando e precisamos mudar? Que Deus possa confortar a família e justiça seja feita", disse.

O Presidente Nacional do Unidade Popular pelo Socialismo, Leo Péricles (UP), falou sobre a “estrutura sustentada pelas classes dominantes ricas, racistas, autoritárias”, e que se deve lutar pela punição dos responsáveis e pela derrota da estrutura.

"Não posso me dizer contra o Genocidio da juventude e do povo negro após cada assassinato: Aghata, Marielle, Edson, Café, Moise... Mas quando chega a eleição, me uno à parcela da "esquerda" que se deixou hipnotizar pela desgraçada "governabilidade" burguesa", cutucou.

Um possível agressor que espancou o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 25 anos, na última semana, foi à 34ª Delegacia de Polícia (Bangu), nesta terça-feira (1º), e disse ser uma das pessoas que agrediu o congolês. O suspeito, sem a identidade revelada, afirmou que “teme pela vida” e que “não queria matar o homem, por isso não bateram na cabeça”. Ele também é um dos funcionários do Quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde Moïse trabalhava e foi assassinado.

Kabagambe tinha ido ao local que trabalhava como garçom, sem contrato, cobrar duas diárias ainda não pagas, quando foi amarrado e espancado até a morte.

##RECOMENDA##

“A gente não queria tirar a vida de ninguém, nada disso era porque ele era negro ou de outro País”, afirmou o suspeito ao SBT Rio.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito esteve na unidade na manhã desta terça-feira (1º), e já foi encaminhado para prestar depoimento pelos agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Acompanhado por duas irmãs e um advogado, a família do suspeito o pressionou para se entregar por temer pela sua integridade física. O caso segue em sigilo e ainda sem mandados de prisão expedidos até a publicação desta matéria.

De acordo com o homem que não foi identificado, Moïse tentou agredir um senhor dentro do quiosque e três homens tentaram evitar, iniciando uma sessão de espancamento. A versão, no entanto, é diferente do que a família do congolês conta após ter visto nas imagens de segurança a vítima cobrando o valor de duas diárias de trabalho e sendo atacado por cinco homens.

Segundo o suspeito, ele tentou se entregar à Polícia duas vezes desde a noite do acontecido, no dia 24 de janeiro, mas que o órgão “não aceita”. “Disseram que não tinha nada contra mim”. Ele também afirmou que a agressão foi feita por “impulso”. “Ninguém devia nada a ele. Foi um fato que, no impulso, a gente agiu. Vimos ele com a cadeira na mão e fomos tentar ajudar o senhor”, contou.

Em áudios divulgados pelo SBT, o homem afirma não ser racista, que Moïse estava embriagado e tentou agredir um senhor com uma cadeira do quiosque. O suspeito contou que iria dormir no quiosque e que as agressões aconteceram próximo do horário de fechamento.

“A gente se meteu e demos umas porradas nele. Só que o cara não resistiu. Estou falando a verdade, a gente não foi para matar ele, tanto que não batemos na cabeça. Não foi por querer, mas acabei tirando a vida de uma pessoa. A gente foi defender uma pessoa, entendeu? Acabou acontecendo essa fatalidade”, defendeu o suspeito.

A norte-americana Renne Murdoch, de 44 anos, está internada em estado grave no Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro, com traumatismo craniano, após ter sido agredida na manhã desta sexta-feira na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Renne mora no Rio há 12 anos, onde faz trabalho missionário com o marido, o pastor Philip Murdoch, fundador da Igreja Luz às Nações (Ilan). O casal possui quatro filhos.

A assessora da Ilan, Hanna Martins, afirmou que Renne foi agredida com um pedaço de madeira quando caminhava próximo à orla. A Guarda Municipal disse à assessora que Renne ficou desacordada e foi encaminhada ao hospital. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Renne passou por uma cirurgia e permanece no Centro de Terapia Intensiva.

##RECOMENDA##

De acordo com informações da 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), o morador de rua Alexandre Luís de Oliveira Francesco, de 38 anos, foi preso em flagrante e autuado pelo crime de tentativa de homicídio. Ele estava depredando um quiosque quando a vítima passou por ele e foi agredida. Ainda conforme informações da delegacia, não há confirmação de que o morador de rua seja usuário de crack, e ele aparentava sintomas de deficiência mental.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando