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Com o cargo ameaçado, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, passou a quinta-feira, 14, num hotel, em Brasília, recebendo aliados. Ignorado pelo presidente Jair Bolsonaro, que não o recebeu, chegou a ter um pico de pressão no meio da tarde.

O ministro convocou para seu front o empresário Paulo Marinho, amigo de longa data e suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado. Marinho estava em São Paulo e voou para a capital tão logo foi chamado, ainda na tarde de quarta-feira.

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Os dois se encontraram no hotel já tarde da noite e tiveram pelo menos duas conversas, segundo relato de uma pessoa próxima. Uma das reuniões foi com um integrante do Judiciário e a outra com um parlamentar. Os dois encontros foram agendados para que Bebianno pudesse compreender melhor "o cenário", disse essa fonte.

A pedido do ministro, Marinho permaneceu em Brasília na quinta. Ele atuou em duas frentes: dando conselhos a Bebianno sobre como reagir à crise e em conversas pontuais com integrantes do governo por telefone. Não houve contato, porém, com Flávio Bolsonaro. A interlocutores, Marinho dizia não acreditar que Bebianno deixaria o governo e que ele logo se entenderia com o "capitão", como costuma se referir a Jair Bolsonaro.

Marinho também é visto com desconfiança pelos filhos de Bolsonaro. Nos bastidores, atribuem a ele uma articulação, em conjunto com Bebianno, para cassar o mandato de Flávio no Senado. Assim, Marinho assumiria.

Agenda

No início do dia, Bebianno tinha diversos compromissos previstos na agenda. Entre eles, participaria de uma reunião interministerial no Planalto e da cerimônia de transmissão do cargo de chefe do Centro de Comunicação do Exército. Acuado, cancelou todos os compromissos no meio da manhã.

O ministro tentava articular a sua permanência no governo ou, pelo menos, uma saída honrosa. Para isso, esperava ser recebido por Bolsonaro, o que não aconteceu. No lugar, foi recebido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, no Palácio do Planalto.

À noite, divulgou uma nota para se defender e ganhar uma sobrevida no cargo. No texto, alega que não foi responsável pelas candidaturas de Pernambuco e destaca que era responsável apenas pelas contas do então candidato Jair Bolsonaro.

"Meu trabalho foi executado com total transparência e lisura. As contas da chapa do então candidato Jair Bolsonaro, que estavam sob minha responsabilidade, foram aprovadas e elogiadas pelos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", escreveu.

Antes, em entrevista à revista Crusoé no fim da tarde, Bebianno voltou a negar que deixará o cargo e declarou que foi "jogado aos leões".

"Ele (Carlos Bolsonaro) não é nada no governo. Eu sou um ministro. Tenho de respeitar a liturgia do cargo. Eu respeito o meu presidente. Eu estou sendo jogado aos leões de maneira injusta, mas eu continuo exercendo o meu papel de proteger o presidente da República, de seguir a liturgia. Eu não sou moleque para ficar batendo boca em rede social", disse.

Na avaliação de Bebianno, o presidente tem receio de que o caso envolvendo candidaturas laranjas possa "respingar" nele. O ministro presidiu a legenda durante a campanha eleitoral e recaem sobre ele suspeitas de desvio de verba pública por meio de candidaturas laranjas.

Abatimento

Integrantes do PSL que o visitaram afirmaram que ele estava abatido. A avaliação é de que a crise tem como fundamento as desavenças de Bebianno com o vereador Carlos Bolsonaro. Os desentendimentos vêm ainda do período da transição. O filho do presidente se revoltou quando o então presidente do PSL precipitou uma articulação na cúpula do futuro governo e divulgou que ele, Carlos, comandaria a comunicação do Planalto.

A permanência de Bebianno é vista como difícil mesmo por pessoas próximas ao ministro. A negativa de Bolsonaro para recebê-lo para conversar foi vista como sinal de desprestígio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a ajuda de aliados, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, elaborou uma nota para expor a sua defesa e ganhar uma sobrevida no cargo. No texto, alega que não foi responsável pelas candidatas de Pernambuco consideradas laranjas e destaca que era responsável apenas pelas contas do então candidato Jair Bolsonaro.

"Meu trabalho foi executado com total transparência e lisura. As contas da chapa do então candidato Jair Bolsonaro, que estavam sob minha responsabilidade, foram aprovadas e elogiadas pelos Ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)", escreveu.

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O documento possui três páginas, duas com um ponto a ponto da sua defesa e outra com gráficos sobre as regras de distribuição de recurso no partido e as competências da Executiva Nacional, da qual fazia parte, e dos diretórios estaduais e municipais.

Bebianno destaca que assumiu interinamente a presidência do PSL entre fevereiro e outubro de 2018 para cuidar da candidatura de Bolsonaro. "Jair Bolsonaro nunca ocupou nenhum cargo de direção no partido, portanto, não tem qualquer relação com outras candidaturas. Responde apenas pela sua própria, como qualquer outro candidato", alega.

O ministro também escreve que a Executiva Nacional distribui os recursos do Fundo Partidário, garantindo o repasse de 30% para candidatas mulheres, mas que cabe ao diretório estadual formar suas chapas locais, incluindo a indicação das candidatas mulheres e respeitando o porcentual.

"Todos os repasses para os candidatos das eleições proporcionais e aos governos dos estados são realizados pela Executiva Nacional POR CONTA E ORDEM dos diretórios estaduais, que recebem diretamente os recursos em suas contas ou indicam os nomes dos candidatos a serem beneficiados. Compete a cada um dos candidatos a prestação de contas de sua própria campanha, cabendo-lhes também a responsabilidade pelos atos praticados."

"Por todas essas razões, reafirmo que não fui responsável pela definição das candidatas de Pernambuco que foram beneficiadas por recursos oriundos do PSL Nacional. Reitero meu incondicional compromisso com meu país, com a ética, com o combate à corrupção e com a verdade acima de tudo", conclui Bebianno.

Para planejar sua reação e elaborar o documento, o ministro convocou para seu front o empresário Paulo Marinho, amigo de longa data que se tornou suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado. Marinho estava em São Paulo e voou para capital tão logo foi chamado. Os dois se encontraram já tarde da noite da quarta-feira, 13, e tiveram ao menos duas conversas, segundo relato de uma pessoa próxima. Uma das reuniões foi com um integrante do Judiciário e a outra com um parlamentar.

Reportagem da Folha de S.Paulo revelou que o PSL teria financiado duas candidaturas de laranjas em Pernambuco nas últimas eleições, quando Bebianno era o presidente do partido.

Na terça-feira, 12, em entrevista ao jornal O Globo, o ministro negou ser motivo de instabilidade no governo após essa revelação e, para afastar rumores de mal-estar, afirmou que teria falado três vezes com o presidente Bolsonaro naquele dia.

A crise se intensificou quando um dos filhos do presidente, o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), disse que Bebianno mentiu ao afirmar que conversou com o presidente. Mais tarde, o próprio presidente retuitou o post do filho e repetiu, em entrevista à RecordTV, que o seu ministro mentiu.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que os partidos vão tentar convocar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, para dar explicações no Senado. A razão é que o próprio presidente Jair Bolsonaro chegou a declarar que, se Bebianno estiver envolvido em esquema de desvios de recursos do Fundo Partidário para candidaturas laranjas, terá de "voltar às suas origens".

"O presidente Jair Bolsonaro deveria utilizar as prerrogativas de presidente. O presidente tem uma caneta, que ele a utilize ou num processo de investigação ou para demitir o ministro. Se tem alguma dúvida sobre o seu ministro, (Bolsonaro) deve tomar providências de demitir ou apurar as graves denúncias que pesam sobre o ministro", afirmou. "Nós da oposição iremos chamar o ministro para dar explicações; ao que me parece ele tem informações gravíssimas", disse.

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Randolfe explicou que a oposição tentará convocar Bebianno para dar explicações em todas as comissões possíveis do Senado. E disse ainda que, caso o ministro seja demitido, os partidos vão convidá-lo para vir ao Congresso, já que, neste caso, ele não seria obrigado a responder as dúvidas dos parlamentares. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar suspeitas de desvios de recursos do Fundo Partidário destinados ao PSL por meio de supostas candidaturas laranjas nas eleições de 2018. Bebianno presidiu o partido durante o período eleitoral.

O líder da oposição ainda recomendou que o governo separe as atividades palacianas das questões familiares. Isso porque, na quarta-feira, 13, em uma publicação no Twitter, um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), disse que Bebianno mentiu ao afirmar que teria conversado com o presidente e divulgou um áudio com a suposta negativa de Bolsonaro. Mais tarde, o próprio presidente retuitou o post do filho e repetiu, em entrevista à Record TV, que o seu ministro estaria mentindo.

"Esse tipo de crise é muito ruim para a República e para o próprio governo. Não me parece apropriado que o presidente fique fazendo retuíte de tuíte do filho. O governo tem de começar e poderia tomar algumas providências básicas para começar: separar a família do Palácio do Planalto. O Planalto é lugar de governo, a família trata das coisas no máximo no Palácio da Alvorada. Ou o presidente arque com o ônus de nomear o seu filho, vereador no Rio, para algum cargo no governo. O povo elegeu Jair Bolsonaro, não me consta que tenha sido eleito ou nomeado como porta-voz o senhor Carlos Bolsonaro", afirmou Randolfe.

O senador da Rede Sustentabilidade afirmou acreditar que não haja mais condições para Bebianno permanecer no cargo e ironizou o episódio todo, ao dizer que o governo Jair Bolsonaro não está deixando espaço para a própria oposição trabalhar, já que os problemas vieram à tona por iniciativa dos próprio filho do presidente.

"Eu acho que é incompatível a coexistência de um ministro que é chamado de mentiroso por seu chefe. É muito ruim ter um ministro em que pese acusações tão graves. Claramente o filho do presidente chama esse ministro de mentiroso, o presidente reproduz e não toma providência prática", disse. "O próprio governo não está deixando trabalho para nós da oposição", brincou.

A bancada do PSL que reúne 54 deputados na Câmara se calou na sessão desta quinta-feira (14), sobre a crise no governo Bolsonaro. Mesmo questionados pelos deputados da esquerda, os parlamentares do partido do presidente Jair Bolsonaro não citaram o caso ao se pronunciar na sessão. A deputada do PSOL Fernanda Melchionna (RS) chegou a provocar o partido. "Bebianno tem que vir à Câmara para responder os deputados que falta de vergonha é essa com relação à verba pública, com relação a essa investigação", disse, no plenário.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse que Bebianno teve pouca relação com a maior parte dos deputados e que não vê relação da crise com a bancada. Ela disse que é preciso esperar o desfecho do caso.

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Fontes disseram que também quase não houve comentários até o início desta tarde no famoso grupo de Whatsapp do partido sobre o caso.

O vereador Carlos Bolsonaro usou o Twitter para responder às críticas que estaria recebendo por "ter dito a verdade". "Por que focam as baterias para me atacar se simplesmente disse a verdade? Se respondo sou isso, se me calo sou aquilo", escreveu.

Carlos está no centro da crise recente criada em torno do ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno. Nesta quarta-feira (14), o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) recorreu ao Twitter para desmentir uma informação de Bebianno dada ao O Globo de que o ministro teria conversado por três vezes com o presidente, ainda antes que este recebesse alta do hospital onde esteve internado até quarta.

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Depois disso, Carlos ainda publicou um áudio do presidente, endereçado ao ministro, no qual Bolsonaro informa que não poderia conversar com Bebianno. A postagem foi compartilhada pelo presidente.

Embora trabalhe na Câmara Municipal do Rio, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, tem uma espécie de representante no Palácio do Planalto, onde despacha seu desafeto Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Primo de 1.º grau de Carlos e um de seus auxiliares na estratégia de redes sociais da campanha eleitoral, Leonardo Rodrigues de Jesus, de 35 anos, rodeia o presidente desde a transição. Em Brasília, expandiu o livre acesso aos gabinetes do Planalto, mesmo sem ter cargo na Presidência.

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Sobrinho do presidente, filho de uma irmã de Rogéria Nantes, uma das ex-mulheres de Bolsonaro, ele é conhecido como Léo Índio e é ligado a Carlos. A proximidade com a família presidencial fez com que transitasse sempre muito próximo do tio, chegando a ser confundido como um dos agentes da escolta de Bolsonaro.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que Léo Índio "não ocupa cargo em nenhum órgão da Presidência da República". Apesar disso, ostenta um crachá amarelo da Presidência quando caminha em locais de acesso restrito do Planalto. Nesta quarta-feira, 13, circulava no quarto andar, onde despacha o núcleo duro do governo. A desenvoltura gera desconfiança de assessores presidenciais, que veem no sobrinho do presidente uma espécie de "olhos e ouvidos" de Carlos.

A Secom não esclareceu o motivo de frequentar quase diariamente o Planalto. Ele chegou a participar de reuniões de autoridades com o governo de Minas, após o rompimento da barragem de Brumadinho. Segundo o Planalto, essa foi a única reunião que o "olheiro" de Carlos participou. A exemplo do primo, Leo Índio rechaça jornalistas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), reiterou na manhã desta quinta-feira que o ministro Gustavo Bebianno é de "absoluta confiança" de Bolsonaro e disse que a crise no governo será contornada. "Vejo total possibilidade de (a situação) ser contornada até porque tenho certeza que no momento em que Bebianno conversar pessoalmente com o presidente, tudo ficará esclarecido", afirmou Olímpio à Rádio Eldorado. "(Bebianno) É da absoluta confiança do presidente, uma escolha pessoal", reforçou.

Na entrevista, Olímpio afirmou que, durante a campanha, teve a oportunidade de acompanhar o trabalho de Bebianno, que qualificou como de "responsabilidade e imparcialidade na condução do partido".

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"Não vejo responsabilidade direta dele. Seria impossível para Bebianno, que tinha esse papel de presidente do partido e acompanhava permanentemente a candidatura de Jair, fazer o controle disso, até porque não estava dentro da responsabilidade", afirmou o senador.

"Espero que (o problema) já se resolva e se esclareça para que não possa gerar uma crise de maior consequência".

Questionado se a ingerência dos filhos de Jair Bolsonaro no governo não o incomoda, respondeu que vê a questão com naturalidade. "Os filhos são parlamentares, têm vivência real na política e são da extrema confiança do pai. Têm um papel que transcende a questão familiar e são conselheiros de primeira hora do presidente. É absolutamente natural". Segundo Olímpio, é questão de dias para que cada um "vá se acomodando no seu papel".

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) declarou que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, não pode ser considerado automaticamente culpado por supostos desvios de recursos do Fundo Partidário para candidaturas laranjas do PSL. A parlamentar o classificou como uma "pessoa controversa", mas afirmou que não adianta o governo "cortar cabeças" sem uma apuração.

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar suspeitas de desvios de recursos do Fundo Partidário destinados ao PSL por meio de supostas candidaturas laranjas nas eleições de 2018. Bebianno presidiu o partido durante o período eleitoral. "Vejam, Bebianno pode ou não ficar no governo, insisto que a situação não me compete. Mas se sair, que seja porque não o desejam por lá", escreveu Janaina no Twitter.

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Para ela, as situações precisam ser investigadas e apuradas. "Mas não adianta eleger um culpado e cortar cabeças, sem apurar", afirmou. "O fato de Bebianno ter assinado a liberação do dinheiro, na condição de presidente do Partido, não o torna automaticamente culpado, pois ele era a pessoa competente para assinar a documentação. Temos que saber quem, eventualmente, ficou com o dinheiro", escreveu.

'Pessoa controversa'

Na sequência de mensagens na rede social, a deputada relatou ter sido procurada por Bebianno durante a campanha e recusado dinheiro do fundo. "Em meio a tantas acusações, eu fiquei pensando: se ele tinha um esquema de desvio, iria oferecer mandar dinheiro justo para mim? Iria insistir? Entendo que não", escreveu.

Janaina classificou o ministro como "uma pessoa controversa" e que "muita gente não gosta dele". "Eu mesma tenho minhas mágoas. Mas não acho justo usar uma denúncia que, a princípio, não o envolve, para vingar outras questões", afirmou.

Nesta quarta-feira (13), o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, escreveu no Twitter que o Bebianno mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente na terça-feira, 12. Bolsonaro, por sua vez, republicou a mensagem e, em entrevista, disse que destino do ministro - se for culpado - será "voltar às suas origens".

Reforçando que não estava defendendo Bebianno, a parlamentar eleita declarou que o ministro tem "devoção" por Bolsonaro, mas ponderou: "Estaria ele sendo falso? Talvez. Mas digo, se estava, ele é melhor ator que Tony Ramos. E Tony Ramos é muito bom."

O embate entre o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, jogou nessa quarta-feira (13) o Planalto em sua pior crise nos 44 dias de governo. Após receber alta do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ficou internado por 17 dias, o presidente tomou o lado do filho na briga e desautorizou Bebianno, sugerindo até mesmo que ele pode deixar o cargo.

Em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse que o ministro mentiu quando afirmou ao jornal O Globo que eles conversaram na terça-feira (12) três vezes pelo telefone sobre rumores de crise no governo. O presidente informou que determinou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar suspeitas de desvios de recursos do Fundo Partidário destinados ao PSL por meio de candidaturas laranjas nas eleições de 2018.

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Bebianno presidiu o partido durante o período eleitoral. "Se (o Bebianno) estiver envolvido e, logicamente, responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens", afirmou o presidente à Record.

Reportagens do jornal Folha de S.Paulo apontaram suspeitas de candidaturas laranjas em Minas Gerais e em Pernambuco.

Bolsonaro acrescentou na entrevista à TV que o pedido de abertura de investigação foi feito ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, que disse ter "carta branca" para determinar investigações do caso. "O partido tem que ter consciência. Não são todos, é uma minoria do partido que está aí nesse tipo de operação que nós não podemos concordar."

Bebianno afirmou que não pretende deixar o cargo e confidenciou a amigos próximos que se o presidente quiser que ele saia, terá de demiti-lo.

A entrevista ocorreu antes de Carlos Bolsonaro postar no Twitter a mesma acusação de que o ministro havia mentido. O filho do presidente foi além e divulgou o áudio enviado por Bolsonaro a Bebianno, pelo WhatsApp, no qual ele se recusa a atender ao subordinado.

A cronologia deixou militares da equipe de Bolsonaro desorientados. A leitura no Planalto, até então, era a de que Carlos estava descontrolado e havia usado o Twitter para atacar o ministro sem o conhecimento do pai. Um general já havia sido escalado para orientar Bolsonaro a controlar os filhos. O temor agora é que Bebianno deixe o governo atirando. Ele foi o principal coordenador da campanha de Bolsonaro.

O post de Carlos dizia: "Ontem estive 24h do dia ao lado do meu pai e afirmo: É uma mentira absoluta de Gustavo Bebianno que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado pelo Globo."

Ele anexou na mensagem um áudio do próprio presidente. "Gustavo, está complicado ainda. Não vou conversar, não vou conversar com ninguém, a não ser o estritamente essencial. Estou em fase final de exames para poder ter baixa hoje, OK? Boa sorte", gravou Bolsonaro. Não fica claro o que Bebianno queria conversar com o presidente.

Na entrevista à Record, Bolsonaro afirmou: "Em nenhum momento conversei com ele." Ao jornal O Estado de S. Paulo, Bebianno reiterou que trocou mensagens com Bolsonaro, uma delas para cancelar sua viagem ao Pará, onde iria em comitiva com outros ministros tocar projetos do governo.

A conta oficial de Bolsonaro no Twitter reproduziu os posts de Carlos e destacou os "principais trechos" da entrevista à Record, resumidos aos comentários sobre Bebianno. As declarações sobre a reforma da Previdência, por exemplo, foram ignoradas. Com a temperatura elevada, um integrante do governo não descarta a queda de Bebianno, que estaria "ferido" e teria dificuldades de vencer um duelo com o filho do presidente.

Disputa antiga

A disputa entre Carlos e Bebianno começou ainda na fase de transição. O filho do presidente se revoltou quando o então presidente do PSL precipitou uma articulação na cúpula do futuro governo e divulgou que ele, Carlos, comandaria a comunicação do Planalto. Apoiadores de Bolsonaro criticaram o eventual caso de nepotismo e Carlos perdeu a chance de despachar ao lado do pai no Planalto.

Por causa das divergências com Carlos, Bebianno foi orientado a não visitar Bolsonaro no hospital e evitar telefonemas. O filho do presidente passou o tempo todo ao lado dele durante a internação. O pedido evitou um encontro do filho de Bolsonaro com o ministro.

A guerra recrudesceu após o Estado divulgar relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações "atípicas" de um ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Flávio procurou o pai para acusar o empresário Paulo Marinho, seu suplente no Senado, e Bebianno de alimentarem uma rede de intrigas entre aliados e setores da imprensa para estender a crise. Carlos ganhara um aliado na luta para derrubar o ministro.

Numa entrevista divulgada na madrugada desta quarta pela Rede TV, um terceiro filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ampliou a luta interna no Planalto ao dizer que faltava ao vice-presidente, Hamilton Mourão, "um pouquinho de traquejo político". No final de novembro, Mourão já tinha sido alvo de Carlos. O vereador escreveu no Twitter que a morte do pai "interessa aos que estão muito perto".

Interlocutores civis e militares do presidente ouvidos pela reportagem relataram que a postura de Carlos de desmentir um ministro é algo "grave".

No Planalto, militares e ministros civis avaliaram que o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, era a pessoa indicada para sugerir ao presidente que "domasse" seus filhos, mas ele não quer se envolver em assunto de família. A interlocução de Mourão foi descartada. O mais provável é que o ministro Carlos Alberto Santos Cruz, da Secretaria de Governo, cumpra essa missão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pivô da mais recente crise envolvendo o núcleo do governo e os filhos do presidente, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou nesta quarta-feira, 13, que não pretende deixar o cargo. Bebianno confidenciou a amigos próximos que, se o presidente Jair Bolsonaro quiser que ele saia, terá de demiti-lo.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro afirmou ter trabalhado desde o início para eleger Bolsonaro e por parlamentares do partido. "Não fui candidato. Não tenho interesse em nada. Eu trabalhei para eleger o presidente e, por consequência, acabei ajudando um monte de gente a ser eleita também", afirmou o ministro, antes de Bolsonaro dizer à TV Record que o destino do auxiliar pode ser "voltar às origens".

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Na tentativa de mostrar como ajudou o PSL, Bebianno também citou a solução dada por ele para uma pendência do diretório estadual de São Paulo com a Justiça Eleitoral, que teria colocado em risco candidaturas do partido, como a do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.

"Quem resolveu o problema de São Paulo? Fui eu. Montei uma equipe jurídica de primeira linha para resolver o problema na última semana. Se não fosse o meu trabalho, o (senador) Major Olímpio não teria sido eleito, o Eduardo Bolsonaro não teria sido eleito, nem a (deputada) Joice Hasselmann. Faço questão de dizer isso."

Bebianno afirmou ainda que "ninguém de São Paulo teria sido eleito" porque não haveria nem mesmo legenda para os candidatos concorrerem. "Não teria havido convenção, formação de chapa. Então, o meu trabalho no partido resultou em benefício para todo mundo, menos para mim, que não sou candidato, não sou nada, não sou mais presidente (do partido), não sou político", afirmou.

A preocupação no governo - de militares a civis - é a de que Bebianno deixe o cargo "atirando". Auxiliares do presidente lembram que o chefe da Secretaria-Geral foi o principal coordenador da campanha de Bolsonaro e o responsável por tornar viável a entrada dele no PSL.

Durante a campanha, o agora ministro, que é advogado, não só comandou o partido como defendeu Bolsonaro em processos na Justiça Eleitoral.

Laranja

Questionado sobre suspeitas levantadas pelo jornal Folha de S.Paulo de que o PSL teria usado candidaturas laranjas nas eleições, Bebianno minimizou a denúncia. "Não me atinge. Não atinge o presidente. O presidente não usou dinheiro do partido nem do fundo eleitoral. Só usou dinheiro doado diretamente para ele, por meio de vaquinha virtual", argumentou o ministro.

A crise fez o PSL montar uma estratégia para impedir que o tiroteio contamine votações no Congresso, principalmente a reforma da Previdência. O plano, porém, mostrou que a sigla continua dividida e o governo, bastante fragilizado.

Enquanto Joice Hasselmann afirmava que não pode haver um "puxadinho" da família do presidente com o Palácio do Planalto, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), defendia a divulgação das divergências pelas redes sociais. "Aqui todo mundo fala as coisas na lata", disse ele, tentando mostrar que o PSL vai imprimir um "novo estilo" na política.

Para Joice, porém, Carlos Bolsonaro abalou o governo do próprio pai ao fazer acusações contra Bebianno. "É uma coisa de louco. É inimaginável uma coisa dessas. Tem de ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra. Não pode ter puxadinho", criticou a deputada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou à GloboNews na noite desta quarta-feira (13) que não tem intenção de se demitir do cargo após ser desmentido publicamente por Jair Bolsonaro e pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro.

"Não tenho essa intenção porque não fiz nada de errado. Meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O presidente, se entender que eu não deva mais continuar, ele certamente vai me comunicar. Mas tenho que minha relação com ele sempre foi a melhor possível, da minha parte tudo foi feito com honestidade e correção. Vamos esperar para ver o que acontece", declarou Bebianno à emissora.

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Mais cedo, Carlos Bolsonaro usou o Twitter para desmentir Bebianno, que dissera ter conversado três vezes com o presidente por telefone sobre as denúncias de que o PSL colocou laranjas como candidatas para desviar dinheiro do fundo eleitoral na eleição do ano passado. À época, Bebianno presidia o PSL. A intenção do ministro com a declaração era mostrar que não havia crise instalada no governo por causa do caso, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

A postagem de Carlos dizendo que Bebianno havia dito uma "mentira absoluta" foi posteriormente compartilhada por Jair Bolsonaro. Ainda na noite desta quarta-feira, o presidente confirmou à RecordTV que o ministro mentiu sobre o contato e afirmou que, caso seja comprovado o envolvimento de Bebianno no esquema, o destino dele será "voltar às suas origens".

À Globonews, Bebianno negou ter mentido sobre ter falado com Bolsonaro. "Mantive contatos com o presidente, como eu já disse. Tratamos de um assunto institucional e de um outro assunto relacionado à viagem que seria feita ao Pará. (...) Contato houve, houve troca de contato por WhatsApp, alguns poucos áudios."

Bebianno disse ainda que recebeu as notícias sobre as postagens nas redes sociais com "certa tristeza e perplexidade" e que não entrará na discussão com Carlos. "Enquanto ministro de Estado, vou manter a minha postura e liturgia inerente à função. Eu não comento esse tipo de coisa."

Sobre a acusação de repasse a uma candidata laranja do PSL na última eleição, enquanto Bebianno era presidente do partido, o ministro negou irregularidades e afirmou que seria "humanamente impossível" saber se determinado candidato do partido teria condições de se eleger ou não.

A crise provocada por uma sucessão de brigas no governo de Jair Bolsonaro fez o PSL, partido do presidente, montar uma estratégia para impedir que o tiroteio contamine votações no c, principalmente a reforma da Previdência. O plano, porém, mostrou que a sigla continua dividida e o governo, bastante fragilizado.

Enquanto a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmava que não pode haver um "puxadinho" da família do presidente com o Palácio do Planalto, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), defendia a divulgação das divergências pelas redes sociais. "Aqui todo mundo fala as coisas na lata", argumentou ele, tentando mostrar que o PSL vai imprimir um "novo estilo" na política. "Não fazemos acordos às escondidas, como era antes."

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Para Joice, porém, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, abalou o governo do próprio pai ao fazer acusações contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. "É uma coisa de louco. É inimaginável uma coisa dessas. Tem que ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra. O Palácio [DO PLANALTO]não pode invadir a casa do presidente. Não pode ter puxadinho", criticou ela.

Na avaliação da deputada, os rumores de que irregularidades em candidaturas do PSL poderiam provocar a queda de Bebianno - ex-presidente do partido - não apenas expõem o ministro como todo o governo. "Quem pode fazer crítica pública é o próprio presidente da República", insistiu Joice.

Mais cedo, Carlos tinha chamado Bebianno de mentiroso. Em mensagem postada no Twitter, o vereador disse que o ministro com assento no Planalto não havia conversado três vezes com Bolsonaro sobre como candidaturas do PSL foram financiadas na campanha de 2018.

"O Bebianno andou a campanha inteira ao lado do Bolsonaro. Os dois sempre tiveram total confiança um no outro, pelo menos até aqui. Na presidência do PSL, o Bebianno fazia o estilo rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa", disse Joice.

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), se recusou a comentar acusações envolvendo candidaturas do partido. O Estado apurou que Bebianno e ele protagonizam uma disputa de bastidores, mas, em público, não demonstram as desavenças. "Bebianno sempre foi correto na administração do PSL e não me consta que à frente do ministério tenha ocorrido qualquer problema", amenizou Bivar.

Depois de muitas conversas políticas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, foi orientado a não esticar a polêmica. "Eu prefiro me resguardar no silêncio."

Na tribuna da Câmara, porém, o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) lembrou casos de corrupção no PT para dizer que em seu partido o tratamento será diferente. "Seja quem for - ministro, secretário ou deputado -, laranja podre aqui vai pagar. Ao contrário do PT, nós não passamos a mão na cabeça de bandido." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, disse nesta sexta-feira, 26, que a Organização dos Estados Americanos (OEA) tem "zero credibilidade" e que a sua chefe de missão de observadores para as eleições brasileiras, Laura Chinchilla, é "esquerdista". Laura disse, nesta quinta-feira, 25, que o Brasil enfrenta um fenômeno "sem precedentes" em relação a difusão de notícias falsas e que o fato preocupa o grupo de especialistas.

Em entrevista no salão do hotel Windsor, no Rio, que fica próximo à casa do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Bebianno disse que Laura não critica o PT. "Ela tá falando de quem? Ela tem que falar do PT. Nós não produzimos fake news. Ela tá falando do PT. Mas, como ela é esquerdista, ela não fala do PT , ela vai lá acariciar. É zero credibilidade", afirmou.

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